Milton Santos
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Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, 3 de maio de 1926 — São Paulo, 25 de junho de 2001) foi advogado e um dos geográfos expoentes da geografia brasileira após a década de 1970.
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[editar] Biografia
Apesar de ter se graduado em Direito, desenvolveu trabalhos em diversas áreas da Geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação na geografia brasileira ocorrida nos anos 70.
Durante toda a vida buscou métodos e visões diferentes para encarar seus temas de estudo. Lecionou em diversas universidades mundo afora, no seu o exílio durante a ditadura militar no Brasil: Paris (França), Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Dar es Salaam (Tanzânia). Também lecionou na Venezuela e Reino Unido. Regressou ao Brasil em 1977, tendo trabalhado na Universidade Federal Fluminense e ingressando na Universidade de São Paulo em 1984.
Faleceu em 2001, aos 75 anos de idade, deixando uma vasta obra.
[editar] Gênio e reconhecimento
Embora pouco conhecido fora do meio acadêmico, Santos foi o geógrafo brasileiro que maior reconhecimento alcançou fora do país, tendo recebido, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, considerado o "Nobel" da geografia (este prêmio é conferido por universidades de 50 países).
Milton Santos foi dos poucos cientistas brasileiros que, expulsos durante a ditadura militar (naquilo que foi conhecido por "êxodo de cérebros"), voltaram depois ao país. Seu "passe" foi disputado por diversas universidades, que o queriam em seus quadros.
- Sua obra "O espaço dividido", de 1975, é hoje considerado um clássico mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos.
- Suas idéias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento - conceitos depois desenvolvidos por outros.
[editar] Espaço: abordagem inovadora
A obra de Milton Santos é inovadora ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.
As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro.
Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico.
Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.
Estas idéias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp,2002).