Palácio Presidencial, Varsóvia
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O Palácio Presidencial (também conhecido por Pałac Koniecpolskich, Pałac Namiestnikowski) em Varsóvia, Polônia, é uma elegante versão clássica de um edifício que está localizado em uma das mais importantes ruas da cidade (Krakowskie Przedmieście) desde 1643. Ao longo dos anos, ele foi muitas vezes reconstruído e remodelado. Em seus primeiros 175 anos, o palácio foi a propriedade particular de várias famílias aristocratas. Em 1791 ele hospedou os autores e defensores da Constituição polonesa de 3 de maio, a primeira constituição nacional codificada da Europa e a segunda do mundo depois da Constituição dos Estados Unidos da América.
Foi em 1818 que o palácio começou a ser utilizado para abrigar uma estrutura governamental. Ele se tornou a sede do Vice-rei do Reino (Congresso) da Polônia sob a ocupação russa (1814-1915).
Após o final da Primeira Guerra Mundial, com o ressurgimento do Estado polonês, em 1918, o edifício foi assumido pelas autoridades polonesas recentemente reconstituídas e se tornou a sede do Conselho de Ministros. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele serviu aos ocupantes alemães do país como uma Deutsches Haus e sobreviveu intacto à Revolta de Varsóvia de 1944. Depois da guerra, ele retomou à sua função de sede do Conselho de Ministros da Polônia. Desde julho de 1994 ele tem sido a residência oficial dos presidentes da República da Polônia.
[editar] História
A construção do atual Palácio Presidencial em Varsóvia começou em 1643 pelo Hetman Stanisław Koniecpolski, proprietário da cidade de Brody (80 km a Leste de Lwów) e de numerosos latifúndios situados na fronteira oriental da Polônia (por este motivo é que o primeiro nome do palácio foi 'Pałac Koniecpolskich' - o Palácio de Koniecpolski). A construção do palácio não foi totalmente concluída durante o tempo de vida do Hetman, uma vez que ele morreu inesperadamente em 1646 em sua residência em Brody, poucas semanas após o seu terceiro casamento.
O arquiteto do palácio foi Constantino Tencalla, arquiteto do rei polonês Władysław IV e projetista do monumento conhecido por Coluna do Rei Sigismundo, em frente ao Castelo Real situado ao lado do palácio e que homenageia o rei Sigismundo III da Polônia. O palácio foi concluído pelo filho de Koniecpolski, Aleksander, no estilo de uma residência barroca, imitando aqueles do norte da Itália e Gênova. Um desenho da cidade de Varsóvia feito em 1655 por Erik Dahlberg dá uma boa idéia de como ele era na época.
O proprietário seguinte foi Jerzy Sebastian Lubomirski, Grão-Hetman e Chanceler, e mais tarde o líder de uma revolta contra o rei (Revolta de Lubomirski), que comprou o palácio de Aleksander Koniecpolski.
Em 1674 o palácio se tornou, pelos 144 anos seguintes, propriedade da família Radziwiłł.
Ele foi comprado dos descendentes de Jerzy Sebastian Lubomirski — Stanisław Herakliusz Lubomirski e Hieronim Augustyn Lubomirski — por Michał Kazimierz Radziwiłł da linhagem Nieśwież-Ołyka, cuja esposa Katarzyna era uma das filhas do Rei Jan III Sobieski. Após a morte dela, seu filho Karol Stanisław Radziwiłł I iniciou a reforma do palácio e dos jardins à sua volta. Ele entregou esta tarefa para o arquiteto do rei, August Locci.
O próximo na linha de sucessão dos Nieśwież e Ołyka foi Karol Stanisław "Panie Kochanku" Radziwiłł, Voivode de Vilnius, filho de Michał Kazimierz "Rybeńko" Radziwiłł. Ele herdou grandes propriedades de seu pai e tio que o tornaram o magnata mais rico da Polônia na segunda metade do século XVIII e um dos homens mais ricos da Europa. Ele alugou o palácio para Franciszek Ryx para servir como teatro e salão para a realização de bailes de máscaras. Durante a Sejm de quatro anos de 1788-1792, ele convidou todos os membros do parlamento para jantarem lá diariamente. A cada dia eram servidas duas refeições: café da manhã antes da sessão do dia, para 300 pessoas e jantar após a sessão. Um dos banquetes mais impressionantes dados por ele foi o do Dia de Santa Catarina, 25 de novembro de 1789, o 25º aniversário da coroação do Rei Stanisław August, e a comemoração da União de Lublin. Foram chamados quatro mil convidados e o banquete custou mais de 2 milhões de złotys.
Na noite de 2 para 3 de maio de 1791, um grupo de conspiradores formado por membros da Grande Sejm, que tinham como propósito salvar a República das Duas Nações, se reuniram no palácio para discutir uma estratégia de garantir a aprovação, no dia seguinte, da Constituição de 3 de maio. Este documento seria a primeira constituição nacional codificada da Europa e a segunda do mundo, depois que a Constituição dos Estados Unidos da América tinha entrado em vigor em 1789.
Karol Stanisław Radziwiłł II morreu doente e cego com a idade de 57 anos. Suas propriedades foram herdadas por Dominik, filho do seu meio-irmão Hieronim. Dominik, que havia sido ferido na Batalha de Hennau, morreu sem deixar filhos em 11 de novembro de 1813. A linha de sucessão dos Nieśwież-Ołyka se encerrou com a morte dele.
Em 1818 o palácio tornou-se a sede do Vice-rei do Reino (Congresso) da Polônia (quando então adquiriu o nome de 'Pałac Namiestnikowski' - o Palácio do Regente (ou do Vice-rei). O primeiro Vice-rei, a partir de 1815, foi Józef Zajączek (1752-1820), antigo ajudante-de-ordens do Hetman Franciszek Ksawery Branicki, deputado da Grande Sejm, secretário da Assembléia de Amigos do Ato de Governo (isto é, da Constituição de 3 de maio), um comandante de divisão durante a Guerra polaco-russa de 1792, herói da Batalha de Zieleńce, um jacobino polonês, um soldado das legiões de Jan Henryk Dąbrowski, um general de Napoleão Bonaparte. Por último, ele adotou uma atitude servil com relação a Alexandre I, Rei da Polônia e Tsar da Rússia, que lhe deu o título de duque em 1818. Zajączek perdeu uma perna no rio Berezina e era carregado em um poltrona por seus criados.
No início de 1818 o palácio foi reformado no estilo clássico pelo arquiteto Chrystian Piotr Aigner (1756-1841). Ele aumentou a sua área de construção (suas alas térreas alcançaram a linha dos edifícios da rua Krakowskie Przedmiescie), colocou uma grande escadaria ligando a parte principal do edifício com sua ala norte, remodelou a fachada do palácio e redecorou os cômodos do primeiro e segundo andares do corpo principal do edifício. Devido sua grande abóbada, o andar térreo permaneceu inalterado. Aigner teve dois colaboradores: Camillo Landini, que esculpiu os quatro leões de pedra que vigiam o pátio do palácio que dá para a rua Krakowskie Przedmieście e Mikołaj Monti, um pintor italiano. O corpo principal do edifício foi remodelado com a ordem coríntia e ornamentado com colunas, pilastras, balaustrada e estátuas de pedra. Aigner está intimamente ligado à criação do estilo classicista da parte externa do Palácio do Vice-rei (polonês: "Namiestnikowski")— atual Palácio Presidencial, que sobrevive inalterado até os nossos dias.
Józef Zajączek de Wrzaca morreu no palácio em 1826 e foi sepultado em Opatówek.
O ano de 1852 trouxe desgraças para o palácio. Um incêndio na parte principal do edifício quase o destruiu por completo. Somente restaram paredes carbonizadas. Alfons Kropiwnicki (1803-1881) foi designado para a sua reconstrução.
Para a reforma do palácio, foram arrecadados fundos pela Sociedade Agrícola e bailes foram organizados quando da visita dos tsares à Polônia. Em 1870, uma estátua de Ivan Paskevitch Erivanski foi instalada lá. Em 1879, no salão de colunas do palácio, a população de Varsóvia teve a oportunidade de ver pela primeira vez "A Batalha de Grunwald", uma pintura com tema histórico de Jan Matejko. Por volta do século XX, o Palácio Tarnowski localizado no seu lado direito (sul) foi demolido em 1899-1901 o luxuoso Hotel Bristol foi construído no local, projetado por Władysław Marconi. Um dos acionistas no consórcio que construiu o hotel foi o famoso pianista e primeiro-ministro polonês do pós-guerra, Ignacy Paderewski.
Em 1918 o edifício foi assumido pelas autoridades polonesas recentemente reconstituídas e a reforma do palácio foi deixada a cargo de Marian Lalewicz. O edifício tornou-se a sede oficial do Presidente do Conselho de Ministros (o primeiro-ministro) e do Conselho de Ministros propriamente dito. Nas alas laterais funcionavam os escritórios da chancelaria do Conselho de Ministros. Após ser reformado por Lalewicz, o edifício passou a ser muito admirado pelos habitantes de Varsóvia e por seus visitantes. Hermann Göring da Alemanha, quando em fevereiro de 1937 foi chamado lá pelo primeiro-ministro, o General Felicjan Sławoj-Składkowski, se interessou tanto em conhecer todo o palácio que acabou se atrasando para o seu encontro com o Ministro do Exterior polonês Józef Beck.
Em 1939 o palácio sofreu danos mínimos. Em 1941-1942 ele foi radicalmente transformado em uma Deutsches Haus pelos arquitetos poloneses Janusz Nagorski e Jan Lukasik. Durante o trabalho, a ornamentação Rococó dos cômodos que tinham vistas para o jardim foi restaurada com grande cuidado. Um par de pinturas en grisalle foram descobertas nas escadarias, representando motivos de águias e armamentos. Os alemães quiseram retirar as águias dos símbolos nacionais poloneses, mas permitiram que elas permanecessem depois que lhes foi explicado que elas eram águias napoleônicas, o símbolo favorito do período do Império francês. No andar térreo da ala da direita, um restaurante foi instalado, com teto de viga de madeira e um vestiário espaçoso. O palácio sobreviveu intacto à Revolta de Varsóvia.
Após a libertação de Varsóvia, o palácio foi totalmente reconstruído por Antoni Brusche e Antoni Jawornicki. Em 1965 a classicista estátua eqüestre do príncipe Józef Poniatowski, de Bertel Thorvaldsen, que anteriormente estava localizada em frente ao agora destruído edifício do Estado-maior polonês (o "Palácio Saxão") nas cercanias da Praça Pilsudski (também conhecida por "Praça Saxã"), foi transferida para o pátio frontal do "Palácio do Vice-rei".
Após a Segunda Guerra Mundial, o palácio novamente serviu como sede do Conselho de Ministros até ser transferido para a sua atual sede em Aleje Ujazdowskie.
Desde julho de 1994, o palácio tem sido a sede oficial dos presidentes da República da Polônia.
