Morcego
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Morcegos | ||||||||||
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Morcego da Califórnia |
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Megachiroptera Microchiroptera |
Os morcegos são os únicos animais mamíferos (ordem Chiroptera) capazes de voar. Os morcegos representam um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo, são cerca de mil espécies que possuem uma enorme variedade de formas e tamanhos, podem ter uma envergadura de 5 cm até 2 m; enorme capacidade de adaptação a qualquer ambiente e ampla variedade de hábitos alimentares, nunca vista em nenhuma outra ordem animal, pois podem se alimentar de frutas, néctar, pólen, insetos, artrópodes, pequenos vertebrados e peixes. Somente três espécies se alimentam de sangue, ou seja, são morcegos hematófagos, encontrados apenas na América Latina e no sul do México. Dessa maneira contribuem substancialmente para o equilíbrio dos ecossistemas, pois atuam como polinizadores, dispersores de sementes e controladores das populações de insetos. Possuem o extraordinário sentido de ecolocalização ou biosonar ou ainda orientação por ecos, que utilizam para voar por entre obstáculos ou para caçar suas presas.
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[editar] Anatomia
O osso do metacarpo e o segundo e quinto dedos dos membros anteriores são alongados, e entre eles existe uma mebrana, chamada quiropatágio. A membrana se estende dos dedos até o lado do corpo e deste até a base dos membro posteriores. A asa inteira de um morcego é chamada patágio. Muitas espécies têm também uma membrana entre os membros posteriores incluindo a cauda. Esta membrana é o uropatágio.
O patágio está cheio de delicados vasos sangüineos, fibras musculares e nervos. No tempo frio, os morcegos enrolam-se em suas próprias asas como num casaco. No calor eles as expandem para refrescar seus corpos.
O polegar e às vezes o segundo dedo dos membros anteriores têm garras, bem como os cinco dedos dos membros posteriores. As garras traseiras permitem aos morcegos agarrarem-se aos galhos ou saliências. Os morcegos também podem se mover no chão, mas são bastante desajeitados.
Todos os morcegos são ativos à noite ou ao crepúsculo, portanto os olhos da maioria das espécies são pouco desenvolvidos. Seus sentidos de olfato e audição, no entanto, são excelentes.
Os dentes se parecem com os dos insetívoros. São muito agudos, para morder através da armadura de quitina dos insetos ou da casca das frutas.
[editar] Ecolocalização
A maioria dos morcegos possui um sentido adicional, aliado aos cinco a que nós humanos estamos acostumados: a ecolocalização. Este sentido funciona basicamente da seguinte maneira: O morcego emite ondas ultra-sônicas, ou seja, com freqüência muito alta pelas narinas ou pela boca, dependendo da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com freqüência menor. Esses ecos são percebidos pelo morcego. Com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde vieram e nas direções de onde nenhum eco veio, os morcegos sentem se há obstáculos no caminho, as distâncias, as formas e as velocidades relativas entre eles, no caso de insetos voadores que servem de alimento, por exemplo. Por isso, esse sentido chama-se ecolocalização, ou seja, orientação por ecos, uma habilidade que eles dividem com os golfinhos e as baleias.
Também é ser chamado de “biosonar”, pois foi a partir deste sistema que foram desenvolvidos sonares de navios e aparelhos de ultra-som. Na verdade, nenhuma “imitação humana” se compara à qualidade do sistema natural. Assim, os morcegos contam com um poderosíssimo recurso, muito importante para animais que precisam se orientar à noite ou em ambientes escuros (como cavernas). A eficiência da ecolocalização varia entre as espécies de morcegos, sendo que os de hábito alimentar insetívoro, ou predadores de insetos em geral, possuem esse sistema mais desenvolvido.
[editar] Reprodução
Um morcego recém-nascido se agarra à pele da mãe e é transportado, embora logo se torne grande demais para isto. Seria difícil para um adulto carregar mais de uma cria, portanto normalmente nasce apenas uma. Os morcegos frequentemente formam colônias-berçário, com muitas fêmeas dando à luz na mesma área, seja uma caverna, um oco de árvore ou uma cavidade numa construção. A gestação dura de 2 (em algumas espécies de morcegos frugívoros) a 7 meses (em morcegos hematófagos), variando conforme a espécie. Em algumas espécies duas glândulas mamárias estão situadas entre o peito e os ombros (axilares), mas também podem ser peitorais ou abdominais.
A habilidade de voar é congênita, mas após o nascimento as asas são pequenas demais para voar. Os jovens morcegos da ordem Microchiroptera se tornam independentes com a idade de 6 a 8 semanas, os da ordem Megachiroptera não antes dos quatro meses. Com a idade de dois anos os morcegos estão sexualmente maduros.
A expectativa de vida do morcego vai de 10 a 30 anos, variando muito conforme a espécie.
[editar] Inimigos
Os morcegos pequenos são às vezes presas de corujas e falcões. De maneira geral, há poucos animais capazes de caçar um morcego. Na Ásia existe uma ave, um tipo de falcão, que se especializou em caçar morcegos. O gato doméstico é um predador regular em áreas urbanas, pega morcegos que estão entrando ou deixando um abrigo, ou no chão. Raramente os morcegos descem ao chão para se alimentar, pode acontecer devido a acidentes enquanto estão aprendendo a voar, em tempo ruim ou como estratégia de aproximação. Também existem relatos de algumas espécies de sapos, e lacraias cavernícolas que predam morcegos, além, é claro, de morcegos maiores que se alimentam dos menores.
Os piores inimigos são só parasitas. As membranas, com seus vasos sangüíneos, são fontes ideais de alimento para pulgas e carrapatos. Alguns grupos de insetos sugam apenas sangue de morcego, por exemplo as moscas-de-morcego, pertencentes às famílias Streblidae e Nycteribiidae. Nas suas cavernas os morcegos ficam pendurados muito próximos, portanto é fácil para os parasitas infestar novos hospedeiros.
[editar] Transmissor da raiva
Ainda que o perigo se resuma aos locais onde a raiva é endêmica, dos poucos casos de raiva relatados anualmente, a maioria é causada por mordidas de morcegos. Embora a maioria dos morcegos não tenha raiva, os que têm podem ficar pesados, desorientados, incapazes de voar, o que torna mais provável que entrem em contato com seres humanos. Outras mudanças no comportamento do morcego contaminado são atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisia, seguida de óbito.
Embora não se deva ter um medo desmesurado de morcegos, deve-se evitar manipulá-los ou tê-los no lugar onde se vive, tal como acontece com qualquer animal selvagem. Nas regiões onde exista endemia de raiva, se um morcego for encontrado num quarto onde se encontrem crianças, pessoas mentalmente incapacitadas, intoxicadas ou dormindo, ou junto de um animal de estimação, a pessoa ou o animal devem receber imediatamente cuidados médicos para raiva. Os morcegos têm dentes muito pequenos e podem morder uma pessoa adormecida sem que sejam sentidos.
Se um morcego for encontrado em uma casa e não se puder excluir a possibilidade de exposição, o morcego deve ser capturado e imediatamente encaminhado para o centro local de controle de zoonose para ser observado. Isto também se aplica se o morcego for encontrado morto. Se for certo que ninguém foi exposto ao morcego, ele deve ser retirado da casa. A melhor forma de fazê-lo é fechar todas as portas e janelas do cômodo exceto uma para o exterior. O morcego logo sairá.
Devido ao risco de raiva e também a problemas de saúde relacionados a suas fezes, que podem conter, entre outros, os fungos causadores da histoplasmose, os morcegos devem ser retirados das partes habitadas das casas. O site do Centro de Controle de Doenças dos EUA contém informações detalhadas sobre como manejar e capturar um morcego e sobre a manutenção de uma casa para impedir que morcegos nela se instalem.
Nos locais onde a raiva não é endêmica, como na maior parte da Europa ocidental, pequenos morcegos podem ser considerados inofensivos. Morcegos grandes podem dar uma mordida desagradável. Trate-os com o respeito devido a qualquer animal silvestre.
No Brasil, estão sendo registrados no Mato Grosso e em Minas Gerais surtos de raiva transmitida por morcegos hematófagos. Estes surtos são consequência da intensa ação antrópica, que cada vez mais vem tirando os alimentos (por exemplo, aves) e destruindo o habitat natural dos morcegos para a construção de casas e loteamentos. As populações, ao estabelecerem-se na rota de migração dos morcegos, acabam contraindo a doença, que também afeta o gado.
Nao se sente a picada do morcego, que espele uma substancia anestesica na saliva, parcendo uma picada de pernilongo... sendo necessario entao fazer todo esquema profilatico de raiva caso encontre algum morcego dentro de casa, pois nao tem como identificar sua picadura
[editar] Aspectos culturais
O morcego é sagrado em Tonga, África Ocidental e Bósnia, e frequentemente é considerado a manifestação física de uma alma separada. Os morcegos estão intimamente relacionados com os vampiros, que se diz serem capazes de se metamorfosear em morcegos . São também um simbolo de fantasmas, morte e doença. Entre algunas nativos americanos, como os Creeks, Cherokees e Apaches, o morcego é um espírito embusteiro. A tradição chinesa afirma que o morcego é um símbolo de longevidade e felicidade, bem como na Polônia, na região da Macedônia e entre os Árabes e Kwakiutls.
Na cultura ocidental o morcego é frequentemente associado à noite e à sua natureza proibida. É um dos animais básicos associados com os caracteres ficcionais da noite, tanto vilões como Drácula, quanto heróis como Batman.
No Reino Unido todos os morcegos estão protegidos pelos Decretos da Vida Silvestre e Zona Rural (Wildlife and Countryside Acts), e mesmo perturbar um morcego ou seu ninho pode ser punido com pesada multa. Nao se sente a picada do morcego, que espele uma substancia anestesica na saliva, parcendo uma picada de pernilongo... sendo necessario entao fazer todo esquema profilatico de raiva caso encontre algum morcego dentro de casa, pois nao tem como identificar sua picadura.
[editar] Classificação
Há duas subordens de morcegos:
- Megachiroptera, morcegos frugívoros
- Microchiroptera, morcegos insetívoros
Os Megachiroptera são encontrados na África, Oceania e Ásia. É nessa subordem que se encontram os maiores morcegos do mundo, chamados também de "raposas voadoras", chegando a 2 metros de envergadura e comem frutas. A subordem Microchiroptera contém os mais variados hábitos alimentares, comendo desde frutas (frugivoros) até peixes( piscivoro), e com freqüência dependem da ecolocalização para navegação e para encontrar presas. Três espécies se destacam por terem desenvolvido um hábito alimentar por sangue, os hematófagos. (Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngii).
Acreditava-se que as duas subordens tinham se desenvolvido de forma independente, e que suas características semelhantes eram o resultado de evolução convergente. Mas análises genéticas mostraram que os dois grupos têm um ancestral voador comum.
Sabe-se pouco sobre a evolução dos morcegos, já que seus esqueletos pequenos e delicados não fossilizam bem. Os morcegos fósséis mais antigos encontrados são o Icaronyctens, Archaeonyctnes, Palaeochropteryx e Hassianycteris do Eoceno inferior (cerca de 50 milhões de anos atrás), mas eles já eram muito semelhantes aos Microchiroptera modernos.
Os morcegos são usualmente agrupados, junto com os Scandentia, Dermoptera e primatas, na superordem Archonta.
- ORDEM CHIROPTERA
- Subordem Megachiroptera
- Subordem Microchiroptera
- Superfamília Emballonuroidea
- Emballonuridae
- Superfamília Rhinopomatoidea
- Rhinopomatidae
- Craseonycteridae
- Superfamília Rhinolophoidea
- Rhinolophidae
- Nycteridae
- Megadermatidae (Falso vampiros)
- Superfamília Vespertilionoidea
- Vespertilionidae
- Superfamília Molossoidea
- Molossidae
- Antrozoidae
- Superfamília Nataloidea
- Natalidae
- Myzopodidae
- Thyropteridae
- Furipteridae
- Superfamília Noctilionoidea
- Noctilionidae
- Mystacinidae (morcego-de-rabo-curto da Nova Zelância)
- Mormoopidae
- Phyllostomidae
- Superfamília Emballonuroidea
[editar] Gravuras
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[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Morcego Livre (http://www.morcegolivre.vet.br/especies.html) para um inventário detalhado das espécies de morcego existentes no Brasil
- Casa dos Morcegos (http://www.casadosmorcegos.org), site de divulgação científica sobre morcegos, abrangendo ecologia, taxonomia, comportamento e outras áreas.
- Sociedade Brasileira para o Estudo dos Quirópteros (http://br.groups.yahoo.com/group/sbeq/), grupo de discussão de uma organização brasileira recém-fundada que tem por objetivo a pesquisa, divulgação e conservação dos morcegos brasileiros.
- Bat-Plant Interactions in the Neotropics (http://www.nybg.org/botany/tlobova/mori/batsplants/introduction/intro_frameset.htm), banco de dados em inglês sobre interações entre morcegos e plantas (frugivoria e nectarivoria) na região Neotropical.
- Bat Conservation International (http://www.batcon.org/), site de uma ong americana voltada para a conservação, pesquisa e divulgação sobre morcegos.
- http://animaldiversity.ummz.umich.edu/chordata/mammalia/chiroptera.html - em inglês
- http://tolweb.org/tree?group=Chiroptera&contgroup=Eutheria - em inglês
- http://katydid.uni-graz.at/batkey/ - em inglês
- Flying Fur Os morcegos são úteis, precisam da nossa proteção - em inglês
- Morcego como símbolo - em inglês
- http://www.cdc.gov/ncidod/dvrd/rabies/Bats_&_Rabies/bats&.htm CDC, sobre morcegos e raiva - em inglês
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