Paço de Calheiros
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O solar do antigo apelido de Calheiros é na Quinta do Paço, que antigamente chamavam do Pinheiro, na freguesia de Santa Eufémia de Calheiros, no concelho de Ponte de Lima.
A Honra de Calheiros foi confirmada por D. Afonso IV em Santarém, aos 05 de Fevereiro de 1336, a favor de Martim Martins Calheiros, cuja honra lhe fora dada por Rei D. Dinis. Posteriormente D. Sebastião, por sentença de 12 de Novembro de 1566, ratificou os direitos e demarcações daquela honra a favor de Diogo Lopes de Calheiros, o ilustre autor do Memorial de Calheiros.
Ao fundo de uma carreira de seculares cupríferas de dimensões gigantescas, abre-se um portal, com lápide em um gótico minúsculo, de 1450,que diz:
D'esta Antiga e Nobre Casa Proced'os Calheiros: Fidalgos: D'Solar
Sobrepuja a inscrição uma pedra de armas, escudo direito e em coração com capacete e paquife singelo, ostentando o apelido dos CALHEIROS: - em campo azul, cinco vieiras ou conchas de prata, estendidas em preto, no pé ou contra-chefe três estrelas de oiro em faxa de cinco pontas cada uma; timbre dois bordões de prata em aspa e os bordões ferrados de azul e atados com torçal da mesma cor, sobreposta uma vieira das das armas. Ainda ao lado do timbre faz-se notar a data de 1533, ano em que devia ter sido esculpido o brazão.
Dizem que os Calheiros tomaram o brazão dos Velhos, por serem a sua prole: não é assim pois ambos descendem de D. Ayres Nunes, originário da Galiza tendo por isso adoptado as Vieiras e Bordões de Santiago de Compostela.
O nome do apóstolo era o grito de guerra nas frequentes algaras contra os Sarracenos e depois da vitória os indómitos guerreiros, empunhando o bordão dos peregrinos, iam agradecer ao padroeiro das Espanhas, visitando o seu túmulo, os lauréis alcançados e penitenciaram-se dos excessos cometidos.
Assim, um dos mais honrosos distintivos da armaria peninsular, como na Hieráldica de França se considerava a Flôr de Liz, era entre nós a Vieira Compostelana.
A Casa nunca deixou a família, sendo apontada como uma das que conserva ainda esta nobre particularidade.
Senhores Imemoriais do Solar De Calheiros (reedificado em 1450), Senhores das Terras de Santo Estêvão de Geraz, Beiral do Lima e Reguengo de Castelo (5/1/1424), Senhores das Terras do Burral e Almoxarifado de Ponte de Lima (4/12/1453), Senhores das Devezas de Ponte de Lima (30/9/1454), Conde de Calheiros (20/3/1890).
Francisco Silva de Calheiros e Menezes é o actual representante da Família, chefe do nome de armas de Calheiros, Senhor do Solar de Calheiros e representante do Título de Conde de Calheiros.