Patchwork
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A tradução literal de patchwork é "trabalho com retalhos". É uma técnica que une tecidos com uma infinidade de formatos variados. O patchwork é a parte superior ou topo do trabalho, já o trabalho completo é o acolchoado, formado pelo topo mais a manta acrílica e o tecido fundo, tudo preso por uma técnica conhecida como "quilting" ou acolchoamento.
[editar] Histórico
Existem registros históricos de que o homem faz acolchoados desde que aprendeu a tecer. No século IX a.C., os faraós já usavam roupas com técnicas similares. Existe uma versão de que esta técnica foi levada por comerciantes para o antigo Oriente, depois viajou para a atual Alemanha, até que chegou à Inglaterra no século XI, sendo utilizada para fazer tapetes e túnicas clericais. Mas os primeiros tapetes e acolchoados surgiram somente no século XVI, época de Henrique VIII, e costumavam ser presentes de casamento muito admirados. Os cavaleiros da Idade Média também usavam acolchoados como proteção, embaixo da armadura de metal.
Em meados do século XVII, a arte de quiltar chegou às Américas, mais especificamente aos Estados Unidos e Canadá. Trazida pelos colonizadores, era comum ver colchas feitas de linho ou lã, em panos inteiros ou a partir de medalhões centrais e bordas, que permitiam o aproveitamento total de retalhos, já que tecidos eram considerados preciosidade, assim como linhas e agulhas (que eram passadas de mãe para filha). As técnicas eram transmitidas pelas mães e avós para suas descendentes, assim surgiram muitas tradições relacionadas a tecidos, cores e desenhos. Uma tradição de meados de 1800 pedia que a moça fizesse doze colchas antes de poder casar, sendo que a última deveria utilizar os blocos "Double Wedding Ring" (dois anéis de casamento entrelaçados - [1] e [2]).
Durante a Guerra da Independência dos EUA, apareceram muitas colchas com motivos patrióticos e símbolos relacionados à revolução. A partir de 1795, apareceram os blocos de patchwork e as bordas 'despedaçadas', mas ainda em torno de um medalhão central. Em 1800, no início da época dos Pioneiros, surgiram os blocos "Nine Patch" (nove retalhos - [3] e [4]) e "Grandmother's Basket" (cesta da vovó - [5]). Em 1806, começaram a trabalhar as colchas totalmente em blocos, no que passou a ser conhecido como padrão de cadeia irlandesa.
Em 1851, a invenção da máquina de costura caseira foi patenteada, o que trouxe muitas novidades. Com isso, apareceram mais blocos, como "Dresden Plate" (prato de Dresden ou margarida - [6] [7]), "Texas Star" (estrela do Texas - [8]), "Grandmother's Flowers Garden" (jardim das flores da vovó), "Bear's Paw" (pata de urso - [9] e [10]), "Schoolhouse" (escola - [11] e [12]) e muitos mais. A agilidade na execução aumentou e começaram a surgir revistas especializadas em moldes e padrões.
O estouro da Bolsa de Valores dos Estados Unidos causou a Depressão, que durou de 1929 a 1939, fazendo com que as quilteiras precisassem aproveitar todo e qualquer tecido disponível, usando formatos como o "Apple Core" (miolo de maçã - [13] e [14]) e os triângulos, que permitiam aproveitamento total dos tecidos. Nessa época surgiram os equipamentos para aplicação e a bonequinha "Sunbonnet Sue" (Sue com chapéu de sol - [15] e [16]).
A revolução trazida pela 2ª Guerra Mundial e pela liberação feminina, na década de 60, desvalorizaram um pouco a tradição do patchwork. Porém, em 1979, a empresa Olfa lançou um sistema inventado pelo Sr. Y. Okada, que utiliza um cortador rotatório, uma placa de base (para não deixar a lâmina perder o fio) e réguas com marcações, permitindo corte mais rápido e com precisão jamais vista anteriormente. Era para facilitar o corte da seda, mas adaptava-se tanto ao patchwork, que revolucionou e agilizou o mundo do patchwork.
Desde então, houve o crescimento no interesse por essa arte. Nos Estados Unidos, é um mercado que movimenta mais de 2 bilhões de dólares norte-americanos. Encontra-se "quilteiras" no mundo inteiro, incluindo no Brasil, Japão, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Espanha, Dinamarca e muitos outros países.
Grandes indústrias têxteis desenvolvem anualmente tecidos especiais para o patchwork, assim como existem revistas, materiais, ferramentas para facilitar o trabalho. E os festivais promovem cada vez mais esta arte, que também pode ser considerada uma excelente diversão.