João Cabral de Melo Neto
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João Cabral de Melo Neto (9 de janeiro de 1920, Recife — 9 de outubro de 1999, Rio de Janeiro) foi um poeta e diplomata brasileiro. Pertencia a uma das mais tradicionais famílias do Pernambuco, sendo irmão do historiador Evaldo Cabral de Mello e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre.
Conhecida pelo rigor estético de seus versos, avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, a obra poética de João Cabral foi justamente reconhecida por laureações como o Prémio Camões (mais importante premiação da literatura em língua portuguesa) em 1990, o Neustadt International Prize for Literature em 1992 e o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 1994. Além de poeta, viajou pelo mundo inteiro em seu ofício como diplomata. Dos inúmeros países que conheceu, nutriu especial afeição pela Espanha, em especial a região de Sevilha, fonte de inspiração para muitos de seus versos, muitas vezes comparada a Recife. A primeira cidade onde serviu foi Barcelona, na década de 1940, quando conheceu grandes amigos como o pintor Juan Miró e o poeta Joan Brossa. Autor de Morte e Vida Severina (poema musicado por Chico Buarque), João Cabral foi também membro da Academia Brasileira de Letras.
[editar] Sobre sua obra
Quando o leitor é confrontado com a poesia de Melo Neto apercebe-se, a princípio, de um certo número de dualidades antitéticas, por vezes obsessivas. Entre espaço e tempo, entre o dentro e o fora, entre o maciço e o não-maciço. Entre o masculino e o feminino, entre o Nordeste desértico e a Andaluzia fértil, ou entre a Caatinga desértica e o úmido Pernambuco. É uma poesia que causa algum estranhamento porque não é emotiva, mas sim cerebral. Melo Neto não recorre ao pathos ("paixão") para criar uma atmosfera poética. Mas sim a uma construção elaborada e pensada da linguagem e do dizer da sua poesia.
Algumas palavras são usadas sistematicamente na poesia deste autor: cana, pedra, osso, esqueleto, dente, gume, navalha, faca, foice, lâmina, cortar, esfolado, baía, relógio, seco, mineral, deserto, asséptico, vazio, fome.
[editar] Bibliografia
- Pedra do Sono (1942)
- Os Três Mal-Amados (1943)
- O Engenheiro (1945)
- Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947)
- O Cão Sem Plumas (1950)
- O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife (1954)
- Dois Parlamentos (1960)
- Quaderna (1960)
- A Educação pela Pedra (1966)
- Morte e Vida Severina(1966)
- Museu de Tudo (1975)
- A Escola das Facas (1980)
- Auto do Frade (1984)
- Agrestes (1985)
- Crime na Calle Relator (1987)
- Primeiros Poemas (1990)
- Sevilha Andando (1990)
[editar] Ligações externas
- Biografia no Projeto Releituras
- Verbete no Panorama de Poesia e Crônica do Itaú Cultural
- Alguma Poesia
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