Luís XIV de França
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Luís XIV de Bourbon, francês Louis XIV (5 de setembro de 1638, Saint-Germain-en-Laye, França - 1 de setembro de 1715, Versalhes), conhecido como "Rei-Sol", foi o maior monarca absolutista da França de 1643 à 1715.
A ele é atribuída a famosa frase: "L'État c'est moi" (O Estado sou eu), apesar de grande parte dos historiadores achar que isso é apenas um mito. Construiu o luxuoso palácio de Versalhes em Versalhes, perto de Paris, onde faleceu em 1715.
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[editar] Biografia
[editar] Juventude
Quando nasceu em 1638 seus pais, Luís XIII e Ana d'Áustria, consideraram-no uma bênção divina, já que o casal ainda não tivera nenhum filho em vinte e três anos de matrimônio. Por isso alguns historiadores acreditam que ele não era filho biológico de Luís XIII. Foi batizado Louis-Dieudonné ("Luís, o presente de Deus") e recebeu além do tradicional título de Delfim o de Premier Fils de France ("Primogênito da França").
Luís XIII e Ana tiveram um segundo filho, Felipe I, duque de Orleans. O rei não confiava em sua mulher e procurou evitar que ela ganhasse influência sobre o país. Porém após a morte do rei em 1643, Ana tornou-se regente. Ela confiou todos os poderes do Estado ao cardeal italiano Giulio Mazarino, que era odiado pela maioria dos círculos políticos franceses.
Ao mesmo tempo que a Guerra dos Trinta Anos acabava em 1648, uma guerra civil francesa conhecida como Fronda começou. O cardeal Mazarino deu continuidade à centralização do poder iniciada pelo seu antecessor, o Cardeal Richelieu. Ele tentou aumentar o poder da Coroa às custas da nobreza. Ele impôs uma taxa aos membros do Parlamento, na época composto na maior parte por membros do Alto Clero e da Nobreza. O Parlamento não só se recusou a pagar como anulou todos os éditos financeiros anteriores promulgados por Mazarin. Quando Mazarin mandou prender os membros do Parlamento, Paris foi tomada por revoltas. Luís XIV e a corte tiveram que deixar a cidade. Quando o tumulto começou a passar foi assinada a Paz de Westphalia, que restaurou o controle da Coroa sobre o Exército Francês, e que foi sucedida pela Paz de Rueil que encerrou os conflitos temporariamente.
[editar] Começo do Reinado
O período de regência exercido pela mãe de Luís terminou oficialmente em 1651, quando ele tinha 13 anos. Luís assumiu o trono, mas Mazarino continuou a controlar os assuntos de estado até 1661. Outros membros do governo esperavam que fosse substituído por Nicolas Fouquet, o superintendente de finanças. Ele não só não assumiu como foi preso por má administração do Tesouro francês. O rei anunciou em seguida que não indicaria outro primeiro ministro e assumiria ele próprio o governo do reino. Seu conselho, o conseil d'en haut, contava com nomes de prestígio como Jean-Baptiste Colbert, Hugues de Lionne e François-Michel le Tellier. Nenhum destes pertencia a alta aristocracia, o que levou o grande memorialista do fim do reinado, o Duque e Par do Reino Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon a chamar o governo de "Reino da pequena burguesia".
O Tesouro estava perto da falência quando Luís XIV assumiu o poder. As coisas não melhoraram já que ele gastava dinheiro extravagantemente, dispendendo vastas somas de dinheiro financiando a Corte Real. Felizmente, parte desse dinheiro ele gastou como patrono das artes, financiando nomes como Moliere, Charles Le Brun e Jean-Baptiste Lully. Também gastou muito em melhorias no antigo Palácio do Louvre, que acabou por abandonar em favor da nova fundação de Versalhes, construído sobre um antigo pavilhão de caça de Luís XIII.
Em 1665, Luis XIV nomeou Jean-Baptiste Colbert para a chefia da Controladoria Geral. Colbert reduziu o déficit da França através de uma reforma fiscal, que tornou os impostos mais eficientes. Seu plano fiscal incluia os aides e douanes (ambos taxas comerciais), a gabelle (imposto sobre o sal) e o taille (imposto sobre as terras). Por outro lado, Colbert não aboliu a isenção fiscal de que se valia o clero e a nobreza. O método de coleta de impostos também foi melhorado por Colbert.
Colbert fez planos de longo prazo para o desenvolvimento da França através do comércio. Sua administração criou novas indústrias e encorajou os fabricantes e inventores a produzir. Colbert também modernizou a Marinha, as estradas e os aquadutos. Ele é considerado um dos pais da escola de pensamento conhecida como mercantilismo, sendo que na França "Colbertinismo" é um sinônimo de mercantilismo.
Luís XIV ordenou a construção do complexo conhecido como Hôtel des Invalides (Palácio dos Inválidos) pra servir de moradia a militares que o serviram lealmente em combate, mas que foram dispensados por motivo de ferimento de guerra ou idade avançada - e que até então tinham como alternativas apenas a mendicância e o banditismo.
[editar] Guerras e Conflitos
Durante o seu longo reinado, que na prática exerceu de 1661 à 1715 (54 anos), reorganizou e equipou o exército francês, tornando-o o mais poderoso da Europa, e iniciou suas investidas militares com a invasão dos Países Baixos espanhóis em 1667, que considerava serem herança de sua esposa. Conseguiu êxito nessa invasão, podendo ditar as condições de paz à Espanha e à Áustria. Nos anos seguintes iniciou guerras contra a Áustria (1672-1678), os Países Baixos (1688 - 1697), a Espanha (1701-1714) e Luxemburgo. Perseguiu os protestantes neerlandeses e franceses na tentativa de polarizar novamente a Europa, opondo as nações católicas às protestantes, no entanto falhou nesse objetivo e acabou por voltar países de ambas as religiões contra a França. A nova guerra (Guerra da Grande Aliança) que durou de 1688 a 1697, terminou com a França tendo de ceder territórios aos países vencedores pelo Tratado de Rijswijk. Alguns anos após a guerra, assinou o Édito de Fontainebleau, que anulava o Édito de Nantes (1685), o qual protegia os protestantes, começando de novo a perseguição aos huguenotes, agora com o objetivo de unificar a França sob uma única religião julgando que assim o país ficaria mais estável. Muitos artistas e artesãos deixaram a França. Na guerra da sucessão espanhola (1701-1714) colocou seu neto Felipe V de Espanha no trono espanhol, porém infligiu altos custos econômicos e humanos à França. Seu governo, um dos mais importantes da história da França, durou 54 anos e tornou-se conhecido pelo absolutismo monárquico, onde o rei controlou totalmente o estado.
[editar] Filhos, Netos e Bisnetos
- Luis, o grande delfim de França (1 de Novembro de 1661 - 14 de Abril de 1711) casou com Maria Ana, Princesa da Bavaria (17 de Novembro de 1660 - 20 de Abril de 1690) no ano de 1680.
- Luis, delfim de França, duque de Borgonha (6 de Agosto de 1682 - 18 de Fevereiro de 1712) casou com Maria Adelaide, Princesa de Sabóia (6 de Dezembro de 1685 - 12 de Fevereiro de 1712) no ano de 1697.
- Luis, Duque da Bretania (25 de Junho de 1704 - 13 de Abril de 1705)
- Luis, Duque da Bretania (8 de Janeiro de 1707 - 8 de Março de 1712)
- Luís XV de França (15 de Fevereiro de 1710 - 10 de Maio de 1774) Casou com Maria Leszczynska, princesa da Polônia (23 de Junho de 1703 - 24 de Junho de 1768) no ano de 1725.
- Felipe V da Espanha (19 de Dezembro de 1683 - 9 de Julho de 1746) Casou com Maria Luisa, Princesa de Sabóia (17 de Setembro de 1688 - 14 de Fevereiro de 1714) em 1701 e com Isabel Farnese, Princesa de Parma (25 de Outubro de 1692 - 11 de Julho de 1766) em 1714.
- Luis I da Espanha (25 de Agosto de 1707 - 31 de Agosto de 1724) Casou com Luisa Isabel de Orleans, mademoiselle de Montpensier (11 de Dezembro de 1709 - 16 de Junho de 1742) no ano de 1723.
- Felipe Luis de Bourbon, Infante da Espanha (1709 - 1709)
- Felipe Pedro Gabriel de Bourbon, infante da Espanha (1712 - 1719)
- Fernando VI de Espanha (23 de Setembro de 1713 - 10 de Agosto de 1759) Casou Maria Bárbara de Bragança, infanta de Portugal (4 de Dezembro de 1711 - 27 de Agosto de 1758) no de 1729.
- Carlos III de Espanha (20 de Janeiro de 1716 - 14 de Dezembro de 1788) Casou com Maria Amália, princesa de Saxe (24 de Novembro de 1724 - 27 de Setembro de 1760) no ano de 1738.
- Francisco de Bourbon, Infante da Espanha (1717 - 1717)
- Maria Ana Vitória de Borbón, infanta de Espanha (31 de Março de 1718 - 15 de Janeiro de 1781)Casou com o Rei José I de Portugal no ano de 1729
- Filipe I, duque de Parma (15 de Março de 1720 - 18 de Julho de 1765)
- Maria Teresa de Borbón, infanta de Espanha (11 de Junho de 1726 - 1746) Casou com Luis, delfim de França, Duque de Bourbon (4 de Setembro de 1729 - 20 de Dezembro de 1765).
- Luis de Borbón, 13º Conde de Chinchon (25 de Julho de 1727 - 7 de Agosto de 1785) Casou com Maria Teresa de Villabriga (1758 - 1820)
- Maria Antonieta de Borbón, infanta de Espanha (17 de Novembro 1729 - 19 de Setembro de 1785) Casou com o Rei Vitor Amadeu III da Sardenha (26 de Junho de 1726 - 16 de Outubro de 1796).
- Carlos de França, Duque de Berry e Duque de Alençon (31 de Agosto de 1686 - 4 de Maio de 1714) casou com Maria Luisa Isabel de Bourbon, mademoiselle de Chartres (20 de Agosto de 1695 - 21 de Julho de 1719) no ano de 1710.
- Carlos, Duque de Alençon (26 de Março de 1713 - 16 de Abril de 1713)
- Maria Luisa Isabel de Bourbon (16 de Junho de 1714 - 17 de Junho de 1714).
- Luis, delfim de França, duque de Borgonha (6 de Agosto de 1682 - 18 de Fevereiro de 1712) casou com Maria Adelaide, Princesa de Sabóia (6 de Dezembro de 1685 - 12 de Fevereiro de 1712) no ano de 1697.
- Ana Isabel de Bourbon, Princesa da França (1662 - 1662)
- Maria Ana de Bourbon, Princesa da França (1664 - 1664)
- Maria Teresa de Bourbon, Princesa da França (1667 - 1672)
- Felipe de Bourbon,Duque de Anjou (1668 - 1671)
- Luis Francisco de Bourbon,Duque de Anjou (1672 - 1672)
Precedido por: Luís XIII |
Rei de França 1643-1715 |
Sucedido por: Luís XV |
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