Bloco carnavalesco
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Um bloco carnavalesco é um conjunto de pessoas que desfila no Carnaval de forma semi-organizada, muitas vezes trajando uma mesma fantasia, ou vestidas do modo que mais lhe agradar.
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[editar] História
Desde meados do século XIX as ruas da cidade do Rio de Janeiro eram invadidas, nos dias de carnaval, por grupos de pessoas dispostas a se divertir. Até as primeiras décadas do século XX não havia grandes distinções entre os vários tipos de brincadeiras que ocupavam a cidade e que podiam ser chamadas indistintamente de ranchos, cordões, grupos, sociedades ou blocos, entre outras denominações genéricas.
Durante a década de 1920, a intelectualidade brasileira volta-se para as questões ligadas à identidade nacional destacando a importância da festa carnavalesca carioca que passa ser vista como uma espécie de "resumo" da diversidade cultural brasileira. Organizar a "confusão" carnavalesca passa a ser um dos objetivos da elite cultural que, com ajuda da imprensa, começa a definir as diferentes categorias da folia numa escala que iria das sofisticadas sociedades carnavalescas – ou grandes sociedades – até os temidos cordões. (Ferreira, 2005)
Dentro dessa nova organização, os grupos do carnaval chamado de popular (ou Pequeno Carnaval) podiam ser classificados como ranchos (considerados como mais sociáveis), blocos ou cordões (vistos como o carnaval descontrolado).
Os blocos situavam-se, portanto, a meio caminho entre os louváveis ranchos e os freqüentemente condenados cordões. É essa característica ambivalente que faria dos blocos a inspiração para as os grupos de samba que buscariam a aceitação da sociedade no final da década de 1920 e que passariam a ser denominados de escolas de samba a partir da década de 1930.
Os primeiros registros de blocos licenciados pela polícia no Rio de Janeiro, datam de 1889: Grupo Carnavalesco São Cristóvão, Bumba meu Boi, Estrela da Mocidade, Corações de Ouro, Recreio dos Inocentes, Um Grupo de Máscaras, Novo Clube Terpsícoro, Guarani,Piratas do Amor, Bondengó, Zé Pereira, Lanceiros, Guaranis da Cidade Nova, Prazer da Providência, Teimosos do Catete,Prazer do Livramento, Filhos de Satã e Crianças de Família (Rua Paulino Figueiredo).
Atualmente, há no Rio de Janeiro os chamados Blocos de Enredo, filiados à Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro, que organiza uma disputa oficial de blocos no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Nessa disputa, não costumam estar presentes os outros blocos, chamados popularmente de "blocos de embalo", ou "blocos de rua" .
Em São Paulo, os "blocos de rua", não são muito famosos, por isso nesta cidade o que seriam os equivalentes dos blocos de enredo são administrados pela UESP, funcionando como pequenas escolas de samba, inclusive com sambas-enredo iguais aos destas.
[editar] Alguns blocos famosos
[editar] Rio de Janeiro
- Bafo da Onça
- Banda de Ipanema
- Boêmios de Irajá
- Bloco da Ansiedade
- Carmelitas
- Bloco do Barriga
- Cacique de Ramos
- Cordão do Boitatá
- Cordão do Bola Preta
- Escravos da Mauá
- Monobloco
- Simpatia é Quase Amor
- Suvaco do Cristo
- Badalo de Santa Teresa
[editar] Olinda
- Eu acho é pouco
- Bacalhau do Batata
- Se Num Güenta Pra Que Veio ?
[editar] Recife
- Eu Quero é Mais!
- Galo da Madrugada
[editar] Salvador
[editar] Ver também
- Carnaval no Brasil
- Carnaval no mundo
- Indústria do carnaval
- Dias de desfiles dos blocos cariocas
- Blocos de sujo
[editar] Bibliografia
- Nélson da Nóbrega Fernandes. Escolas de Samba: Sujeitos Celebrantes e Objetos Celebrados. Rio de Janeiro: Coleção Memória Carioca, vol. 3, 2001.
[editar] Para saber mais
- FERREIRA, Felipe. O livro de ouro do carnaval brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
- FERREIRA, Felipe. Inventando carnavais: o surgimento do carnaval carioca no século XIX e outras questões carnavalescas. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.
- BEI COMUNICAÇÃO. Guia do carnaval de rua do Rio de Janeiro. São Paulo: Bei Comunicação, 2007.
- PIMENTEL, João. Blocos: uma história informal do carnaval de rua. Rio de Janeiro: Relume Dumará/Prefeitura, 2002.