Mal-do-panamá
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Mal-do-Panamá
O mal-do-Panamá é uma doença endêmica por todas as regiões produtoras de banana do mundo. No Brasil, o problema é ainda mais grave em função das variedades cultivadas, que na maioria dos casos são susceptíveis.
O mal-do-Panamá é causado por Fusarium oxysporum f. sp. cubense (E.F. Smith) Sn e Hansen. As principais formas de disseminação da doença são o contato dos sistemas radiculares de plantas sadias com esporos liberados por plantas doentes e, em muitas áreas, o uso de material de plantio contaminado. O fungo também é disseminado por água de irrigação, de drenagem, de inundação, assim como pelo homem, por animais e equipamentos. Sintomas Plantas infectadas exibem um amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas,começando pelos bordos do limbo foliar e evoluindo no sentido da nervura principal. Posteriormente, as folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de um guarda-chuva fechado. Emepa
É comum constatar-se que as folhas centrais das bananeiras permanecem eretas mesmo após a morte das mais velhas. É possível notar, próximo ao solo, rachaduras do feixe de bainhas, cuja extensão varia com a área afetada no rizoma.Internamente, observa-se uma descoloração pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule provocada pela presença do patógeno nos vasos. Emepa
O mal-do-Panamá quando ocorre em variedades altamente suscetíveis como a banana maçã, provoca perdas de 100% na produção. Já nas variedades tipo prata, que apresentam um grau de susceptibilidade bem menor do que a maçã, a incidência do mal-do-Panamá, geralmente, situa-se num patamar dos 20% de perdas. O nível de perdas é também influenciado por características de solo, que em alguns casos comporta-se como favorecendo ao patógeno, como o pH<5.
Recomendações de controle do mal-do-Panamá O sistema tecnicamente proposto e o mais recomendado, prevê a utilização de variedades resistentes ao mal-do-Panamá, que serão apresentadas a seguir, com as principais características varietais e informações de resistência sobre as mesmas: Caipira - nome original é Yangambi Km 5, oriunda da África Ocidental, introduzida no Brasil, pela Embrapa Mandioca e Fruticultura; planta rústica, com pseudocaule verde-amarelo-pálido, com manchas escuras próximas à roseta foliar; folhas eretas e estreitas, com margens dos pecíolos avermelhadas; cacho cilíndrico. A ráquis masculina é desprovida de brácteas. Frutos, curtos e grossos, possuem sabor levemente adocicado, podendo ser consumidos in natura ou processados artesanal e industrialmente na forma de farinha e doces. Grupo genômico AAA, apresenta porte médio a alto, ciclo vegetativo de 383 dias, perfilhamento abundante, o peso dos cachos pode atingir 40 kg, cachos com mais de 10 pencas, produzindo até 360 frutos/cacho. É uma cultivar bastante conhecida internacionalmente pelas suas características de resistência aos principais problemas fitossanitários da cultura. É resistente à Sigatoka-negra, Sigatoka-amarela, mal-do-Panamá e broca-do-rizomae, porém, susceptível ao moko e ao nematóide cavernícola. Suas principais características agronômicas são adequadas para o Estado da Paraíba.
Thap Maeo - selecionada na Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA, é uma variante da ‘Mysore’. Apresenta pseudocaule menos manchado, mais vigor e cachos maiores; capacidade produtiva de 30 a 35 t/ha, quando cultivada em solos de boa fertilidade, sob condições de sequeiro, usando as práticas culturais recomendadas para a cultura. Em solos de baixa fertilidade, na Região Amazônica, tem apresentado um bom grau de rusticidade e produtividade em torno de 25 t/ha. Apesar de rústica, recomenda-se seu cultivo em solos profundos, bem drenados e realizadas as adubações de rotina. Grupo genômico AAB, apresenta porte alto, ciclo vegetativo de 394 dias, perfilhamento bom, o peso dos cachos pode atingir 30 a 35 kg, cachos com mais de 10 pencas com até 250 frutos/cacho. É resistente à Sigatoka-negra, Sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá, moderadamente resistente à broca-do-rizoma e ao nematóide cavernícola e susceptível ao moko.
Prata (Pacovan) Ken - obtida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, é um tetraplóide AAAB, resultante do cruzamento entre o diplóide M-53 (AA) com a cv. Pacovan (AAB), pertencente ao subgrupo Prata. Produz frutos cujo formato e sabor assemelham-se em muito com frutos das cultivares do subgrupo Prata. Apresenta porte alto, ciclo vegetativo de 421 dias, perfilhamento bom, os cachos podem atingir 30 kg com 7 a 10 pencas. A produtividade esperada da cv. Prata (Pacovan) Ken, sob condições de sequeiro, em solos profundos, bem drenados, de média a alta fertilidade, seguindo as recomendações do sistema de produção, pode variar de 22 a 24 t/ha/ano. Apresenta resistência à Sigatoka-negra, Sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá e susceptibilidade ao moko e ao nematóide cavernícola.