Fatima bint Muhammad
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Fatima bint Muhammad ou Fatima Zahra (forma aportuguesada: Fátima) foi uma das filhas de Muhammad (Maomé), profeta do Islão, e da sua primeira esposa Cadija. Foi casada com Ali ibn Abi Talib (o quarto califa, para os sunitas ou o primeiro, segundo a perspectiva dos xiitas). Faleceu em 632 em Medina.
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[editar] Infância
Fatima nasceu em Meca, em data incerta, provavelmente em 605 ou 606, embora a tradição xiita coloque o seu nascimento em 614. A sua posição na sequência das filhas de Muhammad corresponde ao lugar da filha mais nova, antecedida por Umm Kulthum, Ruqayya e Zaynab.
Da sua vida em Meca conhecem-se apenas dois episódios, um relacionado com a sua tristeza perante a morte da mãe e outro quando retirou lixo de cima do pai, atirado enquanto este rezava por Ukba Abi Mu´ayt, um membro da tribo dos Coraixitas hostil à mensagem religiosa de Muhammad
[editar] Vida em Medina e casamento com Ali
Em 622 Fatima emigrou com o pai de Meca para Medina (a Hégira), onde casou-se com Ali. Anteriormente dois companheiros de Muhammad, Abu Bakr e Omar, pediram-na em casamento, mas Muhammad recusou-se a casar a filha com algum destes homens.
O casamento com Ali ocorreu provalmente em 623 ou 624. A festa do casamento foi organizada por duas esposas de Muhammad, Aicha e Umm Salama. Na noite do casamento o pai de Fatima visitou a casa do casal, onde pediu água num jarro; depois de lavar as suas mãos com este água, acabou por lançar algumas gotas sobre o peito, ombros e braços do casal. Segundo algumas fontes, a consumação do casamento ocorreu alguns meses depois, quando Ali regressou da Batalha de Badr.
[editar] Descendência de Fatima
Fatima foi a única dos filhos de Muhammad a assegurar uma descendência, graças ao nascimento de dois filhos com Ali - Hassan (624) e Hussein (626) - e de duas filhas - Umm Khultum e Zaynab, que partilharam o nome com as tias.
O seu casamento com Ali foi infeliz, tendo o seu pai se esforçado para reconciliar o casal. Muhammad impediu também que Ali tomasse outra mulher, de acordo com a prática da época, uma vez que sentia que o acto incomodaria a sua filha.
[editar] Fatima durante a doença e morte do pai
Quando Muhammad adoeceu, Fatima ficou triste devido à ligação profunda que tinha com o pai. Segundo uma tradição (hadith) transmitida por Aicha, numa ocasião Fatima chorava por ver o pai doente, mas este consolou-a e Fatima sorriu. Após a morte de Muhammad, Aicha perguntou a Fatima o que é que o pai lhe tinha dito naquela ocasião; segundo Fatima, Muhammad disse-lhe que o anjo Gabriel fazia-lhe visitas mais regulares para lhe revelar o Alcorão e como tal Muhammad pressentiu que a sua morte estava próxima. Muhammad contou-lhe também que ela seria a primeira pessoa da família a juntar-se ao pai, a primeira a entrar no Paraíso.
[editar] Fatima na veneração popular
Fatima é alvo de veneração pelos muçulmanos, em particular pelos muçulmanos xiitas. Um dos títulos que estes lhe atribuem é o de al-Zahra, ou "a Resplandecente". Uma dinastia de califas, oriunda do Islão xiita ismailita, afirmava descender de Fatima - dela retirando o seu nome: Fatímidas.
O nome Fátima é muito comum entre as mulheres muçulmanas. Na África Negra utilizam-se as variantes Fatimata, Fatoumata e Fatou.
A Hamsá - ou Mão de Fátima - é um talismã usado por alguns muçulmanos que acreditam que ele pode afastar o mau-olhado. Também é usado como talismã no judaísmo, por vezes adornado com estrelas de Davi. Segundo a tradição judaica, esta é a mão de Miriam, irmã de Moisés e Arão, profetas que conduziram o povo judeu do Egito à Terra Prometida.
[editar] Aparição de Fátima
O professor Moisés Espírito Santo, no seu livro Os Mouros Fatímidas e as Aparições de Fátima, afirma que a região portuguesa de Fátima e os seus arredores está impregnada por uma cultura herdada do tempo dos mouros que na época relatavam a visão de uma senhora de luz que consideravam ser Fátima, a filha de Muhammad.
[editar] Ligação externa
- Biografia de Fátima
- Biografia de Fátima (em inglês)