Harry Belafonte
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Harold "Harry" George Belafonte, Jr. (Nova Iorque, 1 de março de 1927) é um músico, cantor, ator e ativista político e pacifista norte-americano de ascendência jamaicana. Um dos mais bem sucedidos artistas de origem caribenha da história, foi apelidado de “Rei do Calypso” por popularizar o ritmo caribenho nos Estados Unidos nos anos 50. Durante sua carreira tem sido um radical ativista político, envolvido em lutas pelos direitos civis e diversas causas humanitárias e atualmente é um dos maiores críticos no meio artístico americano à política do governo Bush.
Belafonte nasceu no Harlem, o bairro negro pobre da cidade de Nova Iorque e na infância viveu na Jamaica, país natal de sua mãe. De volta à América, fez o colegial numa escola pública da cidade e serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial. No fim dos anos 40, começou a ter aulas de arte dramática junto com Marlon Brando, Tony Curtis e Sidney Poitier, enquanto trabalhava junto ao teatro negro americano. Anos depois, receberia um Prêmio Tony por seu trabalho nos palcos da Broadway.
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[editar] Música
Belafonte iniciou sua carreira na música como cantor em night-clubs de Nova Iorque para pagar por suas aulas de ator. Seu repertório misturava o pop com o folk americano, pelo qual se interessou ao voltar da guerra. Em 1952 conseguiu um contrato de gravação com a empresa RCA Victor e quatro anos depois seu álbum Calypso explodiu nas paradas americanas, sendo o primeiro LP a vender mais de um milhão de cópias no país. Foi este disco que apresentou o calypso ao público local e o consagrou como “Rei”, apelido pelo qual ele tinha fortes reservas.
Durante os anos sessenta, alem de ganhar dois prêmios Grammy e seis discos de ouro, introduziu diversos novos artistas ao público americano, notadamente a cantora sul-africana Miriam Makeba com quem gravou diversas músicas anti-apartheid, e um de seus álbuns de sucesso, de 1962, traz a primeira gravação registrada de um jovem tocador de harmônica chamado Bob Dylan. Com a chegada aos Estados Unidos dos Beatles e a invasão do rock inglês nas paradas musicais, o sucesso de Belafonte começou a diminuir. Mesmo sem o mesmo status de astro dos primeiros anos, ele continuou a fazer grandes shows pelo país e pelo mundo até 2003, quando anunciou sua aposentaria dos palcos.
[editar] Cinema e TV
Harry Belafonte foi o primeiro afro-americano a receber um Prêmio Emmy, o “Oscar” da televisão, por seu show especial de TV Tonight with Belafonte, em 1959. No cinema seu primeiro sucesso foi em Carmen Jones, de Otto Preminger, ao lado de Dorothy Dandridge, a mais conhecida atriz negra de sua época. Apesar de estrelar diversos filmes, insatisfeito com os papéis que lhe vinham sendo oferecidos, resolveu se dedicar mais à carreira musical, abandonando o cinema no começo dos anos 70, ao qual só voltaria no meio dos anos 90 para trabalhar com John Travolta e Robert Altman.
[editar] Ativismo Político
Belafonte sempre foi reconhecido como um dos grandes ativistas políticos dos Estados Unidos e dos mais radicais. Apesar de famoso nas artes, isto nunca lhe protegeu da discriminação racial, especialmente no sul do país, onde se recusou a se apresentar entre 1954 e 1961. Neste período, como muitos outros, foi colocado na Lista Negra pelo Macartismo, tendo dificuldades para trabalhar.
Grande seguidor do Movimento dos Direitos Civis e um dos confidentes de Martin Luther King, levantou milhares de dólares para libertar sob fiança centenas de manifestantes presos e foi um dos organizadores da famosa Marcha sobre Washington.
Em 1968, ele e sua amiga, a cantora Petula Clark, protagonizaram uma cena pioneira na tv americana, num programa especial da cantora britânica na rede NBC. Durante a gravação, enquanto cantavam juntos e sorriam um para o outro, Petula, branca, segurou por instantes nos braços e ombros de Harry, levando o patrocinador, a marca de automóveis Plymouth, a querer retirar a cena da edição final, por medo da reação do público. Petula recusou-se ameaçando impedir a transmissão do programa todo, pois ele era de sua propriedade (The Petula Clark Show) e a questão, entre a gravação e a exibição provocou grande discussão na imprensa. Quando o show foi finalmente ao ar, sem cortes, provocando grandes índices de audiência, mostrava pela primeira vez na história duas pessoas de cores diferentes tendo contato físico carinhoso durante uma transmissão de tv.
Em 1985 foi um dos organizadores do grupo de artistas que gravou a famosa música “We Are the World” que vendeu milhões de cópias em todo mundo e ganhou um Premio Grammy, e se apresentou ao vivo no super concerto Live Aid; em 1987 foi nomeado embaixador da boa vontade da Unicef. Nesta função, foi a Ruanda e África do Sul, levantando fundos de ajuda e denunciando a miséria, exploração e racismo existente em grande escala no continente africano.
Desde o começo da carreira ele tem sido um feroz crítico da política externa americana e a partir dos anos 80 começou a dar declarações polêmicas aos meios de comunicação, defendendo o fim do embargo econômico a Cuba, elogiando as iniciativas de paz da ex-União Soviética, condenando a invasão de Granada, honrando a memória do Casal Rosenberg e elogiando Fidel Castro.
[editar] Oposição ao governo Bush
Desde 2002 Harry Belafonte tem chamado a atenção por seus comentários políticos contra o governo Bush e a Guerra do Iraque. Sendo um dos primeiros artistas a apoiar publicamente o jornalista e documentarista Michael Moore em sua cruzada cívica contra a eleição de George Bush e a invasão do Iraque, um de seus comentários mais ácidos foi feito durante uma entrevista a uma rádio de San Diego, quando acusou, usando palavras de um de seus mentores ideológicos, Malcom X, o antigo e a atual Secretários de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell e Condoleeza Rice, de serem usados como serviçais úteis do governo branco e direitista de George Bush. Rice respondeu, através do programa da jornalista Amy Goodman, Democracy Now, “que não precisava que Harry Belafonte lhe ensinasse o que era ser negra na América”.[1]
[editar] Frases
- “Não importa o que diga o grande tirano e terroristado mundo, George W. Bush, estamos aqui para lhe dizer que não centenas, nem milhares, mas milhões de pessoas nos Estados Unidos apóiam o seu governo e a sua revolução.” (Em 2006, acompanhando uma delegação à Venezuela, em que também se encontrava outro ator ativista, Danny Glover, que levava apoio a Hugo Chávez, pela iniciativa do líder venezuelano em vender derivados de petróleo, como gasolina e óleos lubrificantes, por preços baixos a várias regiões pobres do interior dos Estados Unidos.)[2] [3]
- ”Qual a diferença entre uns terroristas e outros terroristas?” (Ainda em 2006, comparando o governo americano aos ataques de 11 de setembro, em discurso na Universidade Duke, no Dia de Martin Luther King.)[4]
- "Harry Belafonte, o Patriota”. (A frase que ele gostaria que constasse em seu epitáfio se pudesse escolher)[5]