Manuel de Bragança, Infante de Portugal
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O Infante D. Manuel de Bragança (Lisboa, 3 de Agosto de 1697 - Belas, 3 de Agosto de 1766), de seu nome completo Manuel José Francisco António Caetano Estêvão Bartolomeu de Bragança, era o sétimo filho de Pedro II de Portugal e da rainha Maria Sofia de Neuburgo, sendo irmão do rei João V de Portugal.
Aos dezoito anos embarcou secretamente para os Países Baixos. Pedido o seu regresso à pátria, veio por Paris, onde foi hóspede do conde da Ribeira Grande. Mas voltou a fugir, frustrando os intentos de D. João V. De Paris o infante passou à Hungria, no período da segunda guerra entre os Habsburgos e a Turquia.
Na Batalha de Petrovaradin em 1716 nas operações de limpeza depois do combate, tomou o comando de um destacamento designado para flagelar os turcos em fuga, mas esta surtida teria acabado mal se não lhe acudissem oficiais mais experimentados do que ele.
Tal proeza encontrou eco nas folhas volantes da época na literatura portuguesa: o Eclipse da Lua Otomana e a Notícia Sumária da Gloriosa Vitória Alcançada pelo Sereníssimo Príncipe Eugénio Francisco de Sabóia. Após as proezas bélicas do infante, a quem chamam «filho de Vénus e Marte» ou ainda o «Marte Lusitano», fácil era dar uma explicação para a sua saída do país: vendo Portugal em paz, D. Manuel procurara zonas em guerra pois setntia falta do combate, segundo Caetano de Sousa.
Conhecido nas altas rodas aristocráticas europeias, o Journal de Verdun regista os movimentos do príncipe; e a sua fama mundana inspirou dois escritores franceses contemporâneos: Madame Dunoyer, nas suas Lettres Historiques et Galantes, descreve com admiração as graças do príncipe e as festas dadas em sua honra pelo conde de Tarouca. O abbé Prévost no seu livro Mémoires et Aventures d'un Homme de Qualité que s'est retiré du Monde, vol. IX, conta à sua maneira, as razões por que o príncipe teria deixado Portugal: uma história de amor, rematada pelo suicídio da mulher amada.
Durante dezassete anos viveu depois o infante a vida da aristocracia europeia, aspirando a mão de princesas. Nomeadamente, esteve na Itália, na Rússia (em 1730), em Riga e em Varsóvia, tendo sido aventado o seu nome para rei da Polónia (1733). Sem meios para viver, pois a coroa portuguesa não sustentava o estadão e pretensões do infante, conforme vários documentos o comprovam, acabou por regressar a Portugal em 1734. As suas dívidas foram parcialmente pagas mediante um adiantamento da herança paterna.
Aqui estabeleceu «corte na aldeia»: em Belas, numa propriedade do conde de Pombeiro. Houve quem pretendesse, mais tarde, uma conspiração em Minas Gerais no intuito de aclamar Rei do Brasil o infante D. Manuel. Sobreviveu ao monarca e ao terramoto, vindo a falecer solteiro e com poucos meios na quinta de Belas. Está sepultado no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.