Lagares (Penafiel)
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Concelho | Penafiel |
Área | 10,92 km² |
População | 2 463 hab. (2001) |
Densidade | 225,5 hab./km² |
Orago | S. Martinho |
Freguesias de Portugal ![]() |
Lagares é uma freguesia portuguesa do concelho de Penafiel, com 10,92 km² de área e 2 463 habitantes (2001). Densidade: 225,5 hab/km².Lagares fica situada no extremo sudoeste do concelho de Penafiel. Tem uma área de cerca de doze quilómetros quadrados e é formada pelos seguintes lugares: Castelo, Devesas, Escariz, Igreja, Lagares, Lapa, Lugar Novo (Devesas), Monte Santos, Ordins, Padrão, Quintandona, Ribas, S. Julião e Serra. Apesar de ter sofrido um grande desenvolvimento a partir do início do séc. XVIII, a sua existência remonta, todavia, a épocas bem anteriores. A influência dos romanos fez-se sentir nesta freguesia. A toponímia atesta esta afirmação. Escariz (Ascariz de Ascariguiz) e Quintandona (de Quintã de Ónega ou de Dona Ónega) isto nos provam. Seriam notáveis núcleos populacionais deste território, fundamentais para a sua organização. Segundo J. Monteiro de Aguiar, os primeiros documentos escritos referentes à "villa de Lagares" datam de 1088. A igreja de S. Martinho de Lagares, apresentando-se hoje com a volumetria arquitectónica desenvolvida nos sécs. XVIII e XIX, é o património construído mais antigo da freguesia e com um passado histórico relevante. Esteve ao culto até 22.08.1971. Nela se encontrou uma ara romana. As inscrições que apresenta dedicam-a aos Lares Anaeci. Esta ara terá sido reutilizada, mais tarde, como base do altar do templo cristão existente entre os sécs. X-XI. Na Idade Média a freguesia de Lagares inseria-se no chamado território da Anégia. Entre os valores arqueológicos existentes nesta freguesia, salientemos: várias sepulturas medievais, moedas em cobre (ceitis e reais de D. Sebastião), cerâmicas, um machado de pedra polida e ainda um capitel toscano tardio, datado do séc. IV. Em 1153, segundo Frei António Assun-ção Meireles, há notícia da doação de bens ao Mosteiro de Paço de Sousa por Baemira Austriz e sua irmã. Em 1184, Mendo Moniz e sua mulher Cristina doaram também a parte do padroado que lhes pertencia, ao referido Mosteiro. Este mesmo padroado viria a ser confirmado por Gregório X e só em 1614 a vigairaria desta igreja seria separada, ficando a pertencer ao Colégio dos Jesuítas em Évora. No séc. XVIII, quando da extinção da Companhia de Jesus e doação dos seus bens à Fazenda da Universidade de Coimbra, a igreja veio a ser incorporada por Provisão Régia de 4 de Julho de 1774, no padroado novo daquela instituição universitária. No Foral Manuelino de Penafiel, o Rei Venturoso, não esquece alguns casais de Lagares exigindo alguns tributos para consolidação das finanças régias, e portanto dar força ao poder central. No séc. XVI, em Lagares um casal do lugar de Escariz, pertencia a uma filha de Pero Vaz de Caminha e de sua mulher Catarina Vaz. Estas casas eram emprazadas pelo Mosteiro de Paço de Sousa a Isabel de Caminha e seu marido de nome Osório. A maior parte das terras pertenceram, até ao séc. XVIII, às Mesas Abacial e conventual do Mosteiro de Paço de Sousa. Lagares, reitoria (mais tarde abadia) e sua anexa S. Tiago da Capela, foram de apresentação da mitra e comenda da Ordem de Cristo. Era seu comendador o Conde de Ega e Alcaide-Mor das vilas de Guimarães e Soure. Ayres Saldanha de Albuquerque Coutinho Mattos e Noronha.