Jonas Savimbi
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Jonas Malheiro Sidónio Savimbi (3 de Agosto de 1934 — 22 de Fevereiro de 2002) foi durante mais de 30 anos o líder da UNITA em Angola.
[editar] Biografia
Jonas Savimbi nasceu e cresceu na província do Bié. Durante a sua juventude ganhou uma bolsa de estudos para a Europa (Portugal), onde viria a se formar em ciências politicas. A maior parte da vida adulta do líder da UNITA foi passada como líder da guerrilha. Fluente em português, inglês e francês, Savimbi costumava reservar essas línguas para contatos com seus opositores políticos, diplomatas ou jornalistas. No dia-a-dia, Savimbi usava o dialecto Ovimbundu para se exprimir.
A UNITA - Movimento do Galo Negro foi supostamente criada por Savimbi em 1966 para combater o colonialismo português. Os seus "inimigos" argumentam, no entanto, que Savimbi era, ao contrário, um delator para o Governo português, que informava dos movimentos dos rebeldes na ex-colónia. O líder da UNITA podia ter chegado ao poder, com o fim do colonialismo, tendo-lhe sido proposta uma partilha do poder no governo de transição com a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Apesar do apoio da África do Sul e dos EUA, a UNITA mostrou-se incapaz de combater contra a capacidade das tropas cubanas e soviéticas, que apoiavam o MPLA.
Em 1992, Savimbi concorreu a eleições e assinou um acordo de paz com o Governo de Angola. Os resultados deram-lhe a derrota e a situação ficou fora de controlo. O líder da UNITA retirou-se para a cidade de Huambo e optou pelo caminho da guerra civil, que causou a morte a milhares de pessoas. Em 1992 é a data do principio do fim de Savimbi. A sua presidência marcada por abusos sanguinários como fogueiras da morte, eliminações familiares (como a familia de Tito Chinguji), e constantes violações aos Direitos Humanos, eliminado todo e qualquer tipo de oposição existente no seio da UNITA, levaram a uma fuga maciça de quadros e de grande parte da direcção do galo-Negro em 1992. Foi celébre a fuga de Miguel Nzau Puna, a esta altura vice-Presidente da UNITA e Chefe de Estado Maior das FALA (exército da UNITA), entre outros.
E nem quando perdeu o apoio internacional — as Nações Unidas impuseram embargos de petróleo e armas à UNITA, e o ex-Presidente dos EUA, Bill Clinton, reconheceu formalmente o Governo de Angola — Savimbi voltou atrás, estabelecendo Huambo como a sua capital e deixando claro aos jornalistas com quem falava que o movimento que liderava pretendia a paz. A administração americana sentiu a vontade democrática no regime existente em Luanda, liderado pelo Presidente do MPLA e de Angola, o Engenheiro José Eduardo dos Santos.
Em 1994, a UNITA assinou os acordos de paz de Lusaca, depois de meses de negociações, e aceitou desmobilizar as suas forças, com o objectivo de conseguir a reconciliação nacional. O processo de paz prolongou-se durante quatro anos, marcado por acusações e adiamentos. A vice-presidência de Angola chegou a ser-lhe oferecida, bem como moradia em Luanda, mas Savimbi continuou no Bié. Savimbi desrespeitou continuamnte os acordos, em que, fez exigências que levaram a formação do GURN, em que, militantes da UNITA assumiram cargos no Governo como Ministérios da Saúde, Geologia e Minas, vice-ministros em todas as áreas e governos provinciais. Os deputados da UNITA aceitaram os seus assentos na Assembleia mais uma vez, Savimbi viu-se abandonado por quadros afectos a sua causa, e pela Comunidade Internacional que começava a visualisar os objectivos de Savimbi: tomar o poder pela força e a qualquer custo.
Em 22 de fevereiro de 2002, Jonas Savimbi foi morto na província do Moxico (Leste de Angola) durante uma operação das Forças Armadas Angolanas, que resultou ainda na morte de outros elementos da UNITA. Passados 15 dias, o país iniciou o processo de paz que dura até hoje. Paz, estabilidade e democracia, em Angola e na própria UNITA, que até altura só teve Savimbi como lider, ditador e implacavél sanguinário.
Jonas Savimbi criou (fundou) a UNITA como um verdeiro movimento de massas diferente dos já existentes (MPLA/FNLA). É falacioso dizer que ele esteve a serviço do governo colonial português, visto que desde estudante que foi perseguido por aquele governo, tendo sido forçado a abandonar a pátria Tuga. Por ocasião das "negociações" para a independência de Angola, o Governo português preferiu confiar o país (Angola) nas mãos do Dr. Agostinho Neto, lider do MPLA. Se tal fosse, teria sido mais lógico confiar tudo a Jonas Savimbi, tendo sido o ponta de lança dos portugueses em Angola, como se diz.
Savimbi perdeu a confiança não só do Governo racista português da altura, assim como dos próprios angolanos, quando se notou em 1975 que possuia um discurso racista e xenofobo que incentivava uma limpeza étnica e tribal em Angola, utilizando frases célebres nos seus discursos em 1972, como: "Os mulatos? A banga vai vos acabar" (a vossa arrogância terá término); "Os malanjinhos vão empurrar o comboio com os dentes."
Desde a morte de Savimbi que Angola vive em paz, e entrou num processo que se quer irreversível de desenvolvimento social, económico e politico.