Manfredo Caldas
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Caldas/Manfredo Caldas pertence à segunda leva de cineastas da Paraíba surgidos a partir do início dos anos sessenta com o documentário Aruanda, de Linduarte Noronha. Em 1969, radicou-se no Rio de Janeiro, dedicando-se à montagem cinematográfica, à publicidade e restauração de filmes para a Cinemateca do MAM-Museu de Arte Moderna Rio, juntamente com Cosme Alves Neto. O curta metragem Feira, de 1974, inaugura uma série de documentários preocupados com o resgate de traços da cultura nordestina transplantados para outros centros do país, no rastro da migração. Seguem-se Boi de Reis, de 1977, e em 1979/83, Cinema Paraibano - Vinte Anos e uma série de documentários em vídeo para organizações não governamentais, Ministério da Educação e CPCE/UNB e TV Manchete. Permanecendo em João Pessoa, Paraíba, entre 1981 e 1984, participou da criação e instalação do NUDOC - Núcleo de Documentação Cinematográfica da Universidade Federal da Paraíba, instituição responsável pela retomada da produção do cinema paraibano, possibilitando assim o surgimento de toda uma nova geração de cineastas paraibanos no final da década de 80. Na Paraíba realiza ainda em 1987,Nau Catarineta. Em 1988 seu documentário de longa metragem Uma Questão de Terra, é consagrado no Festival de Brasília e conquista a Margarida de Prata da CNBB. Entre 1990 e 1992, segue para Cuba, onde a convite da Escuela Internacional de Cine y Television, passa a ministrar aulas de montagem e edição. Em Brasília, desde 1995, assume a Direção do Pólo de Cinema e Vídeo até início de 1997, criando então a empresa FolKino Produções Audiovisuais e realizando o documentário Negros de Cedro em 1998, detentor de vários prêmios e distinções. Entre 1999 e 2000, juntamente com Vladimir Carvalho, produz o documentário de longa metragem BARRA 68 - Sem Perder a Ternura, tendo também assumido a montagem e edição de som. No momento encontra-se realizando seu segundo longa metragem Kalunga - O Último Quilombo. Este documentário terá como tema central as relações de 3.500 pessoas, descendentes de escravos, que vivem da agricultura, do contato harmonioso com a natureza e hoje formam o maior quilombo vivo do País. Foi fundador, vice presidente e várias vezes diretor Associação Brasileira de Documentaristas - ABD. Em 2003, escreveu o livro Contribuição à história do curta metragem brasileiro em parceria com Oswaldo Caldeira e Sergio Sanz.
