Ruy Coelho
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sinta-se livre para editá-la para que esta possa atingir um nível de qualidade superior.
Filho de Adelaíde Galvão e do advogado Carlos de Andrada Coelho, Ruy Galvão de Andrada Coelho nasceu em São Paulo, em dezembro de 1920. Ingressou em 1927 na Escola Modelo Caetano de Campos, e ao completar o curso primário transferiu-se para o Liceu Rio Branco. Nessa época Ruy já havia iniciado seu aprendizado da língua francesa, e em pouco tempo já dominava o idioma, tanto na escrita quanto na fala. Em 1941 formou-se pela Universidade de São Paulo em Filosofia, e em Ciências Sociais no ano seguinte. Em 1943 cursava a Faculdade de Direito, como seu pai, mas não chegou a finalizar o curso. Após ter se formado em Ciências Sociais, foi para os Estados Unidos estudar Antropologia na Northwestern University, onde defendeu a tese sobre Os Caraíbas Negros de Honduras. Durante a pesquisa em Honduras, Ruy mantinha um diário de campo em inglês, que acabou sendo publicado em livro com o título Dias em Trujillo: Um Antropólogo Brasileiro em Honduras, Ruy Coelho, editado pela Editora Perspectiva. Entre 1950 e 1952 foi antropólogo da UNESCO, em Paris. De volta ao Brasil, veio a ser nomeado assistente da cadeira de Sociologia I da Universidade de São Paulo, em cujos quadros seguiu carreira de docente e, em 1980, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas o elegeu para o cargo de diretor. Mesmo com tal cargo, Ruy não se afastou das instituições acadêmicas estrangeiras, tendo sido professor em Aix-em-Provence, França, durante exílio político entre 1974 e 1976 e, em Coimbra, nos anos 1980. No seu retorno, retomou as atividades de ensino na FFLCH até seu falecimento em 1990. Além da vida acadêmica, Ruy Coelho participou da Folha da Noite – levado por seu companheiro Lourival Gomes Machado - foi crítico de cinema do Diário de S. Paulo e colaborou na revista Clima, fundada em 1941, a qual já trouxe um excelente ensaio do jovem escritor que acabara de completar vinte anos: Marcel Proust e o Nosso Tempo, que estudaremos mais adiante. O trabalho de Ruy, embora extenso e excelente, não é muito divulgado, por opção do próprio: Era absolutamente indiferente à divulgação de sua obra, do mais alto teor científico e ensaístico. Talvez essa atitude se prendesse a valores que não mais se usam - a modéstia, o escrúpulo, o recato face à própria criação intelectual. Realmente, essa postura nobre era passada com a diplomacia nos mínimos ensinamentos. Quando eu mostrava a Ruy Coelho o esboço da lese de doutoramento e perguntava se deveria mencionar esse ou aquele autor na bibliografia, incluindo obras menores, ele advertia: "A elegância de uma festa se mede por quem não foi convidado...”. (Freitag, 1991) Gilda de Mello e Souza, companheira de Ruy no Grupo Clima, no prefácio do livro Tempo de Clima, enfatiza o desinteresse do escritor: “Tempo de Clima enfeixa, portanto, a fase inicial de uma produção muito valiosa, em grande parte oculta pelo incrível desinteresse de Ruy Coelho em relação a tudo o que fosse publicidade, fama ou mesmo simples divulgação dos seus escritos”.
