Línguas nigero-congolesas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As línguas nigero-congolesas (ou nígero-congolesas) são um grupo de várias famílias lingüísticas, sendo o maior de línguas africanas, tanto quanto ao número de falantes, quanto à área geográfica ou ao número de línguas. Podem mesmo ser o maior grupo do mundo em termos de número de línguas diferentes, embora esta seja uma questão complicada devido às diferentes opiniões sobre o que é uma língua diferente. Quase todas as línguas tribais da África subsaariana pertencem a este grupo. Uma propriedade comum destas línguas é o uso de um sistema de classes para os nomes.
[editar] História da Classificação
Primeiras Classificações
A grupo nigero-congolês tal como é hoje conhecido, só foi reconhecido como uma unidade gradualmente. Nas primeiras classificações das línguas africanas, um dos principais critérios usados para diferentes grupos era o uso diferenciado de prefixos para classificar nomes, ou o facto de não se usarem. O maior avanço veio com o trabalho de Koelle, que na sua Polyglotta Africana de 1854 tentou uma classificação cuidadosa em grupos, os quais em muitos casos correspondem aos grupos modernos. A primeira avaliação das línguas nigero-congolesas como uma família linguística pode ser encontrada no estudo de Koelle, que encontrou eco em Bleek (1856), na qual foi verificado que as líguas atlânticas usam prefixos, tal como muitas línguas subsaarianas. Trabalho subsequente de Koelle, e décadas mais tarde o trabalho comparativo de Meinhof, estabeleceu solidamente as línguas bantus como uma unidade linguística.
Joseph H. Greenberg foi o primeiro a identificar os limites dessa família, que ele chamou de línguas nigero-cordofanianas em seu livro Languages of Africa. John Bendor-Samuel introduziu o nome nigero-congolês para toda a família, o qual está atualmente em uso entre os línguistas. (veja línguas cordofanianas da província de Cordofão no Sudão)
As famílias língüisticas pertencentes ao nigero-congolês são:
- Oeste-atlântico: inclui wolof, falada no Senegal, e fulfulde, uma língua falada pelo Sahel.
- Mandê: faladas na África Ocidental ; inclui bambara, a língua falada em Mali.
- Kwa: inclui Akan, falada em Gana.
- As línguas iorubá e ibo, faladas na Nigéria.
- Gur: faladas entre outros lugares na Costa do Marfim, Togo, Burkina Fasso e Mali.
- Kru: faladas na África Ocidental, inclui as línguas bété, nyabwa, e dida.
- Adamawa-ubangi: inclui a sango, falada na República Centro-Africana)
- Bantu: um grupo bem grande, inclui swahili (kiswahili).
Alguns linguistas ligam as cerca de trinta línguas cordofanianas a família nigero-congolês, formando uma família de línguas níger-cordofaniana. Embora essa seja uma hipótese plausível, essa idéia ainda é tratada como não provada.
[editar] Referências
- Joseph H. Greenberg, The Languages of Africa. Indiana Univ. Press (1966).
- Bernd Heine and Derek Nurse, African Languages - An Introduction. Cambridge Univ. press (2000)
- John Bendor-Samuel (ed.), The Niger-Congo Languages — A classification and description of Africa's largest language family, University Press of America (1989).
- Ethnologue: Árvore das línguas Niger-Congo
- Línguas Africanas no Brasil