Antônio Pinto Nogueira Accioli
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Nogueira Accioli | |
Governador do Ceará | |
Nascimento | 11 de outubro de 1840 Icó, CE |
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Falecimento | 14 de abril de 1921 Rio de Janeiro, RJ |
Partido político: | PRC |
Antônio Pinto Nogueira Accioli (Icó, 11 de outubro de 1840 — Rio de Janeiro, 14 de abril de 1921) foi um político brasileiro, presidente e um dos mais influentes políticos do Ceará durante a República Velha.
Filho do casal de primos José Pinto Nogueira, natural de Silvares (concelho de Lousada, Portugal) e Antônia Pinto (o sobrenome Accioli era de sua avó materna), era casado com Maria Teresa de Sousa, filha de Tomás Pompeu de Sousa Brasil, o Senador Pompeu.
Nogueira Accioli deveu ao sogro sua ascensão política. Sua grande oportunidade política se deu quando Bezerril Fontenele assumiu o governo no quadriênio de 1892 a 1896, pois passou a ser vice-presidente do estado. Quando da sucessão de Bezerril Fontenele, este indicou Accioli para substituí-lo. Bezerril havia ganhado algum prestígio durante o seu governo, sendo Accioli eleito presidente do Ceará no quadriênio de 1896 a 1900.
Frustrando todas as expectativas do povo cearense, Accioli utiliza-se do poder para desenvolver a sua oligarquia. Tinha todo o apoio do governo federal e estadual, para os quais era considerado um homem honrado e íntegro. Assim manipulou a política de forma que favorecesse familiares e correligionários. Accioli não deu prioridade a setores responsáveis pelo desenvolvimento do estado. Preferiu voltar-se para a construção de obras onde pudesse tirar vantagem pessoal. Como exemplo podemos citar a construção de cinco pontes sobre o rio Pacotí, encomendadas à França através da Casa Boris Fréres. O dinheiro das pontes apareceu nas contas do Estado, mas as pontes nunca foram construídas. Não podemos esquecer de dizer que Boris era correligionário de Accioli.
Durante a seca que assolou o estado em 1898 e 1900 a oligarquia acciolina fez vistas grossas ao sofrimento sertanejo. Além da fome, ocorreu no estado uma epidemia de varíola. Rodolfo Teófilo, opositor de Accioli, fabricava vacina contra a varíola, saia conscientizando o povo e aplicando-a em quem permitisse. O grupo acciolino perseguiu a Teófilo, alegando que ele assim agia para desmoralizar o governo.
Terminando o seu quadriênio, Accioli foi substituído por Dr. Pedro Borges que a princípio quis voltar-se contra seu antecessor, mas acabou fazendo um acordo com ele. Acordo este que beneficiou a ambos. Borges governou o Ceará até 1904, com grande influência de Accioli. Durante o governo de Borges foi criada a Academia Livre de Direito do Ceará, feita com um único propósito: beneficiar os filhos de Accioli.
A oposição e o povo de Fortaleza continou a sua luta contra o domínio acciolino. Mas ainda não foi dessa vez. Em 1908 Accioli é eleito novamente presidente do Ceará, do ano de 1908 a 1912 quando foi deposto. Muitos movimento surgiram para derrubar Accioli do poder. O mais importante deles foi a Passeata das Crianças. Liderada por mulheres cearenses, cerca de seiscentas crianças, todas vestidas de branco, com laços verdes-amarelos e ostentando no pescoço um medalhão do coronel Franco Rabelo, desfilaram pelas ruas de Fortaleza, cantando e sendo olhadas por, mais ou menos, oito mil pessoas.
O Babaquara, como era conhecido Accioli, enviou a polícia para combater o movimento. Esta agiu com rigor, tendo ocasionado a morte de várias pessoas. A reação de Accioli causou revolta no povo fortalezense que armou-se com o que pôde para tirar o babaquara do poder. Accioli resolveu então renunciar. O responsável pelas negociações foi coronel José Faustino. A oposição aceitou a renúncia de Accioli desde que se cumprissem algumas condições, como:
- Accioli jamais seria candidato ao governo do Ceará
- Se comprometeria a não aceitar qualquer ajuda do Governo Federal para recolocá-lo no governo do estado
- Deixaria de imediato o Palácio da Luz e se abrigaria no Quartel da Inspetoria do Ceará aguardando o primeiro navio que o levasse junto com a família para o Sul
- Deixaria dois reféns : José Accioli e Granco Cardoso, tutelados, mas com livre trânsito
Nogueira Accioli era casado com Maria Teresa Sousa, filha do Senador Pompeu, e um de seus filhos, José Pompeu Pinto Accioli, foi senador da República pelo Ceará.
[editar] Ver também
Precedido por Benjamim Liberato Barroso |
Presidente do Ceará 1892 |
Sucedido por Bezerril Fontenele |
Precedido por Bezerril Fontenele |
Presidente do Ceará 1896 — 1900 |
Sucedido por Pedro Augusto Borges |
Precedido por Bezerril Fontenele |
Presidente do Ceará 1904 — 1912 dois mandatos |
Sucedido por Carvalho Mota |