Wikipedia for Schools in Portuguese is available here
CLASSICISTRANIERI HOME PAGE - YOUTUBE CHANNEL
SITEMAP
Make a donation: IBAN: IT36M0708677020000000008016 - BIC/SWIFT:  ICRAITRRU60 - VALERIO DI STEFANO or
Privacy Policy Cookie Policy Terms and Conditions
Olney São Paulo - Wikipédia

Olney São Paulo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Este artigo precisa ser wikificado.
Por favor formate este artigo de acordo com as diretrizes estabelecidas no livro de estilo. Remova este aviso somente depois de todo o texto estar wikificado.


Autoria: Iza Calbo (jornalista e escritora)

Olney São Paulo: 70 anos de esquecimento

       Sem desmerecer, muito longe disto mesmo, o trabalho de Glauber Rocha e outros cineastas da época, não é possível resumir o Cinema Novo Baiano a esta “panelinha” - num bom sentido – deixando de fora o nome de Olney São Paulo (1936-1978). Mas, a verdade, é que este “mártyr do Cinema Novo” como chegou a ser chamado pelo amigo e contemporâneo Glauber Rocha, é desconhecido pela maioria. Exceto em sua terra natal (Riachão do Jacuípe), Feira de Santana - dois interiores baianos -, na lembrança da família, amigos e, pasmem, Orson Wells, que ficou encantado com o trabalho do então jovem cineasta.

Contudo, neste País de memória perdida, o aniversário de 70 anos de Olney São Paulo, se vivo estivesse, último 7 de agosto deste ano (2006), passou em brancas nuvens. Pior: foi marcado pela morte, no dia 9, do mesmo mês, de um de seus quatro filhos, o ator Irving São Paulo. E, por uma coincidência sem graça, ambos deixaram este mundo com a mesma idade: 41 anos. E agora jazem no Cemitério São João Batista, no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro. O cineasta deixou um legado de 14 filmes, entre curtas, médias e longas – a maior parte se estragando em depósitos de instituições sérias, mas às quais não cabe a restauração da obra –livros, artigos em jornais e uma série de prêmios nacionais e internacionais. Motivo de teses nas universidades de Feira de Santana, chegou a ser focalizado pela jornalista Ângela José na biografia Olney São Paulo – A Peleja do Cinema Sertanejo (Quartet Editora, 1999), dificilmente encontrado nas livrarias baianas.

       Vítima da ditadura militar, Olney São Paulo foi o único artista a ser torturado por uma obra, o filme Manhã Cinzenta (finalizado em 1969 e baseado num conto de dois anos antes). Em 21 de junho de 1967, a equipe foi às ruas do centro do Rio gravar um protesto. Saldo: mil presos, 57 feridos e três mortos. O ator Sonélio Costa, o Índio, atualmente morando na França, foi detido no Dops por dois dias. No dia 13 de dezembro, o Ato Institucional número 5 viria para silenciar os protestos e a criatividade. 
       Manhã Cinzenta foi exibido apenas para os amigos. Em agosto de 69, ganhou sessão prive na Cinemateca do MAM. Para evitar cortes, Olney fez várias cópias e enviou para outras cinematecas e festivais internacionais. Há cerca de dois anos ou um pouco mais, uma delas foi encontrada numa das latas de Cosme Alves Neto e encaminhada para recuperação. Em 7 de outubro, Olney e Maria Augusta, sua esposa, repassam uma cópia para um dos diretores da Federação Carioca de Cineclubes. Na manhã do dia 8, noticia-se o seqüestro de um avião brasileiro, desviado para Cuba. 
       Em meados do mês, Olney viaja para o Chile para negociar a distribuição de Grito da Terra e de Manhã Cinzenta, que em Viña Del Mar participa do II Festival de Cine Latino-Americano, sob o título Mañana sin Esperanzas. O nome de Olney é associado ao seqüestro do avião, pois Manhã Cinzenta foi supostamente apresentado a bordo. 
       Pascoal e Álvaro Miranda “visitam” a casa de Olney e confiscam vários documentos e projetos. No dia 9 de novembro, o Ministério da Aeronáutica diz que um dos seqüestradores era membro da Federação de Cineclubes e liga Olney ao caso. No dia seguinte, Olney se apresenta à Justiça para prestar depoimento. No dia 13, some de casa, retornando, já doente, no dia 22 por poucas horas, em companhia de agentes da Polícia Federal. É liberado no dia 5 de dezembro e internado na Clínica Atemde, com pneumonia dupla. Chega a passar o Natal e Réveillon com a família, mas retorna à clínica em 5 de janeiro.  Olney tornara-se um homem atormentado.
       Em 1970, ainda produzindo, retorna à Bahia com os filhos em férias. Em 18 de março, o promotor José Manes Leitão pede instauração de processo para apurar os responsáveis por Manhã Cinzenta. O filme, considerado subversivo, tem exibição proibida no Brasil. Na Europa, participa dos festivais internacionais. Em 21 de agosto retorna ao Rio para novos interrogatórios. Pela primeira vez no País, um cineasta é processado por produzir um filme. O denunciante: procurador Walter Wigderowitz, da 3ª Auditoria do Exército.
        Olney é ouvido em inquérito presidido pelo coronel-aviador Rubens Gonçalves Arruda. Modesto da Silveira, advogado, assume sua defesa. Em 11 de maio, em meio ao turbilhão, uma alegria para o Velho Baiano, como é ainda hoje tratado pelo filho mais velho: o nascimento da filha Maria Pilar, que mora nos Estados Unidos.  Em 21 de setembro, Manhã Cinzenta é finalmente exibido ante o Conselho de Justiça. Ao final, por três votos a dois, Olney é absolvido. Em 8 de novembro, o promotor Humberto Augusto da Silva Ramos pede a condenação, agora pelo artigo 15 da Lei de Segurança Nacional. 
        Em 13 de janeiro de 1972, o Superior Tribunal Militar absolve definitivamente o cineasta, opondo-se aos ministros Oliveira Sampaio e Syseno Sarmento. A Embrafilme assina em outubro o contrato para a produção de O Forte. No ano seguinte, Olney finaliza o documentário sobre Cachoeira. Terminam, em março, as filmagens de O Forte. Em outubro, embarca para a Alemanha, a convite do Festival de Mannheim, que premiou Manhã Cinzenta três anos antes. Visita Munique, Berlim e vai até a França. 
        Em 1977 setembro de 1977, termina de rodar O Dia de Erê. Em outubro, em Maceió, faz palestra num evento sobre cinema e fala do sonhado documentário sobre A Revolta dos Alfaiates. No dia 27, naquela cidade, sente-se mal. Mesmo assim, procura por lá locações para João Farrapo.
        Muito doente, em 1978, amigos passam a visitá-lo. Entre estes, Glauber Rocha, de volta ao País. Olney é então internado no Hospital da Beneficência Portuguesa. O irmão e médico Carlos São Paulo chega ao Rio e depara-se com o diagnóstico de câncer generalizado e não apenas pulmonar. O cineasta é transferido para o Hospital São Carlos, em Humaitá. 
       Volta a Beneficência Portuguesa e, na noite de 15 de fevereiro, morre após três paradas cardíacas, aos 41 anos. Entre os roteiros inéditos figuram Rosa de Carmim, Santa Brígida, A Baiana, Um Crime na Noite, A Revolta dos Pardos e Ernesto Nazaré, dentre outros.  “A morte não é o fim da vida e, sim, antes e mais que tudo é a vida o princípio da morte”, deixa em seu caderno de 1977, num dos trechos de um conto inacabado. 
        Para quem não conhece e ainda acha que Olney São Paulo não foi vítima do Regime Militar,, este relato sinaliza em direção contrária, bem como o silêncio do próprio Olney, ainda em vida, sobre fatos ocorridos no cárcere.

1. Curtas

Um Crime na Rua (1955), 16mm, 10 minutos, p&b, roteiro, direção e ator. Câmera: Elídio Azevedo. Elenco: Edson Campos, Fernando Ramos, Vera Campos, Míriam Arruda. OBS: Não foram encontrados os fragmentos do filme que existiam até meados da década de 1970. O Profeta de Feira de Santana (1970), 35mm, 8 minutos, cor, roteiro, montagem, diretor e co-produtor. Câmera: Julio Ernesto Romiti. Montagem: Carlos Alberto Camuyramo. Assistente de direção: Tuna Espinheira. Truca: Miguel Spenillo. Depoimentos: Theon Spanudis e Dival Pitombo. Co-produtor: Júlio Romiti. Cachoeira: Documento da História (1973), 35 mm, 9 minutos, cor e p&b, roteiro, montagem, diretor e co-produtor. Câmera: Júlio Ernesto Romiti e Márcio Curi. Assistentes de direção: Tuna Espinheira e Emmanoel Cavalcanti. Narração: Paulo Pontes. Co-produtor: Júlio Romiti. Como Nasce Uma Cidade (1973), 35 mm, 10 minutos, cor e p&b, roteiro, direção e produção. Câmera: Ronaldo Foster. Montagem: Manfredo Caldas. Produção executiva: Maria Augusta São Paulo. Gerente de produção: Hermínio Lemos. Assistentes: José Telles, Jorge Silva e Pio Araújo. Narração: Echio Reis. Produção: Pilar Filmes Ltda. Apoio: Prefeitura Municipal de Feira de Santana. Teatro Brasileiro I: Origem e Mudanças (1975), 35 mm, 12 minutos, cor, roteiro e direção. Câmera: Ronaldo Foster. Assistente de câmera: Ney Costa Filho. Assessoria e pesquisa: José Marinho. Diretor de produção: Epitácio César. Som direto: Sérgio Otero. Montagem: Severino Dadá. Narração: Paulo César Pereio. Depoimentos: Luiza Barreto Leite, Yan Michalski, Nelson Rodrigues e Paulo Autran Dourado. Regina Filmes Ltda. Produção: MEC/INC-DFE. Teatro Brasileiro II: Novas Tendências (1975), 35 mm, 11 minutos, cor, roteiro e direção. Mesma equipe técnica e produção anteriores. Narração: Paulo César Pereio. Depoimentos: Flávio Rangel, Abílio Pereira de Almeida e Gianfrancesco Guarnieri. Sob o Ditame de Rude Almajesto: Sinais de Chuva (1976), 16mm, 13 minutos, cor, roteiro e direção. Argumento: inspirado na crônica de Eurico Alves Boaventura. Câmera: Edgar Moura. Som direto: Lael Rodrigues. Equipe de produção: Maria Augusta São Paulo, Regina Machado, Hermínio Lemos e Valneide São Paulo. Montagem: João Ramiro Mello. Depoimentos: Valdenei São Paulo, Roque e Edgar Toledo. Produção executiva: Pilar Filmes Ltda. A Última Feira Livre (1976), 16mm, cor, direção. Roteiro: Hermínio Lemos. Câmera: Edgar Moura. Som Direto: Leal Rodrigues. Equipe de produção: Maria Augusta São Paulo, Regina Machado e Hermínio Lemos. Produção executiva: Pilar Filmes Ltda. Produção: Prefeitura Municipal de Feira de Santana, detentora da única cópia, não localizada pela jornalista Ângela José.

2. Médias

Manhã Cinzenta (1969), 35 mm, p&b, 21 minutos, roteiro, direção e produção. Câmera: José Carlos Avellar. Montagem: Luís Tanin. Gerente de produção: Jorge Dias. Assistentes: Sonélio Costa, Evaldo Falcão, Poty, Carlos Pinto. Dublagem: Echio Reis. Técnicos de som: Raimundo Granjeiro e Antonio Gomes. Sonoplastia: Geraldo José. Reportagem adicional: Equipe Herbert Richers S.A , TV Globo (canal 4). Narração: Ricardo Cravo e Ivan Souza. Trabalho de arte: Antonio Manoel e Newton Sá. Elenco: Sonélio Costa, Janete Chermont, Maria Helena Saldanha, Jorge Dias, Nestor Noya, Poty, Cláudio Paiva, Antonio Manoel, Paulo Neves, Carlos Pinto, Adnor Pitanga, Márcio Curi, Nagla, Tuna Espinheira, Paulo Sérgio e Violeta. Participação especial: Flávio Moreira da Costa, Iberê Cavalcanti, Neville d’Almeida e Zena Félix. Produção: Santana Filmes S.A Pinto Vem Aí (1976), p&b, 25 minutos, roteiro e direção. Câmera: Edgar Moura. Montagem: Ricardo Miranda. Som direto: Cintia Brito. Direção de produção: Hermínio Lemos. Co-produção: Pilar Filmes Ltda. e Cine-Qua-Non. Dia de Erê (1978), 16 mm, 30 minutos, cor, roteiro e direção. Câmeras: Ronaldo Foster e Walter Carvalho. Som direto: Ismael Cordeiro. Assistentes de direção: Maria Helena Saldanha. Produção executiva: Maria Augusta São Paulo. Assistentes de produção: Ilya e Irving São Paulo. Still: Olney São Paulo Jr.. Mixagem: Walter Goulart. Narração: Echio Reis. Montagem: Henrique Santos (1ª parte). Edição final: Manfredo Caldas. Coordenação: Orlando Senna. Produção: Pilar Filmes Ltda. Acervo: Centro de Tecnologias Educacionais (SEC-DEC).

3. Longas

Grito da Terra (1964), 35 mm, 80 minutos, p&b, roteiro e direção. Argumento: romance homônimo de Ciro de Carvalho Leite. Câmera: LeonardoBartucci. Diretor de produção: Eládio Theotonio Freitas. Montagem: João Ramiro Mello. Música-tema: Fernando Lona, letra de Orlando Senna, orquestração de Remo Usai. Produção executiva: Ciro de Carvalho Leite. Assistente de direção: Raymundo Mendonça. Elenco: João de Sordi, Helena Ignês, Lucy Carvalho, Nestor Peixoto, Lídio Silva, Eládio Theodoro Freitas, Raimundo Figueiredo, Branca Drugolensky, Marinoel Martins, Maria Augusta São Paulo e Ciro de Carvalho Leite. Produção: Santana Filmes S.A/Produtora Associada: Saci Empreendimentos e Planejamentos. Distribuição: Satélite Filmes e Herbert Richers. O Forte (1974), 35 mm, 90 minutos, cor, roteiro e direção. Argumento: romance homônimo de Adonias Filho. Câmera: Júlio Ernesto Romiti e Marcos Bottino. Diretor de produção: Agnaldo Siri (pré-produção). Continuísta: Janete Chermont. Elenco: Monsueto Menezes, Adriano Lisboa, Suzana Vieira, Paulo Villaça, Léa Garcia, Olney São Paulo Jr., Irving São Paulo, Maria Pilar São Paulo, Hermínio Lemos, Janete Chermont, Eduardo Calazans e Simone Hoffman. Participação especial: Jurema Pena, Milton Gaúcho, Eduardo Cabus, Sílvio Robatto, Bartira, Marisa rangel e Carlos Olympio. Produção: Júlio Romiti Produções Cinematográficas. Distribuição: Embrafilme. Ciganos do Nordeste (1976), 16 mm, 70 minutos, cor, roteiro, direção e produção. Câmera: Edgar Moura. Fotografia adicional: Gabriel Ramalho e Campinho. Som direto: Lael Rodrigues, Cíntia Brito e José Roberto. Assistente de produção: Hermínio Campos. Produção executiva: Maria Augusta São Paulo. Narração: Echio Reis. Montagem: Luís Abendia, Mário Murakami, Henrique Santos e Walter Barreto. Produção: Pilar Filmes Ltda. Apoio: TV Globo (direitos de exibição).

Nota: Olney São Paulo atuou como continuísta no longa Mandacaru Vermelho (1961), de Nelson Pereira dos Santos. Foi assistente de direção em O Caipora (longa, 1963), de Oscar Santana; Major Cosme de Farias (curta, 1971), de Tuna Espinheira, e Castro Alves (curta, 1971), de Emmanoel Cavalcanti. Em Memórias de Um Fantoche (curta, 1974), do filho Ilya foi co-produtor. Como produtor executivo, trabalhou em Um Sonho de Vampiro (longa, 1969), de Iberê Cavalcanti; Riachão do Jacuípe (curta, 1976, de Ilya São Paulo); Diamante Bruto (longa, 1977, de Orlando Senna); e Festa de São João no Interior da Bahia (curta, 1978), de Guido Araújo.

CRONOLOGIA

1936 – Nasce a 7 de agosto, Olney Alberto São Paulo, em Riachão do Jacuípe, primogênito do casal São Paulo Rios, Joel e Rosalia Oliveira, a dona Zali, hoje com 88 anos e residente em Feira de Santana. 1938 a 1942 – Nascem, neste período, mais três filhos do casal: Walney, a 15/02/1938 e já falecido; Valdener, a 17/03/1939, hoje fazendeiro; e Valneide, a 20/05/1942, atualmente aposentado, mas com produção regular de poesias. Olney forma-se em datilografia. 1943 – O pai morre aos 33 anos. 1948 – Dona Zali passa a morar na Rua São José, 60, primeira residência em Feira de Santana. Olney, antes dos 11 anos, já trabalhava com o avô materno, Pedro Augusto, no cartório de Riachão. Ingressa no Ginásio Santanópolis. 1949 – Nasce, a 13 de janeiro, o irmão Carlos Antônio São Paulo, hoje médico e psicoterapeuta, fundador do Instituto Junguiano da Bahia, no bairro de Brotas, em Salvador. 1950 – A data não é precisa, mas, no início desta década, Olney começa a visitar Salvador. Na capital, é criado o Clube de Cinema da Bahia. 1951 – Com 14 anos, impressiona-se com a mostra, em Feirra, do artista plástico Raimundo de Oliveira, sobre quem faria um filme cerca de 20 anos mais tarde. 1952 – Nasce, a 28/05, o filho Colbert Francisco São Paulo, atual professor de Física na Universidade Federal de Feira de Santana. 1953 – Em Feira, encanta-se pelo cinema e anota, em cadernos, tudo o que vê. 1954 - Freqüenta A Portinha de Ouro, reduto de intelectuais, ao lado da Folha do Norte. No dia 12 de outubro, seu nome aparece na gazeta O Santanópolis, na coluna Cineópolis. A 5 de setembro, nasce o caçula Alberto Ulysses São Paulo, físico, e professor das universidades federais de Feira e da Bahia. 1955 – Ao lado de José Navarro, Antonio Wanderley e Oyama Pinto da Silva, cria O Coruja, periódico que começa a circular em 17 de setembro. Colabora em O Santanópolis com a coluna Causerie, a partir de 17 de agosto. Em O Coruja mantém, com Navarro, a coluna Letras e Painéis. Cria o programa de rádio Cinerama, levado ao ar às 10 horas dos domingos pela ZYN-24 Rádio Cultura de Feira de Santana. Tenta participar, como “penetra” (e consegue), da equipe de Alex Viany. Realiza o primeiro curta, Um Crime na Rua. Maria Augusta Matos Santana chega a Feira de Santana com a família. 1956 – Leitores “ofendidos”, forçam Olney a encerrar a coluna Causerie no dia 7 de abril. O programa de rádio chega ao fim. Além de jornalista e radialista, Olney era formado em contabilidade. Por dois anos, de 1956 a 1957, Um Crime na Rua rodou a Bahia. Aos 20 anos, em maio, recebe a Menção Honrosa do concurso de contos da revista A Cigarra (RJ) por Festim à Meia-Noite e vem a Salvador, onde realiza concurso para o Banco do Brasil. No dia 11 de maio, ouve palestra de Walter da Silveira no Clube de Cinema da Bahia e mantém contato com Guido Araújo. Conhece Glauber Rocha e sua noiva, Helena Ignês. Em outubro, recebe nova Menção Honrosa de A Cigarra pelo conto A Última História. . 1958 – No Folha do Norte, Olney é baleado pelas costas pelo amigo Luiz Navarro. Ambos disputavam a jovem Maria Augusta. Navarro diz que foi acidental. O ferimento perfura seu pulmão esquerdo. Começa a delinear-se no meio artístico o chamado Cinema Novo. Nelson Pereira dos Santos chega a Juazeiro para filmar Vidas Secas, de Graciliano Ramos. 1959 - O acidente do tiro é registrado no conto Sede, que não teve boa acolhida pela revista A Cigarra. Adquire em Maceió uma câmera Bell & Howell. Escreve o roteiro Lucas de Feira (O Bandido Negro) e participa do Teatro Amador de Feira de Santana (TAFS), criado naquele ano, revelando-se como ator e teatrólogo. Nelson volta para para realizar o longa Mandacaru Vermelho, sendo apresentado a Olney por Luiz Paulino dos Santos. Olney assume a continuidade. 1960 – Olney e Maria Augusta se casam. 1961 – Orlando Senna conhece Olney, apresentado por Glauber. Juntos, queriam tocar o projeto Lucas de Feira.. Publica o conto Vingança no primeiro número da revista literária Sertão, lançada por ele e outros feirenses em 9 de setembro. Mandacaru Vermelho estréia nos cinemas. 1962 – No primeiro dia do ano, nasce o filho Olney Júnior. Oscar Santana convida o cineasta para fazer a assistência de direção do seu longa O Caipora, lançado no ano seguinte e apresentado em Salvador em 1964. 1963 – Olney funda, ao lado do escritor Ciro de Carvalho Leite, a Santana Filmes e começa a adaptar o romance de Ciro, Mulheres de Vida Fácil, abandonado pela metade, como Lucas de Feira, por falta de recursos. No dia 13 de setembro, nasce o segundo filho do casal, Ilya Flaherty São Paulo, hoje músico e ator. Em novembro, Olney inicia as filmagens de Caatinga, novo livro do sócio, com o título mudado para Grito da Terra. É o primeiro longa. 1964 – As filmagens terminam em fevereiro. Em abril, acontece o Golpe Militar. Em agosto, Ciro e Olney vão ao Rio para iniciar a montagem de Grito da Terra e são apresentados por Nelson a Júlio Romiti. Em 26 de outubro, recebem a primeira cópia e a notícia do nascimento do terceiro filho de Olney, José Irving São Paulo, também ator. A pre-estréia em Feira de Santana, em 27 de novembro, traz cortes da censura. 1965 – Deste ano até 1967, o Grito da Terra percorre as praças do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Aracaju e Sergipe. Participa do I Festival Internacional de Filme da Guanabara e, em dezembro de 1965 é exibido na Noite do Cinema Brasileiro, organizada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Este filme, para os historiadores, encerra o surto cinematográfico baiano. 1966 – Pai de família, Olney empenha-se para realizar O Destacamento, que tornou-se conto em A Antevéspera e O Canto do Sol e ganhou versão, em 1971, como Cravo Santo, publicado pela Edição Livraria Jacuípe. Aos 30 anos, Olney era um homem frustrado diante da inviabilidade de seus projetos na então pacata Feira de Santana. 1967 - Olney e a família vão morar no Rio de Janeiro.Os amigos baianos estavam todos no Rio, onde aconteciam animados debates na Cinemateca do MAM. Lá, conhece o colega Fernando Coni Campos. Olney sente a necessidade de registrar o momento brasileiro em Manhã Cinzenta, saído de um conto de 1966. 1968 – Em 21 de junho, a equipe vai às ruas do centro do Rio gravar um protesto, que termina com um saldo de mil presos, 57 feridos e três mortos. O ator Sonélio Costa, hoje morando na França, é detido no Dops por dois dias. No dia 13 de dezembro, o Ato Institucional número 5 silenciaria os protestos e a criatividade. 1969 – Manhã Cinzenta é finalizado e Olney promovido no Banco do Brasil. A José Álvaro Editor publica a antologia de contos e novelas A Antevéspera e o Canto do Sol. Manhã Cinzenta é exibido apenas para os amigos. Em agosto, ganha sessão privé na Cinemateca do MAM. Para evitar cortes, Olney faz várias cópias e as envia para outras cinematecas e os festivais internacionais. Em 7 de outubro, Olney e Maria Augusta repassam uma cópia para um dos diretores da Federação Carioca de Cineclubes. Na manhã do dia 8, noticia-se o seqüestro de um avião brasileiro, desviado para Cuba. Em meados do mês, Olney viaja para o Chile para negociar a distribuição de Grito da Terra e de Manhã Cinzenta, que em Viña Del Mar participa do II Festival de Cine Latino-Americano, sob o título Mañana sin Esperanzas. O nome de Olney é associado ao seqüestro do avião, pois Manhã Cinzenta é apresentado a bordo. Pascoal e Álvaro Miranda “visitam” a casa de Olney e confiscam vários documentos e projetos. No dia 9 de novembro, o Ministério da Aeronáutica diz que um dos seqüestradores era membro da Federação de Cineclubes e ligam Olney ao caso. No dia seguinte, Olney se apresenta à Justiça para prestar depoimento. No dia 13, Olney some de casa, retornando, já doente, no dia 22 por poucas horas, em companhia de agentes da Polícia Federal. É liberado no dia 5 de dezembro e internado na Clínica Atemde, com pneumonia dupla. Chega a passar o Natal e Réveillon com a família, mas retorna à clínica em 5 de janeiro. Boa parte desta versão oficial é contestada pelo filho mais velho. Olney torna-se um homem atormentado. 1970 – Olney retorna à Bahia com os filhos em férias. É homenageado e inicia locações para O Destacamento, deixando armada a produção de O Profeta de Feira de Santana. Em 18 de março, o promotor José Manes Leitão pede instauração de processo para apurar os responsáveis por Manhã Cinzenta. O filme, considerado subversivo, tem exibição proibida no Brasil. Na Europa, participa dos festivais internacionais. Em julho, Olney roda na Bahia O Profeta..., mas em 21 de agosto volta ao Rio para novos interrogatórios. Pela primeira vez no País, um cineasta é processado por produzir um filme. O denunciante: procurador Walter Wigderowitz, da 3ª Auditoria do Exército. 1971 – No dia 12, Olney é ouvido em inquérito presidido pelo coronel-aviador Rubens Gonçalves Arruda. Modesto da Silveira, advogado, assume sua defesa. Em 11 de maio, em meio ao turbilhão, uma alegria para o Velho Baiano: o nascimento da filha Maria Pilar, hoje morando nos Estados Unidos. Ainda neste ano vem à Bahia para preparar documentário sobre Cachoeira e ver as locações de O Forte. Em 21 de setembro, Manhã Cinzenta é finalmente exibido ante o Conselho de Justiça. Ao final, por três votos a dois, Olney é absolvido. Em 8 de novembro, o promotor Humberto Augusto da Silva Ramos pede a condenação, agora pelo artigo 15 da Lei de Segurança Nacional. 1972 – Em 13 de janeiro, o Superior Tribunal Militar absolve definitivamente o cineasta, opondo-se aos ministros Oliveira Sampaio e Syseno Sarmento. A Embrafilme assina em outubro o contrato para a produção de O Forte. 1973 – Olney finaliza o documentário sobre Cachoeira. Terminam, em março, as filmagens de O Forte. Em julho, retorna ao Rio, mas com problemas de saúde e financeiros, propõe ao prefeito José Falcão da Silva um documentário sobre Feira de Santana, logo aceito e lançado naquele município em setembro. Em outubro, Olney embarca para a Alemanha, a convite do Festival de Mannheim, que premiou Manhã Cinzenta três anos antes. Visita Munique, Berlim e vai até a França. Em dezembro, o curta sobre Cachoeira é exibido no 16º Festival de Documentário e Curta-Metragem para Cinema e Televisão em Leipzig, Alemanha. 1974 – Em julho, finalmente, O Forte fica pronto. Neste ano, Olney elabora dois documentários sobre o teatro brasileiro, finalizados em março do ano seguinte. 1975 – Em fevereiro comparece à primeira sessão do Clube de Cinema de Feira de Santana. 1976 - O Forte estréia em Salvador num 2 de fevereiro e fica em cartaz uma semana. Olney realiza Sob o Ditame de Rude Almajesto: Sinais de Chuva e Ciganos do Nordeste, ambos com locações na Bahia, e filma documentário sobre Chico Pinto, pronto no início de 1977. Inicia o documentário O Dia de Erê. 1977 – Sinais de Chuva... e Pinto Vem Aí são exibidos no Brasil e no exterior. Em abril, obtém “salvo-conduto” para integrar a comissão brasileira que participa das comemorações do 25º aniversário da Cinemateca Uruguaia. Em setembro, termina de rodar O Dia de Erê. Em outubro, em Maceió, faz palestra num evento sobre cinema e fala do sonhado documentário A Revolta dos Alfaiates. No dia 27, naquela cidade, sente-se mal. Mesmo assim, procura por lá locações para João Farrapo. 1978 – Muito doente, amigos passam a visitá-lo. Entre estes, Glauber Rocha, de volta ao País. É internado no Hospital da Beneficência Portuguesa. O irmão e médico Carlos São Paulo chega ao Rio e diagnostica câncer generalizado e não apenas pulmonar. É transferido para o Hospital São Carlos, em Humaitá. Volta Beneficência Portuguesa e, na noite de 15 de fevereiro, morre após três paradas cardíacas, aos 41 anos. Entre os roteiros inéditos, Rosa de Carmim, Santa Brígida, A Baiana, Um Crime na Noite, A Revolta dos Pardos e Ernesto Nazaré, dentre outros. É enterrado no Cemitério São João Batista (RJ). “A morte não é o fim da vida e, sim, antes e mais que tudo é a vida o princípio da morte”, deixa em seu caderno de 1977, num dos trechos de um conto inacabado. Somente em março, após sua morte, O Forte chega aos cinemas do Rio.

Static Wikipedia 2008 (no images)

aa - ab - af - ak - als - am - an - ang - ar - arc - as - ast - av - ay - az - ba - bar - bat_smg - bcl - be - be_x_old - bg - bh - bi - bm - bn - bo - bpy - br - bs - bug - bxr - ca - cbk_zam - cdo - ce - ceb - ch - cho - chr - chy - co - cr - crh - cs - csb - cu - cv - cy - da - de - diq - dsb - dv - dz - ee - el - eml - en - eo - es - et - eu - ext - fa - ff - fi - fiu_vro - fj - fo - fr - frp - fur - fy - ga - gan - gd - gl - glk - gn - got - gu - gv - ha - hak - haw - he - hi - hif - ho - hr - hsb - ht - hu - hy - hz - ia - id - ie - ig - ii - ik - ilo - io - is - it - iu - ja - jbo - jv - ka - kaa - kab - kg - ki - kj - kk - kl - km - kn - ko - kr - ks - ksh - ku - kv - kw - ky - la - lad - lb - lbe - lg - li - lij - lmo - ln - lo - lt - lv - map_bms - mdf - mg - mh - mi - mk - ml - mn - mo - mr - mt - mus - my - myv - mzn - na - nah - nap - nds - nds_nl - ne - new - ng - nl - nn - no - nov - nrm - nv - ny - oc - om - or - os - pa - pag - pam - pap - pdc - pi - pih - pl - pms - ps - pt - qu - quality - rm - rmy - rn - ro - roa_rup - roa_tara - ru - rw - sa - sah - sc - scn - sco - sd - se - sg - sh - si - simple - sk - sl - sm - sn - so - sr - srn - ss - st - stq - su - sv - sw - szl - ta - te - tet - tg - th - ti - tk - tl - tlh - tn - to - tpi - tr - ts - tt - tum - tw - ty - udm - ug - uk - ur - uz - ve - vec - vi - vls - vo - wa - war - wo - wuu - xal - xh - yi - yo - za - zea - zh - zh_classical - zh_min_nan - zh_yue - zu -

Static Wikipedia 2007 (no images)

aa - ab - af - ak - als - am - an - ang - ar - arc - as - ast - av - ay - az - ba - bar - bat_smg - bcl - be - be_x_old - bg - bh - bi - bm - bn - bo - bpy - br - bs - bug - bxr - ca - cbk_zam - cdo - ce - ceb - ch - cho - chr - chy - co - cr - crh - cs - csb - cu - cv - cy - da - de - diq - dsb - dv - dz - ee - el - eml - en - eo - es - et - eu - ext - fa - ff - fi - fiu_vro - fj - fo - fr - frp - fur - fy - ga - gan - gd - gl - glk - gn - got - gu - gv - ha - hak - haw - he - hi - hif - ho - hr - hsb - ht - hu - hy - hz - ia - id - ie - ig - ii - ik - ilo - io - is - it - iu - ja - jbo - jv - ka - kaa - kab - kg - ki - kj - kk - kl - km - kn - ko - kr - ks - ksh - ku - kv - kw - ky - la - lad - lb - lbe - lg - li - lij - lmo - ln - lo - lt - lv - map_bms - mdf - mg - mh - mi - mk - ml - mn - mo - mr - mt - mus - my - myv - mzn - na - nah - nap - nds - nds_nl - ne - new - ng - nl - nn - no - nov - nrm - nv - ny - oc - om - or - os - pa - pag - pam - pap - pdc - pi - pih - pl - pms - ps - pt - qu - quality - rm - rmy - rn - ro - roa_rup - roa_tara - ru - rw - sa - sah - sc - scn - sco - sd - se - sg - sh - si - simple - sk - sl - sm - sn - so - sr - srn - ss - st - stq - su - sv - sw - szl - ta - te - tet - tg - th - ti - tk - tl - tlh - tn - to - tpi - tr - ts - tt - tum - tw - ty - udm - ug - uk - ur - uz - ve - vec - vi - vls - vo - wa - war - wo - wuu - xal - xh - yi - yo - za - zea - zh - zh_classical - zh_min_nan - zh_yue - zu -

Static Wikipedia 2006 (no images)

aa - ab - af - ak - als - am - an - ang - ar - arc - as - ast - av - ay - az - ba - bar - bat_smg - bcl - be - be_x_old - bg - bh - bi - bm - bn - bo - bpy - br - bs - bug - bxr - ca - cbk_zam - cdo - ce - ceb - ch - cho - chr - chy - co - cr - crh - cs - csb - cu - cv - cy - da - de - diq - dsb - dv - dz - ee - el - eml - eo - es - et - eu - ext - fa - ff - fi - fiu_vro - fj - fo - fr - frp - fur - fy - ga - gan - gd - gl - glk - gn - got - gu - gv - ha - hak - haw - he - hi - hif - ho - hr - hsb - ht - hu - hy - hz - ia - id - ie - ig - ii - ik - ilo - io - is - it - iu - ja - jbo - jv - ka - kaa - kab - kg - ki - kj - kk - kl - km - kn - ko - kr - ks - ksh - ku - kv - kw - ky - la - lad - lb - lbe - lg - li - lij - lmo - ln - lo - lt - lv - map_bms - mdf - mg - mh - mi - mk - ml - mn - mo - mr - mt - mus - my - myv - mzn - na - nah - nap - nds - nds_nl - ne - new - ng - nl - nn - no - nov - nrm - nv - ny - oc - om - or - os - pa - pag - pam - pap - pdc - pi - pih - pl - pms - ps - pt - qu - quality - rm - rmy - rn - ro - roa_rup - roa_tara - ru - rw - sa - sah - sc - scn - sco - sd - se - sg - sh - si - simple - sk - sl - sm - sn - so - sr - srn - ss - st - stq - su - sv - sw - szl - ta - te - tet - tg - th - ti - tk - tl - tlh - tn - to - tpi - tr - ts - tt - tum - tw - ty - udm - ug - uk - ur - uz - ve - vec - vi - vls - vo - wa - war - wo - wuu - xal - xh - yi - yo - za - zea - zh - zh_classical - zh_min_nan - zh_yue - zu -

Sub-domains

CDRoms - Magnatune - Librivox - Liber Liber - Encyclopaedia Britannica - Project Gutenberg - Wikipedia 2008 - Wikipedia 2007 - Wikipedia 2006 -

Other Domains

https://www.classicistranieri.it - https://www.ebooksgratis.com - https://www.gutenbergaustralia.com - https://www.englishwikipedia.com - https://www.wikipediazim.com - https://www.wikisourcezim.com - https://www.projectgutenberg.net - https://www.projectgutenberg.es - https://www.radioascolto.com - https://www.debitoformtivo.it - https://www.wikipediaforschools.org - https://www.projectgutenbergzim.com