Genji Monogatari

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Ilustração do capítulo vinte – 朝顔 Asagao.
Atribuida a Tosa Mitsuoki (1617–1691).

Genji Monogatari (japonês, 源氏物語), um título muitas vezes traduzido livremente como A história de Genji, O romance de Genji ou A lenda de Genji (Nota: não existe tradução completa desta obra em português até a data atual de 2006). Realmente a obra não possui um título propriamente dito, justamente por isso ela vem recebendo várias denominações através da história desde a sua publicação, sendo que a forma mais comum é Genji Monogatari (源氏物語). Não obstante, a obra já foi publicada com diversos títulos: Por exemplo, conto/romance/relato/narrativa/lenda/história Murasaki no Monogatari (紫の物語, O conto/romance/relato/narrativa/lenda/história de Murasaki), Hikaru Genji (光源氏), Genji (源氏), Gengo (源語, palavra formada pelo primeiro kanji de Genji e o segundo de monogatari), Shibun (紫文, palavra formada pelos ideogramas de Murasaki e de escrito), entre outros.

O romance de Genji ou Genji Monogatari, obra clássica da literatura japonêsa, é considerada uma das mais antigas da história literária. Ela foi escrita em princípios do século XI, ao acercar-se o apogeu do período Heian. A obra conta a história do príncipe Genji através de cinqüenta e quatro capítulos, relatando toda a sua vida amorosa, sua recuperação do poder imperial e a vida de seus filhos após a sua morte. Dentre as traduções ao inglês figuram os nomes de Arthur Waley e de Royall Tyler.

Tanto por seu conteúdo como por sua extensão e qualidade literária, Genji Monogatari é considerada uma das obras mais influentes da literatura japonesa. Muitas pessoas a consideram o primeiro grande romance jamais escrito no mundo, isto no sentido moderno da palavra. Porém, vale notar que essa asserção é firmemente disputada, tanto por experts como por amadores.

Autores internacionais como Borges, Octavio Paz, Yasunari Kawabata e Marguerite Yourcenar mencionaram alguma vez durante a sua vida a grande importância da história de Genji Monogatari.

[editar] Autora

Apesar de não haver provas concretas a respeito da autoria desta obra, uma mulher que fazia parte da corte da imperatriz em finais do Século X e princípios do Século XI, chamada Murasaki Shikibu (紫式部, em japonês), geralmente é considerada a autora do livro.

Sabe-se o nome da autora somente indiretamente. Muitos literários acreditam que várias pessoas participaram de sua construção, especialmente na parte final da obra.

[editar] Leitura do manuscrito

A leitura do manuscrito é considerada bastante difícil, inclusive por pessoas do japão, devido a diversos fatores. Primeiro, durante o período Heian, a realeza considerava de bom gôsto falar citando ou parafraseando refrões ou poesías. A obra foi escrita para, ou seja, dirigindo-se às mulheres da realeza do período Heian, uma época em que a prática geral era não se referir a uma pessoa diretamente pelo seu nome. Justamente por isso é que no livro os personagens masculinos são chamados por seu cargo, ou título, qualificação, etc. enquanto que as mulheres recebem sua identidade baseado em seus trajes, sua relação a algum personagem importante ou mesmo as primeiras palavras proferidas por uma mulher ao entrar em cena.

Outra dificuldade é o fato de que o romance foi escrito em caractéres tipo kana, devido ao fato de que os caracteres kanji eram reservados para serem escritos somente por homens, gerando muitas palavras ambígüas no texto, termos que não são facilmente deduzíveis nem mesmo em seu devido contexto. Apesar de ter escrito a obra em kanji, sabe-se que a autora era exímia com os caracteres chineses os quais, aliás, foram introduzidos no Japão para servir de forma escrita da língua japonesa (o que também ocorreu em outras culturas do mundo oriental, fazendo dos caractéres chineses uma forma de língua franca na região).

Apesar da obra ser um romance, a autora –que era uma poetisa da realeza–, assim, ela consagrou em sua obra numerosos poemas e com isso acabou também preservando este formato literário do período Heian japonês para gerações subseqüentes.