Zona da Mata (Nordeste)
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A Zona da Mata é uma região litorânea do Nordeste, que é usada para abrigar os números 2 toda de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe, formada por uma estreita faixa de terra (cerca de 200 quilômetros de largura) situada no litoral. A vegetação original na Zona da Mata era predominantemente mata atlântica. É uma área que possui alto nível de urbanização, nessa região se concentra os principais centros regionais do nordeste. No setor agrícola destaca-se as grandes propriedades de tabaco, cana-de-açúcar e cacau, existe uma larga produção agrícola, devido a terra ser altamente produtiva - solo massapé. Nos últimos anos nessa região tem ocorrido um crescimento industrial, impulsionado por incentivos fiscais.
Na época colonial, instalou-se nesse área o empreendimento açucareiro escravista. As condições ecológicas são ideais para o cultivo da cana. O solo, fértil e escuro, conhecido como massapê, cobre os vales dos rios que ficaram conhecidos como "rios do açúcar". Vários deles são temporários, pois suas nascentes localizam-se no interior da região semi-árida.
No início da colonização, a Zona da Mata não era dominada completamente pelas plantações de cana. A população das cidades e das fazendas necessitava de alimentos. Por isso, uma parte das terras ficava reservada para culturas de milho, de mandioca, de feijão e de frutas. Também existiam pastagens para a criação de gado. Essas terras eram os tabuleiros, áreas um pouco mais elevadas situadas entre os vales de dois rios.
Como o solo dos tabuleiros é menos úmidos e mais pobre que o de massapê, não era usado para o plantio da cana. Assim, inicialmente, toda a produção agrícola, e até a pecuária, localizava-se na faixa úmida do litoral, onde se instalaram sítios familiares produtores de alimentos e fazendas de gado.
Mas a produção de cana crescia, à medida que se aumentavam as exportações de açúcar para a Europa. As sesmarias se dividiam entre os herdeiros dos primeiros proprietários. Cada um deles criava novos engenhos que necessitavam de mais cana. Depois, os sítios foram comprados pelos fazendeiros e a cultura de alimentos foi substituída por novas plantações de cana.
Muita coisa mudou na Zona da Mata desde a época colonial. A escravidão deu lugar ao trabalho assalariado dos bóias frias. Os antigos engenhos foram substituídos por usinas de açúcar e álcool. Mas a cana permaneceu como produto principal da faixa litorânea do Nordeste.
O principal motivo dessa permanência está na força política dos proprietários de usinas e de fazendas. Durante o século XX, a produção de cana, açúcar e álcool do Centro-Sul evoluiu tecnicamente, superando a produção da Zona da Mata. Mas os usineiros sempre conseguiram ajuda do governo federal ou dos governos estaduais, sob a forma de empréstimos, perdão de dívidas ou garantia de preços mínimos. Dessa forma, impediram a diversificação da agricultura do litoral nordestino.
Isso não significa que a cana seja a única cultura da Zona da Mata. No litoral da Bahia, principalmente na área do Recôncavo Baiano, nas proximidades de Salvador, aparecem importantes culturas de tabaco. No sul da Bahia, na área das cidades de Ilhéus e Itabuna, concentram-se as fazendas de cacau.
Além disso, a produção de frutas vem adquirindo importância na Zona da Mata. Há várias frutas nativas do Nordeste - como o caju, o cajá, a mangaba e a pitanga - que servem para fazer deliciosos sucos e doces. Outras frutas, provenientes das áreas tropicais do Oriente - como a graviola, a jaca e a manga - adaptaram-se muito bem aos climas e solos nordestinos.