Vasco Fernandes Coutinho
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Vasco Fernandes Coutinho foi o primeiro capitão donatário da Capitania hereditária do Espírito Santo, sendo um fidalgo da Corte Portuguesa.
[editar] Suma biográfica
Era ele um herói lusitano, senhor dos mares e bravo soldado do Rei nas conquistas da África e da Ásia, pelo que recebeu título de fidalguia com direito a brasão, tensa, casa em Alenquer (Portugal) e merecedor de uma das 15 capitanias hereditárias nas terras do Brasil. A décima primeira foi a que lhe deu o Rei D. João III através do Foral assinado em 1534.
Vasco Coutinho além de herói revelou-se competente navegador quando saiu de Lisboa com cerca de sessenta homens a bordo de sua caravela, atravessou o grande oceano e aqui chegou sem ter formado frota. Poucos anos depois, praticamente só, com a mesma nau voltou ao reino em busca de ajuda ou a procura de um sócio disposto a compartilhar do projeto de conquista do solo da América.
Na complicada estratégia de colonização do Brasil pois, coube a ele trazer para os ermos do Novo Mundo cerca de sessenta homens em degredo para que aqui ajudassem na colonização do solo e morressem de morte natural. Esses eram na maioria vagabundos, ladrões e marginais que perambulavam nas ruas de Lisboa, entre os quais Dom João III incluiu dois nobres: Dom Jorge de Menezes e Dom Simão Castelo Branco.
Foi pai do bandeirante Fradique Coutinho.
[editar] A chegada de Vasco Coutinho à capitania
No dia 23 de maio de 1535, domingo do Espírito Santo, a nau Glória, orientada pela serra do Mestre Álvaro, atravessou a barra ancorando numa pequena enseada, situada à esquerda, nas fraldas do morro da Penha, ao norte do morro de João Moreno. Os colonizadores julgaram ser a baía um grande rio. Deram a terra o nome de Espírito Santo em vista de celebrar-se, naquela data, pela Igreja Católica, a festa do Divino Espírito Santo.
O desembarque não se fez com facilidade, pois os aborígines, em defesa de sua terra, lutaram com ardor, armados de arcos e fechas, atirando suas setas dirigidas às embarcações. Houve necessidade de fazerem-se troar as duas peças de artilharia da caravela, para que os Goitacás debandassem, permitindo a posse da terra por Vasco Fernandes Coutinho.
Iniciava-se então a colonização do solo espírito-santense, com as suas primeiras cabanas e culturas agrícolas e tendo, pouco depois, a uni-las o vínculo religioso representado por uma igrejinha, dedicada a São João, em homenagem ao monarca reinante. O primeiro núcleo de colonização recebera o nome de Vila de Nossa Senhora da Vitória, devoção do donatário.
Reconhecendo o perigo representado pelos silvícolas, assim como a possibilidade de incursão de piratas, que infestavam as águas do Atlântico, naquela época, Vasco Fernandes Coutinho Lançou-se à construção de um forte em local estratégico situado mais ou menos onde hoje se ergue o Quartel de Piratininga.
Vasco Fernandes Coutinho, homem de espírito liberal e magnânimo, começou logo a distribuir terras com aqueles que o auxiliaram na empresa de colonizar o Espírito Santo. A D. Jorge de Menezes entregou a primeira ilha junto à barra (ilha do Boi); a atual ilha dos Frades foi doada a Valentim Nunes e, 15 de julho de 1537, doou a Duarte de Lemos a então ilha de Santo Antonio, que se instalara na sua parte alta, fazendo construir, na fazenda, ao lado da residência, uma igrejinha para o culto de Santa Luzia. Por essa época, os colonizadores sentiam-se mais desafogados do gentio. A falta, porém, de colonos para dar desenvolvimento aos trabalhos iniciados obrigou a Vasco Fernandes Coutinho ir a Metrópole.