Le tigre
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Os anos 90 não só viram o movimento grunge dando a cara do rock que viria a ser produzido nos anos seguintes, como também deram origem a duas cenas distintas, mas que tinham muito em comum. O Queercore (bandas assumidamente gays que tocavam rock pesado e faziam letras bem politizadas) e as Riot Grrrls (garotas feministas influenciadas pro bandas como o Bikini Kill) davam voz a uma nova anarquia, uma nova atitude. Ambos "movimentos" (com o perdão da palavra) lutavam pela igualdade de direitos, pelo respeito e pela não-submissão as regras hipócritas da sociedade machista e retrógrada. Uma das bandas pioneiras da cena riot foi o Bikini Kill, liderado pela incansável Kathleen Hanna. O Bikini Kill foi formado no final dos anos 80, quando Kathleen (uma ex-stripper) juntou-se a Tobi Vail e Kathi Wilcox primeiramente para montar um fanzine feminista também chamado Bikini Kill. A banda desde o começo chamou muita atenção por sua provocativa postura política, obrigando inclusive os homens que assistiam seus shows a ficarem na parte de trás para que as garotas pudessem dançar a vontade em frente ao palco. Durante os shows, a banda convidava as garotas da platéia para subirem ao palco e deixarem suas opiniões. O Bikini Kill lançou alguns álbuns muito bem aceitos pelo público e crítica, mas decidiram acabar com o projeto logo em 1998. No mesmo ano, Kathleen recruta as amigas Sadie Benning (videomaker) e a fanzineira Johanna Fatemane forma o Le Tigre. A proposta é a mesma do Bikini Kill: atitude rock'n'roll contra a mediocridade. O som misturava pitadas de música eletrônica com um punk rock nervoso, cheio de hormônios, mas afim de muita diversão, aliado a letras tão politizadas quanto as do Bikini. O primeiro CD da banda, chamado "Le Tigre", sai em 1999 e causa um grande furor na cena alternativa em todo o mundo. Depois de uma bateria de shows, muita coisa acontece. Sadie Benning saiu da banda e foi substituída por J. D. Samson e o single "Hot Topic" é lançado, tornando-se uma espécie de cartão-postal da banda. Em seguida o EP "From the Desk of Mr. Lady" aparece e serve como divisor de águas para o Le Tigre. O que muitos pensavam em se tratar apenas mais um projeto de vida curta agora já era uma banda formada e com uma fiel constelação de admiradores. Com a carreira em alta, elas lançam o CD "Feminist Sweepstakes". O CD é mais agressivo que os trabalhos anteriores e a banda deixa de vez de ser classificada como um "casamento entre o B-52's e o Bikini Kill" e traz letras mais politizadas e melodias menos alegres. Mas nem por isso o Le Tigre deixa a bola cair e faz deste CD um dos seus melhores trabalhos. As letras sempre foram a grande força por trás do trabalho da banda: em "Get Off the Internet", por exemplo, elas gritam: "Onde estão meus amigos? Saiam da Internet! Eu quero encontrar vocês nas ruas!". Na música "Mediocrity Rules" a crítica vai direto aos machões que se acham superiores a tudo: "Quando estou com você a mediocridade é a regra" e termina num refrão onde o grito do famoso Fred Flintstone ("Yabbba dabba dabba doo") define bem a mentalidade deles. Em "Bang! Bang!", o protesto é contra os crimes envolvendo racismo e discriminação. Apesar de ter um forte teor feminista, as letras do Le Tigre também caem como uma luva para os gays e lésbicas, afinal de contas, passamos pelos mesmos problemas, julgamentos, e falta de respeito e direitos impostos pela sociedade que tanto prega os "valores, moral e bons costumes". O Le Tigre é uma perfeita lavagem cerebral para a sociedade machista, ignorante e burra em que vivemos. Afinal, já faz tempo em que saímos da Idade da Pedra, não é mesmo? Ou será que não? Texto escrito por: Luh♀
[editar] Fim do Bikini Kill, Julie Ruin e o começo do Le tigre
Kathleen Hanna surprende! Continua a conduzir uma unidade criativa intervencionista. Ainda antes do fim das Bikini Kill, Kathleen começara o projeto Julie Ruin. Julie é como que um alter-ego de Kathleen onde esta pode explorar a música sem depender do formato convencional de canção ou do suporte fornecido por uma banda, pondo-se assim em cheque e com o qual editou em 1998 o álbum "Julie Ruin". Não levou muito tempo até que Kathleen se voltasse a integrar num colectivo. Arregimentadas que foram a realizadora de vídeo Sadie Benning e a editora de fanzines Johannah Fateman rapidamente o veículo Le Tigre se colocou em marcha. O som continua a ser anárquico, virulento, caótico e claro, rock. Mas já não é o grito vociferante das Bikini Kill que queriam tomar de assalto aos homens o universo rock e transformar todos os seus clichés, em particular os visuais e o comportamento alarve e misógeno que o dito parece muitas vezes comportar.
[editar] Discografia
- Le Tigre! (1999)
- Feminist Sweepstakes(2001)
- This Island (2004)
[editar] Links
- Site oficial (em inglês)
- Vídeos de shows,clips e entrevistas