Guilherme de Schaumburg-Lippe
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Guilherme, nascido Frederico Guilherme Ernesto de Lippe-Schaumbur-Bückeburg (Londres, 1724 — Wölpinghausen, 1777), conhecido em Portugal como o Conde de Lippe em virtude de ser Conde reinante de Schaumburg-Lippe, foi um notável militar britânico de origem alemã do séc. XVIII.
Guilherme começou a sua vida militar nas Guardas Inglesas, de onde passou para a Marinha, tomando parte na campanha de 1745 contra os Turcos.
Em 1762 o governo inglês envia-o a Portugal. Neste ano a Espanha e a França, unidas pelo Pacto de Família, tinham pretendido que Portugal fechasse os seus portos aos navios ingleses, o que foi recusado pelo governo português e teve como consequência a chamada Guerra Fantástica, invasão da fronteira do Noroeste por tropas espanholas que tomaram Miranda, Bragança e Chaves. O exército português, abandonado deste a doença de D. João V, não tinha oficiais preparados para a guerra — o fardamento, soldados e armas eram praticamente inexistentes. O conde de Lippe e alguns oficiais ingleses e alemães tentaram organizar um exército resistente. As rendições precipitadas de muitas praças, o número de desertores e a demora no cumprimento das ordens, de que se teria queixado o ajudante-general Böhm, impressionaram o conde. Este, tomando conhecimento do pequeno valor militar das suas tropas, limitou-se a uma guerra de posições, procurando impedir que o exércio espanhol penetrasse em Portugal.
A Espanha, segundo escritores coevos, não se empenhou grandemente nesta luta que só foi activa na América do Sul. Acabada a guerra, o conde de Lippe continuou a tentar organizar o exército português que lhe fora confiado.
Assim, em 1764, realizou uma viagem de inspecção às regiões fronteiriças, mandando reparar as fortificações existentes e ordenando a construção de algumas novas. Dois anos depois regressa ao seu país, não devendo ter recebido o ordenado que fora fixado em 3000 libras anuais.
Regressa três anos depois e volta a percorrer o país certificando-se do efeito das suas reformas; durante a sua estadia realizaram-se grandes manobras de conjunto de 20 regimentos.
Continuou a lutar pelo melhoramento do exército português, mas o governo do Marquês de Pombal ignorou-o.
Vinte anos após a sua morte, o governo português compra os seus manuscritos referentes à defesa de Portugal; todos, ou a maior parte, foram levados para o Brasil com a invasão francesa em 1807.
Em sua homenagem, entre outros foi dado o seu nome ao Forte de Lippe em Elvas e a um dos mais notáveis regimentos do Exército Português, o actual Regimento de Infantaria Nº 1.