Guerra Austro-prussiana
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A Guerra Austro-prussiana (Também chamada de Guerra das Sete Semanas ou Guerra Civil Alemã) foi travada pelo Império Austríaco e pela Prússia em 1866 e resultou no domínio prussiano sobre a atual Alemanha. Na Alemanha e na Áustria ela é conhecida como Deutscher Krieg (Guerra Alemã) ou Bruderkrieg (Guerra de Irmãos). Na Itália, chama-se Terza guerra di independenza italiana (Terceira guerra de independência italiana).
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[editar] Antecedentes e Causas
Por séculos, os Imperadores do Sacro Império Romano-Germânico governavam nominalmente os Estados alemães, mas os nobres poderosos mantinham uma independência de fato com auxílio externo, particularmente da França. A Prússia se tornou o mais poderoso desses Estados, e, já no século XIX, era considerada uma das grande potências da Europa.
Após o fim das Guerras Napoleônicas, em 1815, a influência francesa sobre os Estados alemães era fraca e ideais nacionalistas espalharam-se pela Europa. Muitos observadores perceberam que as condições para a unificação da Alemanha estavam em desenvolvimento, e duas concepções de unificação se desenvolveram. Um delas era a Grossdeutschland (do alemão Großdeutschland, "grande Alemanha"), que incluiria o império multi-nacional da Áustria. A outra, preferida pela Prússia, era a Kleindeutschland ("pequena Alemanha"), que excluia a Áustria.
O junker (nobre prussiano) Otto Von Bismarck tornou-se chanceler da Prússia em 1862 e começou imediatamente uma política focalizada na unificação da Alemanha como uma Kleindeutschland sob controle prussiano. Tendo aumentado a consciência nacional alemã, convencendo a Áustria a unir-se a ele na Guerra dos Ducados (também conhecida como Guerra Dinamarquesa ou Segunda Guerra do Schleswig), Bismarck provocou um conflito pela administração das províncias conquistadas de Schleswig e Holstein, que fora acertada na Convenção de Gastein. A Áustra declarou guerra à Prússia e conclamou os exércitos dos Estados alemães menores para juntarem-se a ela.
[editar] As Alianças
A maioria dos Estados alemães uniu-se à Áustria, contra a Prússia, percebida como a agressora. Dentre esses Estados estavam a Saxônia, Bavária, Baden, Württemberg, Hanôver, Hesse-Kassel, Hesse-Darmstadt e Nassau. Alguns Estados setentrionais juntaram-se à Prússia, particularmente Oldenburg, Mecklenburg-Schwerin, Mecklenburg-Strelitz, e Brunswick. A Itália também se juntou à Prússia, porque a Áustria ainda ocupava o território do Vêneto, que os irredentistas italianos queriam para completar a unificação da Itália.
Notavelmente, as outras potências estrangeiras abstiveram-se da guerra. O imperador francês Napoleão III, que esperava uma vitória austríaca, preferiu ficar de fora do conflito para fortalecer sua posição de negociação pelo território ao longo do Reno, enquanto que a Rússia ainda guardava ressentimentos contra a Áustria por conta da Guerra da Criméia.
Alianças da Guerra Austro-prussiana (1866) | ||
Prússia | Império Austríaco | Neutros |
Reino da Itália |
Baviera |
Limburg |
Territórios Disputados |
[editar] Curso da guerra
A principal campanha da guerra ocorreu na Boêmia. A decisiva vitória prussiana sobre a Áustria na Batalha de Königgrätz (3 de julho de 1866) destruiu o exército austríaco e forçou Viena a propor a paz.
Os austríacos tiveram melhor sorte na guerra com a Itália, derrotando-a em terra na Batalha de Custoza (24 de junho) e no mar na Batalha de Lissa (20 de julho). Por outro lado, os "Caçadores dos Alpes", de Garibaldi, derrotaram os austríacos na Batalha de Bezzecca, em 21 de julho, e avançaram na direção de Trento.
[editar] Resultados
Encerradas as hostilidades, a Áustria cedeu a Venécia (correspondente às atuais regiões italianas do Vêneto e da Friuli-Venezia Giulia) ao Reino de Itália (com a mediação da França).
O Tratado de Praga, de 23 de agosto de 1866, determinou a dissolução da Liga Alemã, a anexação de Schleswig-Holstein, Hanôver, Hesse-Kassel, Nassau e Frankfurt à Prússia e a exclusão da Áustria dos assuntos alemães.
A guerra tornou a Prússia a potência hegemônica na Alemanha e com ascendência sobre os estados alemães menores, que se veriam compelidos a aliarem-se aos prussianos na Guerra Franco-prussiana de 1870 e a aceitar a coroação de Guilherme I como Kaiser de uma Alemanha unificada, em 1871. A Guerra Austro-prussiana pode ser vista, portanto, como a primeira grande manobra de Bismarck para atingir a sua meta de unificar a Alemanha sob controle prussiano.