Um Cão Uivando para a Lua
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Ocorre que estive muito só, durante a vida toda, mas agora estou mais sozinho do que nunca. E ainda vem esse imbecil me falar do dinheiro que está ganhando. Também já passei por isso, rapaz. Já estive do lado de lá. Até o dia em que uma espécie de curto-circuito milagroso rompeu os fios que ligam a minha cuca aos dedos das mãos - e não pude mais bater nas teclas da máquina de escrever.
Foi com Um Cão Uivando Para a Lua que Antônio Torres estreou na literatura, em 1972, sendo imediatamente aclamado como um talento explosivo (Leo Gilson Ribeiro, revista Veja), um senhor ficcionista, segundo Jorge Amado, e a estréia mais significativa daquele ano (Hélio Pólvora, Jornal do Brasil). Um Cão Uivando Para a Lua fez mais do que surpreender os meios literários: foi também um sucesso de público. A crítica o recebeu com um entusiasmo raro para um estreante, destacando a coragem do seu depoimento e a força da sua linguagem, cuja "sadia agressividade" servia de forma adequada à contundente mensagem da trama. Lançado por uma pequena editora chamada Gernasa, Um Cão Uivando Para a Lua viria a causar um grande impacto. Foi saudado pelo jornal O Estado de S. Paulo como a revelação do ano. Para rememorar esta estréia tão feliz, nas palavras de Aguinaldo Silva, no extinto Opinião, vejamos o que disse O Globo deste livro, em 26 de novembro de 1972:
Ninguém sabia quem era Antônio Torres, embora este seja uma das maiores revelações de escritor surgidas no Brasil ultimamente. Este romance de estréia tem uma força surpreendente e atinge em certos trechos a altura da melhor ficção nacional. A linguagem realista, seca e coloquial, e a riqueza de situações fazem esperar desse autor obras ainda mais importantes.