Guerra do Pacífico (1937–1945)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Guerra do Pacífico foi a parte da Segunda Guerra Mundial que ocorreu no Oceano Pacífico, nas suas ilhas e na Ásia de Leste, de 1937 a 1945. As acções mais decisivas ocorreram após o Japão atacar os territórios dos norte-americanos, britânicos e holandeses em Dezembro de 1941.
Índice |
[editar] Participantes
A Guerra do Pacífico começou dois anos antes do início da Segunda Guerra Mundial na Europa. A Guerra no início foi combatida entre o Japão e os seus aliados (Tailândia, Manchukuo e o Governo Wang Jingwei que controlava as regiões costeiras da China de Nanjing), e as suas colónias (Coreia e Taiwan) do outro lado. Do outro lado estavam as potências Aliadas, incluindo a China, os Estados Unidos da América, a Grã-Bretanha e o Império Britânico (incluindo a Índia, então sob controlo britânico), Austrália, a Holanda, a Nova Zelândia, e o Canadá. A União Soviética combateu um pequeno conflito fronteiriço, não declarado, com o Japão em 1939, e então permaneceu neutro até Agosto de 1945, quando se juntou aos Aliados e invadiu Manchukuo.
A Alemanha Nazista foi um aliado do Japão e alguns submarinos alemães operaram no Oceano Pacífico e Índico entre 1940 e 1945. A cooperação entre os dois países era limitada.
[editar] Conflito entre a China e o Japão
As raízes da guerra começaram nos finais do século XIX com a China mergulhada num caos político e com o Japão rapidamente em modernização. Nos finais do século XIX e no início do século XX, o Japão interveio e finalmente anexou a Coreia e expandiu a sua influência política e económica até à China, particularmente à Manchúria. Esta expansão de poder foi ajudada pelo facto que por 1910, a China tinha se fragmentado em vários senhores da guerra, que controlavam várias áreas, e com um governo central fraco e ineficaz. Contudo, a situação da fraca China sem condições para resistir às exigências japonesas começou a terminar nos finais dos anos 20. Em 1927, Chiang Kai-shek e o Exército Revolucionário Nacional do Kuomintang dirigiram a Expedição Noroeste. Chiang conseguiu derrotar os senhores da guerra no sudoeste e no centro da China. Com medo que Zhang Xueliang (o senhor da guerra que controlava a Manchúria) estivesse prestes a declarar a sua lealdade para com Chiang, os japoneses planearam o Incidente de Mukden e implantaram o estado fantoche de Manchukuo.
Não existem provas que o Japão nunca teve intenção de directamente administrar a China ou que as acções Japonesas na China fizessem parte de um programa de domínio mundial. Em vez disso, os objectivos japoneses na China (fortemente influenciados pelo colonialismo europeu do século XIX) eram de manter e assegurar recursos naturais e de ter governos amigáveis na China que não actuassem contra os interesses japoneses. Embora as acções japonesas não tivessem sido vistas inapropriadas entre as potências europeias colonialistas século XIX, em 1930, as noções da autodeterminação de Wilson significavam que as forças militares em suporte ao colonialismo não eram vistas como um comportamento apropriado pela comunidade internacional.
Deste modo, as acções japonesas na Manchúria foram fortemente criticadas e foram motivo da desistência japonesa da Liga das Nações. Durante os anos 30, a China e o Japão chegaram a um impasse com Chiang a concentrar os seus esforços a eliminar os Comunistas, a quem ele considerava serem um perigo ainda mais fundamental que os japoneses.
Entretanto, no Japão, uma política de assassínio por sociedades secretas e os efeitos da Grande Depressão tinham causado o governo civil a perder o controlo dos militares. Em adição, o alto comando militar tinha controlo limitado sob os exércitos que actuavam sob os seus próprios interesses, muitas vezes em contradição com o interesse geral nacional.
[editar] A guerra Sino-Japonesa
Em 1937, Chiang foi raptado por Zhang Xueliang no incidente Xian. Como condição pela sua libertação, Chiang prometeu unir os Comunistas e combater os japoneses. Em reposta a isto, os oficiais do exército japonês de Kwantung, sem o conhecimento do seu alto comando em Tóquio, atacaram os japoneses no incidente da Ponte Marco Polo a 8 de Julho, de 1937, que sucedeu na provocação de um conflito entre a República da China e o Império Japonês.
Em 1939 as forças japonesas tentaram se expandir para o Leste Soviético da Manchúria. As forças japonesas acabaram por surpreendentemente serem derrotadas na Batalha de Halhin Gol por uma força mista de soviéticos e mongóis liderada por Georgy Zhukov. Isto parou a expansão japonesa para o norte e o Japão e a União Soviética manteriam uma paz difícil até 1945.
Por volta de 1941, o Japão e a China continuavam num impasse. Embora o Japão tivesse ocupado maior parte do norte e do centro da China, o Kuomintang tinha retirado para o interior colocando uma capital provisória em Chongqing enquanto o Partido Comunista da China continuava em controlo de áreas base em Shaanxi. Em adição, o controlo japonês no norte e centro da China era de certo modo sinuoso, no qual o Japão geralmente conseguia ter controlo das linhas férreas e das principais cidades, mas não tinha uma grande presença militar ou administrativa nos vastos arredores das cidades. Os japoneses descobriram então que a sua agressão contra o exército chinês em retirada e a reagrupar-se era paralisada pelo terreno montanhoso no sudoeste da China, enquanto os Comunistas organizavam actividades de guerrilha e de sabotagem atrás das linhas da frente japonesas.
[editar] Entrada dos Estados Unidos na guerra
Até ao ataque a Pearl Harbor, os Estados Unidos tinham-se mantido foram do conflito Asiático e Europeu. O "Primeiro Comité da América", com mais de 800 mil membros, tinha até esse dia sido contra qualquer intervenção norte-americana no conflito estrangeiro, até embora os Estados Unidos fornecessem ajuda militar à Grã-Bretanha e à União Soviética através de um programa Lend-Lease. Quatro dias depois do ataque a Pearl Harbor, a 11 de Dezembro, a Alemanha Nazi declarou guerra aos Estados Unidos, puxando o país para uma guerra de dois teatros de operações. Em 1941, o Japão tinha uma fracção da capacidade de produção que os Estados Unidos tinha, e era por isso vista como uma ameaça menos perigosa que a Alemanha.
As forças britânicas, indianas, holandesas e australianas, já tinham esgotado todo o seu pessoal e material numa guerra de dois anos com a Alemanha Nazi, e tinham-se concentrado fortemente no Médio Oriente, no Norte de África e noutras zonas do conflito, e estavam impossibilitadas de fornecer algo mais que uma fraca resistência contra os japoneses. Os Aliados já tinham sofrido várias derrotas desastrosas nos primeiros seis meses da guerra. Dois importantes navios de guerra britânicos, HMS Repulse e HMS Prince of Wales foram afundado pelo ataques aéreos japoneses na costa da Malásia a 10 de Dezembro de 1941. O governo da Tailândia rendeu-se após 24 horas de agressão japonesa e aliou-se formalmente com o Japão a 21 de Dezembro, e autorizou que as suas bases militares fossem utilizadas pelos japoneses contra Singapura e a Malásia. Hong Kong caiu a 25 de Dezembro e bases norte-americanas em Guam e na Ilha Wake foram perdidas quase ao mesmo tempo.