Ludwig van Beethoven
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Ludwig van Beethoven (Bonn, 16 de Dezembro de 1770 — Viena, 26 de Março de 1827) foi um compositor erudito alemão do período de transição entre o Classicismo e o período romântico . É considerado o maior e mais influente compositor do século XIX. Suas 32 sonatas para piano são consideradas o "Novo Testamento da Música", sendo o Cravo Bem-Temperado de Johann Sebastian Bach, o "Antigo Testamento".
[editar] Biografia
Beethoven foi batizado a 17 de Dezembro de 1770, tendo nascido presumivelmente no dia anterior na Renânia do Norte (Alemanha). Seu pai era tenor na corte de Colônia (Köln em língua alemã) e também lecionava. Foi dele que Beethoven recebeu as suas primeiras lições de música.
A mãe de Beethoven, Maria Magdalena Keverich (1746-1787) casou-se duas vezes. O primeiro marido foi Johann Leym (1733-1765). Tiveram apenas um filho, Johann Peter Anton, que nasceu e morreu em 1764. Depois da morte do marido, Magdalena, viúva, casou-se com o futuro pai de Beethoven, Johann van Beethoven (1740-1792), músico alcoólico. Tiveram sete filhos: o primeiro Ludwig Maria que nasceu e morreu no ano de 1769; o segundo Ludwig van Beethoven (1770-1827), o compositor, que morreu com 56 anos; o terceiro Caspar Anton Carl van Beethoven (1774-1815) que também tinha dotes para a Música e que morreu com 41 anos; o quarto Nicolaus Johann van Beethoven (1776-1848), que se tornou muito rico, graças à indústria farmacêutica, e que morreu com 72 anos; a quinta Anna Maria, que nasceu e morreu em 1779; o sexto Franz Georg (1781-1783), que morreu com dois anos de idade; e a sétima Maria Magdalena (1786-1787), que morreu com apenas um ano de idade. Portanto, Beethoven – que foi o terceiro filho da sua mãe e o segundo do seu pai – teve sete irmãos, cinco dos quais morreram na infância. Quanto aos irmãos vivos, Beethoven foi o primeiro, Caspar foi o segundo e Nicolaus o terceiro.
Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados mas sempre revelou um talento exepcional para a música. Com apenas nove anos de idade foi confiado a Christian Gottlob Neefe (1748-1798) que lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos. Os seus progressos são de tal forma notáveis que 1784 já era segundo organista da capela do Eleitor. Pouco tempo depois é violetista na orquestra da corte. Em 1787 é enviado para Viena para estudar com Mozart onde este reconheceu imediatamente o talento prodigioso de Beethoven e onde proferiu a célebre frase "Não o percam de vista, um dia há de dar que falar".
Tinha como hábito despejar água gelada sobre a cabeça sob o pretexto de que isso estimulava o cérebro.
Em 1792, muda-se para Viena, e, afora algumas poucas viagens, permaneceria lá para o resto da vida. Durante os anos 1790, firma uma sólida reputação como pianista virtuose e compõe suas primeiras obras-primas: Três Sonatas para piano Op.2 (1795), Concerto para Piano No.1 em Dó maior Op.15 (1795), Sonata No.8 em Dó menor Op.13 [Sonata Patética] (1798), Seis Quartetos de cordas Op.18 (1800).
Em 2 de Abril de 1800 sua Sinfonia Nº1 em Dó maior Op.21 estréia em Viena, mas no ano seguinte ele confessa aos amigos que não estava satisfeito com o que tinha composto até então e que havia decidido seguir “um novo caminho”.
Pelos seus 24 anos (1794), Beethoven sentiu os primeiros indícios de surdez. Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena, fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares, mas os seus ouvidos permaneciam enrolhados. Desesperado, entrou em crise depressiva e pensou em suicidar-se. Em 1802, escreve o seu testamento aos seus dois irmãos vivos Karl e Johann: é o «Testamento de Heilingenstadt».
Embora tenha feito muitas tentativas para tratá-la durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos (1816), ficou completamente surdo. Apesar de tudo, de 1816 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais em total surdez. Outros compositores como Smetana e Fauré também compuseram música em estado de surdez completa. Beethoven não é o único caso, embora o mais falado.
Em 1803 Beethoven começa a trilhar este “novo caminho” com a Sinfonia nº 3 em Mi bemol maior Op.55 [Eroica], uma obra sem precedentes na história da música sinfônica, considerada o início do período Romântico na Música Erudita. Os anos seguintes à Eroica foram de extraordinária fertilidade criativa e viram surgir numerosas obras-primas: Sonata nº 21 em Dó maior Op.53 [Waldstein] (1804), Sonata nº 23 em Fá menor Op.57 [Appassionata] (1805), Sinfonia No.4 em Si bemol maior Op.60 (1806), Três Quartetos de cordas Op.59 [Rasumovsky] (1806), Sinfonia No.5 em Dó menor Op.67 (1808), Sinfonia nº 6 em Fá maior Op.68 [Pastoral] (1808), Concerto para Piano nº 4 em Sol maior Op.58 (1807), Concerto para Violino em Ré maior Op.61 (1806), Concerto para Piano nº 5 em Mi bemol maior Op.73 [Imperador] (1809), Quarteto em Fá menor op.95 [Serioso] (1811), Sinfonia nº 7 em Lá maior Op.92 (1812), Sinfonia nº 8 em Fá maior (1812), e a primeira versão da única ópera de Beethoven, Fidelio (a versão definitiva é de 1814).
Depois de 1812, a surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho o levaram a uma crise criativa que faria com que durante esses anos ele escrevesse poucas obras importantes.
A partir de 1818 Beethoven, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: Sonata nº 29 em Si bemol maior op.106 [Hammerklavier] (1818), Sonata nº 30 em Mi maior Op.109, Sonata nº 31 em Lá bemol maior Op.110 (1822), Sonata nº 32 em Dó menor Op.111 (1822), Variações Diabelli Op.120 (1823), Missa Solemnis Op.123 (1823). A culminância desses anos foi a Sinfonia nº 9 em Ré menor Op.125 (1824), para muitos a sua obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Schiller “Ode à Alegria”, feita pelo próprio Beethoven. Ele estava totalmente surdo quando compôs essa sinfonia.
Os anos finais de Beethoven foram dedicados quase que exclusivamente à composição de quartetos de cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras: Quarteto em Mi bemol maior Op.127 (1825), Quarteto em Lá menor Op.132 (1825), Quarteto em Si bemol maior Op.130 (1826), Grande Fuga Op.133 (1826), Quarteto em Dó sustenido menor Op.131 (1826) e Quarteto em Fá maior Op.135 (1826). Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer em 26 de Março de 1827 estava trabalhando em uma décima Sinfonia. Conta-se que cerca de dez mil pessoas compareceram aos seus funerais. Entre os presentes, Franz Schubert.
[editar] Obras
- 9 sinfonias
- 5 concertos para piano
- Concerto para violino
- Concerto Tríplice para piano, violino, violoncelo e orquestra
- 32 sonatas para piano
- 16 quartetos de cordas
- 10 sonatas para violino e piano
- 5 sonatas para violoncelo e piano
- 12 trios para piano, violino e violoncelo
- Bagatelas ("Klenigkeiten") para piano, entre as quais a famosíssima Bagatela para piano "Für Elise" ("Para Elisa")
- Missa em Dó Maior
- Missa em Ré Maior ("Missa Solene")
- Oratório "Christus am Ölberge", op. 85 ("Cristo no Monte das Oliveiras")
- Fantasia Coral, op. 80 para coro, piano e orquestra
- Aberturas
- Danças
- Ópera Fidelio
- Canções
Veja também lista completa das obras de Beethoven na Wikipédia em italiano.
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