Convento do Carmo (Évora)
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O Convento de Nossa Senhora do Carmo é um vasto monumento religioso da cidade de Évora, ficando situado no Largo das Portas de Moura e Rua D.Augusto Eduardo Nunes (antiga Rua da Mesquita), na freguesia da Sé e São Pedro. Os frades carmelitas estabeleceram-se em Évora em 1531, no tempo do Bispo Cardeal D.Afonso, tendo o primitivo Mosteiro sido efificado extra-muros, na zona das Portas de Avis e Lagoa, junto à antiquíssima Capela de São Tomé. O edifício ficou praticamente destruído com o cerco de Évora durante a Guerra da Restauração (século XVII). Os frades carmelitas, delajodas, pediram ao Rei D.Afonso VI que os deixassem habitar o antigo Paço dos Duques de Bragança em Évora, situado junto às Portas de Moura. O monarca acedeu ao pedido, doando a antiga moradia dos Bragança aos Carmelitas, com a condição de manterem a célebre porta dos nós, símbolo da Sereníssima Casa de Bragança, o que os frades respeitaram. A igreja foi sagrada solenemente no ano de 1691. O edifício conventual ergue-se ao longo da Rua da Mesquita, em linhas severas do barroco seiscentista, sendo a portaria aberta por alpendre de pedra de cúpula piramidal. A entrada para o adro da igreja faz-se por longa escadaria de granito, para onde se abre a monumental porta dos nós, que os frades aproveitaram para porta da igreja. O interior, de proporções monumentais, compreende uma só nave, de abóbada de berço, com seis capelas laterais, coro-alto e galerias altas, pelas quais se ilumina a nave. Sob o cruzeiro ergue-se a maior cúpula da cidade de Évora. Os três altares do cruzeiro são particularmente monumentais, devido às suas invulgares dimensões, sendo exemplares de épocas diferentes da arte da talha dourada portuguesa. O do lado esquedo, chamado de Nossa Senhora da Piedade, é o mais antigo do templo, sendo ainda do reinado de D.Pedro II.O do lado direito, chamado do Santíssimo Sacramento (antigo altar privativo da Ordem Terceira do Carmo), é particularmente majestoso, já da época do barroco-rococó. Finalmente o Altar-Mor, de enormes dimensões, de talha dourada e marmoreada, marcado essencialmente pelo período joanino, destacando-se as ornamentações do trono da exposição solene do Santíssimo Sacramento e da imagem de Nossa Senhora do Carmo. O mosteiro foi extinto em 1834, juntamente com todas as Ordens Religiosas em Portugal, voltando então à posse da Casa de Bragança. O convento ficara no entanto incacabado, faltaram construir dois lanços do grande claustro e as torres sineiras da igreja. A Rainha D.Maria II, a pedido do Arcebispo de Évora, D.Francisco da Mãe dos Homens Anes de Carvalho, cedeu-o para Seminário Maior da Arquidiocese, que poucos anos depois se mudou para o antigo Colégio da Purificação. Foi então vendido à família Margiochi, que o cedeu para Colégio das Irmãs Doroteias, que viriam a ser expulsas pela implantação da república. Em 1914, foi novamente cedido à Arquidiocese, para Paço Arquiepiscopal, uma vez que a República havia expropriado o Paço junto à Sé. Na década de 1990 o Arcebispo de Évora, mudou-se para um novo Paço Arquiepiscopal, devolvendo o efifício à família proprietária, que o arrendou à Universidade de Évora, que nele instalou o Departamento de Música e Teatro. A igreja do Carmo (que permaneceu sempre em posse da Arquidiocese)é, desde 1934, por decisão do Arcebispo D.Manuel da Conceição Santos, a igreja paroquial da freguesia da Sé.
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