Jacques Lacan
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jacques Lacan | |
Nascimento | 13 de Abril de 1901 Paris, França |
---|---|
Falecimento | 9 de Setembro de 1981 Paris, França |
Nacionalidade | Francês |
Escola/tradição | Psicanálise, Estruturalismo, Pós-estruturalismo |
Principais interesses | Lingüística, Matemática |
Idéias notáveis | "Outro", "Desejo", Inconsciente estruturado, Estágio do espelho, Objet Petit a, Jouissance |
Influências | Sigmund Freud, Ferdinand de Saussure, Roman Jakobson, Edmund Husserl, Maurice Merleau-Ponty, Claude Lévi-Strauss, Karl Jaspers, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Alexandre Kojève |
Influenciados | Slavoj Zizek, Alain Badiou, Jacques-Alain Miller |
Jacques-Marie Émile Lacan (13 de abril de 1901, Paris - 9 de setembro de 1981, Paris) foi um psicanalista francês.
Lacan fez uma releitura do trabalho de Freud, mas acabou por eliminar vários elementos deste autor (descartando os impulsos sexuais e de agressividade, por exemplo). Para Lacan, o inconsciente determina a consciência, mas este é apenas uma estrutura vazia e sem conteúdo.
[editar] Pensamento
Segundo Lacan, quando alguém nasce, busca entender o que ele é, e acaba por se espelhar nos outros (o estágio do espelho), e essa é uma imagem falsa, pois ele só vê uma cópia dos outros, e não o "eu". Então o indivíduo acaba por perder esse "eu", que é inato e não socialmente constituído.
As falas do indivíduo exprimem vários significantes, mas estes acabam por não atingir nenhum significado, na medida em que a estrutura (o eu) é inatingível. Logo, sua individualidade é determinada por uma forma vazia e, para Lacan, impossível de se conhecer. Logo o significante remete a outros significantes.
O signo é arbitrário, o conceito não é criado a partir da coisa, mas sim determina o que é a coisa, logo, nada é explicável empiricamente.
Vivemos no plano da fala, onde o conteúdo é inatingível (plano do simbólico), as imagens (falsas) que temos sobre nós e os outros são o plano do imaginário, e o plano do real é inatingível (estrutura).
Mesmo se chegássemos ao conhecimento de uma dada estrutura, só conheceríamos a forma dessa, e nunca o conteúdo.
Lacan introduziu a questão do desejo que tinha sido escamoteada por Freud como figura clínica principal. O desejo como preenchimento de um vazio estrutural. Portanto a estrutura não é inatingível mas incontornável. O vazio esse sim é passível de sucessivos e intermináveis preenchimentos, sendo esta a questão fulcral da permanente crise do ser humano.
A psicanálise lacaniana visa à auto-experienciação pela vivência da travessia, no processo de análise, dos fantasmas que estruturam as existências individuais. Lacan introduziu a heterogeneidade no processo analítico contra uma uniformidade e pseudo-previsibilidade a que os post-freudianos conduziram a clínica psicanalítica. Lacan foi expulso da Sociedade internacional de Psicanálise, acontecimento esse que cindiu irremedialvelmente a escola psicanalítica mundial.
Os próprios post-lacanianos dividem-se actualmente em várias associações internacionais pois Lacan ao introduzir a ideia de singularidade de cada caso introduziu também a ideia da heterogeneidade dos vários processos analíticos. Uma das consequências práticas são as sessões de duração variável que causou escândalo entre os psicanalistas ortodoxos e foi a causa que formalmente condicionou o seu afastamento da sociedade internacional de psicanálise.
Mas essa divisão iniciada com o afastamento de Lacan era praticamente inevitável pois Lacan inaugurou, de facto, uma época nova na psicanálise. Há um ante e um pós-Lacan. Filósofos contemporâneos como Zizek definem Lacan como um filósofo de importância primordial para a compreensão da condição humana.
[editar] Ligações externas
- [1] Site do psicanalista Marco Antonio Coutinho Jorge com vários artigos, textos e entrevistas sobre Lacan
- Lacan en Portalpsicologia.org
- [2] Site com trabalhos clínicos e teóricos assim como uma curta entrevista com Sizék.
- [3] Site com artigos, textos e biografia de Jacques Lacan. www.lacan.k6.com.br