Programa Voyager
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Voyager foi um programa de sondas de espaço profundo que pesquisou os confins do nosso sistema solar. Consistiu de duas missões: Voyager 1 e Voyager 2.
Foram lançadas em 1977 e 1978, respectivamente, para aproveitar uma chance única: todos os planetas gasosos estariam de tal forma dispostos que, uma nave viajando rumo aos confins do sistema solar poderia cruzar com todos os quatro planetas sem ter que alterar sua trajetória. Em 1979, a Voyager 1 chegou em Júpiter, e tirou fotografias impressionantes do planeta. Também estudou a famosa mancha de Júpiter, um ciclone do tamanho da Terra que começou a girar há 300 anos. A NASA, após a viagem da Voyager 1 a Júpiter, lançou uma missão chamada Galileu. A nave foi lançada em 1979 e alcançou Júpiter em 1985.
Em 1983/84, a Voyager 1 chegou a Saturno. Estudou o planeta e descobriu que ele possui as tempestades mais devastadoras já registradas, com ventos de até 5.000 km/h. A Voyager 1 também detectou hidrocarbonetos sob a atmosfera do satélite Titã. Por esse motivo, em 2004 uma sonda de um bilhão de dólares foi estudar sua superfície. A missão Cassini-Huygens detectaria a presença de água em Titã, em 2006, o que poderia criar condições favoráveis à existência de vida no satélite.
Em 1988, a Voyager 2 sobrevoou Urano. Estudou seus anéis, seus satélites e descobriu que o maior deles, Miranda, teria sido atingido por um objeto com metade do volume do satélite. Os estilhaços criaram os anéis do planeta. A nave ainda constatou que, em relação aos outros planetas gasosos, a atmosfera de Urano é serena. Não existem tempestades sob suas nuvens. O dia em urano dura 84 anos, o mesmo tempo que o ano uraniano. Isso porque Urano tem um ângulo de inclinação de quase 90º, e rola sobre sua órbita ao invés de rotacionar ao longo dela.
Em 1992, A Voyager 2 passou por Netuno. O Voyager 2 descobriu seis novos satélites, que elevaram o total de satélites conhecidos de Netuno para oito. O Voyager 2 descobriu ainda que o maior dos satélites do planeta, Tritão, tem uma translação contrária à rotação do planeta. Netuno é assolado por tempestades fortíssimas, como o olho do gato, um tufão giratório que dá a volta no planeta de tempos em tempos. Netuno, assim como a Terra, também possui sprites em suas nuvens mais altas.
Após estudar os quatro planetas gasosos, a Voyager 2 continuou a vagar para fora do sistema solar. Em 2003, a sonda oficialmente entrou no espaço interestelar, e estava a 40 mil anos de viagem da estrela mais próxima.
A missão Voyager ainda esta ativa, transmitindo dados que são recebidos através de uma antena de 70 metros. Em 15 de agosto de 2006 a Voyager 1 atingiu a distãncia de 100 Unidades Astronômicas (UA) do Sol, o que significa que ela se encontra 100 vezes mais distante do que a Terra do Sol, ou seja, mais de 15 bilhões de quilômetros a partir do Sol.
As sondas Voyager transmitem de forma ininterrupta sinais para a Terra a aproximadamente 30 anos, graças ao gerador termoelétrico de radioisotopos de alta longevidade, ao projeto robusto e resistente que possuem, além de uma equipe de profissionais dedicados que hoje está reduzida a apenas 10 pessoas.