Fajã de Vasco Martins
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A fajã de Vasco Martins, possivelmente uma das mais bonitas e maiores fajãs da ilha de São Jorge, e também uma das de mais difícil acesso. Situa-se na costa Norte da ilha de São Jorge, entre a fajã da Vereda Vermelha e a fajã Rasa, pertence praticamente na sua totalidade aos habitantes do Toledo (Velas), freguesia de Santo Amaro e Concelho de Velas. Está fajã já foi uma localidade com vida própria durante muitos séculos, viveram muitas famílias nesta fajã, muitas permanentemente outros durante alguns meses no ano. Eram cerca de treze as casas aqui existentes. Após o Terramoto de 1980 as pessoas que viviam de forma permanente nesta fajã abandonaram-na para vir viver para foram da rocha por ser mais seguro. Actualmente são poucas as casas que estão de pé. As que estão conservadas mantém os seus lagares e adegas Foram muitas as pessoas que aqui viveram, tiveram terras e fizeram vida apesar de também viverem fora da rocha e no Toledo (Velas) fazerem a maior parte da sua vivência: temos entre eles: o Senhor José Inácio Bettencourt da Silveira, casado com Maria T. Bettencourt, que foi o maior detentor de terras desta fajã pois só aqui tinha mais de dois moios e quarenta alqueires numa única parcela, ( á volta de 100.000 metros de área). Depois de muitos anos a viver no Toledo onde nasceu em 8 de Janeiro de 1928, foi viver para a ilha Terceira, no solar da Quinta de Villa Maria, onde faleceu em 1 de Maio de 1992. Havia dois moinhos, um à beira da ribeira e outro movido pela fonte das tias Cabrais, sendo um do João Inácio Costa e outro do Manuel Francisco que possui, hoje, o único alambique da fajã. Os fios de lenha, que traziam a lanha das falésias próximas estão praticamente abandonados, existindo hoje apenas. A ribeira que passa nesta fajã é a Ribeira das Airoses, que forma um poço no seu último salto, denominado o Poço das Airoses, por ter eirós (nome que os locais das a enguia). Esta fajã é muito abundante em água, são sete as fontes que aqui nascem: Fonte Nova e Fonte Velha, à beira da rocha, Fonte da Saúde, Fonte das Metroas, Fonte dos Burros, Fonte das tias Cabrais e Fonte do ti José Pereira, espalhadas pela fajã. Aqui produzia-se de tudo, a terra era muito fértil, ainda hoje cultiva-se a vinha, a cebola, o milho, a couve, a abóbora, o mogango, o inhame, a batata, tomate, feijão, melancia, o vime para cestos, ervilha, a figueira, a bananeira, a macieira, a groselheira. Tinha ainda outras variedades de árvores de fruto como o pessegueiro e a laranja. Actualmente o cultivo do inhame está em acentuado declínio, embora antigamente tenha sido uma produção de grande valor. Era também desta fajã que saíam maçãs e pêssegos em grande quantidade, os melhores de toda a ilha. Ainda se faça excelente água ardente com os frutos aqui produzidos. As gentes desciam à fajã todo o anos, mas principalmente nos meses de Fevereiro e Março para invernar (passar o Inverno) o gado, semear batatas e cultivar a vinha, habitando as suas casas ou adegas durante este tempo. Levavam também porcos para criar, mas raramente, no entanto faziam a matança na fajã. A fajã de Vasco Martins tem excelentes pesqueiros, onde se pescam a [[Veja (Sparisoma cretense) ]], o sargo, a Moreia o moreão, entre todas as outras espécies que é possível apanhar na costa Norte de São Jorge. Também se apanhava muita lapa, caranguejo e outros crustáceos e moluscos. As aves migratórias mais frequentes eram o cagarro. A gaivota.O milhafre, a pomba, o melro, o tentilhão, a lambandeira e o pardal eram constantes todo o ano.
