Fernand Braudel
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[editar] Biografia
Fernand Braudel é Frances e nasceu em 24 de agosto de 1902. Um dos mais importantes representantes da Ecolé des Annales (Escola dos Anais), formado em História na Universidade de Sorbonne, começou sua carreira profissional na Argelia, onde permaneceu por 10 anos, de 1923 até 1932. Na sua permanência lá, Braudel tem contato mais intimo com o mar que inspirou um dos seu maiores trabalhos como estudioso da História: O Mar Mediterrâneo.
Estudando o Mar na época de Filipe II de Espanha, Braudel inicialmente iria abordar temas políticos, em conformidade com as principais correntes historiográficas do período, como por exemplo, a escola metódica. Porem, mais adiante em sua carreira, Braudel conhece Lucien Febvre, que se torna seu mestre e o aconselha uma mudança na temática de seu trabalho: Ao invés de se ater apenas ao tema politico, Lucien Febvre o aconselha a estudar a história do Mar Mediterrâneo de uma perspectiva mais ampla, analisando outros aspectos do período como, por exemplo, a economia da região naquela época.
Trabalhando nesse estudo ao longo de uma vida inteira, Braudel passou por diversos momentos felizes e tristes. Em 1935, ele abandona temporariamente o mediterrâneo e vem ao Brasil, onde por três anos se dedica, junto com um grupo de intelectuais franceses, a colaborar na organização da Universidade de São Paulo. Aqui permanece até 1937 finalizando assim um período em que o próprio historiador classificou como um dos mais felizes da sua vida. Seguindo o período feliz, veio o período de sofrimento. Pouco depois de seu retorno a França, inicia-se a segunda guerra mundial.
Essa é uma fase de grande provação na vida do autor, Braudel é inclusive internado em um campo de prisioneiros nazista em Lübeck. Lá ele escreve o primeiro manuscrito do seu trabalho. Com o fim da guerra e a sua libertação, Braudel pôde verificar a documentação, terminar a redação do trabalho e defender sua tese de doutorado. Assim surge a obra O Mediterrâneo. Esta é apresentada em 1947 e publicada em 1949, ano em que se torna professor do “Collège de France”, e passou a acumular, junto a Lucien Febvre, a função de diretor do Centro de Pesquisas Históricas da “École des Hautes Études”, uma organização não governamental ligada à pesquisa e desenvolvimento das Ciências Humanas.
Seguindo as ideias dos Annales, a grande obra de Braudel descarta as ideias da Escola Metódica, que pregava a história historizante, e tenta se aproximar mais das outras ciências sociais, construindo o que ele chamou de “Geo-História”. Esse conceito tambem foi inspirado na experiência de Febvre que já havia trabalhado o dialogo entre a geografia e a história. Da sua reflexão a respeito da dialética do espaço e do tempo, Braudel elabora sua importante hipótese da pluralidade de durações.
Segundo essa hipótese, seria possível decompor o tempo da história em planos desdobrados. Seriam estes planos o tempo geográfico, o tempo social e o tempo individual:
O tempo geográfico representaria uma história quase imóvel, que observa o relacionamento do homem com o meio que o rodeia. Uma história que passa lentamente e sofre poucas transformações. Por exemplo, Braudel descreve as regiões montanhosas e a população que lá habita, e mostra o quanto, nesta dimensão temporal, os costumes, ligados aos aspectos geográficos, pouco mudam, já que o ambiente que os rodeia, nada mudou. É comum então confundir o tempo geográfico como algo eterno, mas essa impressão deve ser corrigida. Ao longo dos séculos, mudanças geográficas ocorrem e o homem muda com elas. As oscilações mais lentas que a história conhece, segundo a tese de Braudel, se dá na observação do plano geográfico.
Em um segundo planos estaria o tempo social, onde se pode observar a história social, dos grupos e agrupamentos. Embora mais dinâmica que o tempo geográfico, o tempo social diz respeito a uma história lentamente ritmada, voltada a questões estruturais. Essa história analisa eixos de comunicação, avalia distancias, áreas de influencia, crescimento demográfico e economia. Por exemplo, trabalhando nesse plano, Braudel junto com Labrouse estuda a economia do mediterrâneo no século XVI e acaba por lançar os fundamentos da história econômica.
No terceiro e ultimo plano estaria a história não do homem como coletividade, mas do homem como individuo. Nesse plano, as variações são rápidas. O tempo é muito dinâmico. Segundo Braudel, caso se queira, nesse escalão se pode trabalhar a história da forma, na época, tradicional (historizante). Na história individual se pode analisar acontecimentos. Mas isso não apaixona Braudel. Mesmo ao descrever batalhas, como a batalha de Lepanto, por exemplo, o autor se preocupa mais com os efeitos duráveis do que com as peripécias no campo de batalha. Enfim, na história individual, ele faz uma concessão à escola metódica, mas, como representante dos Annales, Braudel relega os “acontecimentos”a um papel coadjuvante.
[editar] Trabalhos
- La Méditerranée et le Monde Méditerranéen a l'époque de Philippe II 3 vols.
- * La part du milieu (vol. 1) ISBN 2-253-06168-9
- * Destins collectifs et mouvements d'ensemble (vol. 2) ISBN 2-253-06169-7
- * Les événements, la politique et les hommes (vol. 3) ISBN 2-253-06170-0
- Ecrits sur l'Histoire (1969) ISBN 2-08-081023-5
- The Mediterranean in the Ancient World
- Civilisation matérielle, économie et capitalisme, XVe-XVIIIe siècle (1979)
- * Les structures du quotidien (vol. 1) ISBN 2-253-06455-6
- * Les jeux de l'échange (vol. 2) ISBN 2-253-06456-4
- * Le temps du monde (vol. 3) ISBN 2-253-06457-2
- Civilization and Capitalism, 15th–18th Centuries, 3 vols. (1979)
- On History (1980), English translation of Ecrits sur l'Histoire by Sian Reynolds
- La Dynamique du Capitalisme (1985) ISBN 2-08-081192-4
- The Identity of France (1986)
- Ecrits sur l'Histoire II (1990) ISBN 2-08-081304-8
- Out of Italy, 1450–1650 (1991)
- A History of Civilizations (1995)
- Les mémoires de la Méditerranée (1998)
- Personal Testimony Journal of Modern History, vol. 44, no. 4. (December 1972)
