Pirro
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- Nota: Para outros significados de Pirro, ver Pirro (desambiguação).
Pirro (318 a.C. - 272 a.C.) (em Grego Πυρρος - "cor de fogo", "ruivo", em Latim Pyrrhus) foi rei do Épiro e rei da Macedónia, tendo ficado famoso por ter sido um dos principais opositores a Roma.
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[editar] Durante a juventude
A infância e juventude de Pirro foram bastante atribuladas. Tinha apenas dois anos de idade quando o seu pai foi destronado. Mais tarde, aos 17 anos de idade, os Epirotas chamaram-no para governar, mas Pirro acabou por ser destronado novamente. Nas guerras entre os diádocos, após a divisão do Império de Alexandre Magno, tomou parte pelo seu cunhado Demétrio I da Macedónia e lutou a seu lado na Batalha de Ipso (301 a.C.). Mais tarde, tornou-se refém de Ptolomeu I do Egipto, num acordo entre este e Demétrio. Pirro casou com Antígona, filha de Ptolomeu I. Em 297 a.C. restaurou o seu reino no Épiro. De seguida, declarou guerra a Demétrio, seu antigo aliado. Em 286 a.C. depôs o seu cunhado e tomou controlo do reino da Macedónia. Dois anos depois, porém, o seu ex-aliado Lisímaco expulsou-o da Macedónia.
[editar] Campanha militar em Itália
Em 281 a.C., a cidade grega de Tarento, no sul de Itália, foi tomada de assalto pelos Romanos. A derrota dos Tarentinos parecia certa. Na altura, Roma já crescera suficientemente para partir à conquista - com sucesso - da Magna Grécia, ou Itália do Sul. O povo de Tarento não teve outra solução que não pedir o auxílio de Pirro.
Pirro foi encorajado a ajudar os Tarentinos por influência do oráculo de Delfos. A suas pretensões, no entanto, ambicionavam mais. Pirro almejava forjar um império em Itália. Para isso, tornou-se aliado de Ptolomeu Cerauno, rei da Macedónia e o seu vizinho mais poderoso e chegou à Itália em 280 a.C.
A sua força militar era extraordinária: 3.000 cavaleiros, 2.000 arqueiros, 500 fundeiros, 20 000 tropas de infantaria e 19 elefantes de guerra. Com ela, o objectivo de Pirro era não só evitar a conquista de Tarento pelos Romanos, como subjugá-los.
Devido à superioridade da sua cavalaria e dos seus elefantes, derrotou os Romanos na Batalha de Heracléia. Os Romanos perderam cerca de 7.000 homens, ao passo que Pirro perdeu 4.000. Embora o número de baixas fosse alto, a Batalha de Heracléia não costuma ser considerada uma vitória de Pirro. Desde esta vitória, várias tribos e as cidades gregas de Cróton e Locros juntaram-se a Pirro. Este ofereceu aos Romanos um tratado de paz, que foi prontamente rejeitado. Pirro passou o Inverno na Campânia.
Quando Pirro invadiu a Apúlia (279 a.C.) os dois exércitos defrontaram-se na Batalha de Ásculo onde Pirro obteve uma vitória muito a custo. Os Romanos perderam 6.000 homens e Pirro perdeu 3.500. Foi um duro golpe no exército de Pirro, que não aguentaria outro desfalque semelhante contra os Romanos.
[editar] Campanha militar na Sicília
Em 278 a.C., Pirro recebeu duas propostas simultaneamente. Por um lado, as cidades gregas na Sicília pediram-lhe a sua vinda de modo a expulsar Cartago da ilha (a par de Roma, era a maior potência do Mediterrâneo Ocidental. Do outro lado os Macedónios, cujo rei Cerauno havia sido morto por invasores Gauleses, pediram a Pirro que subisse ao trono da Macedónia. Este decidiu que a Sicília seria uma melhor oportunidade, pelo que se deslocou para lá com o seu exército.
Não demorou muito até que fosse proclamado rei da Sicília. Em 277 a.C., capturou a mais potente fortaleza Cartaginesa da ilha, Érix, o que fez com que as restantes cidades controladas por Cartago se rendessem.
Em 276 a.C., o comportamento despótico de Pirro começou a fazer com que a população se descontentasse com o rei. Ainda que Pirro continuasse a levar de vencida as guarnições Cartaginesas, acabou por ter de abandonar a Sicília, regressando à Itália.
[editar] Regresso à Itália e à Grécia
Quando regressou, travou uma batalha inconclusiva em Beneventum (275 a.C.), na Itália do Sul. Desta vez, não se tratou de uma vitória pírrica sequer.
Pirro abandonou a campanha em Itália e regressou ao Épiro. Apesar da sua campanha no ocidente ter desbastado grande parte do seu exército e da sua riqueza, Pirro lançou-se à guerra: atacou o rei Antígono II, vencendo-o facilmente, e apossou-se do trono Macedónio.
Em 272 a.C., Cleónimo, um Espartano de sangue real, mas odiado em Esparta, pediu a Pirro que atacasse a cidade e o pusesse no poder. Pirro concordou com o plano, mas tencionava ficar com o controlo do Peloponeso para si mesmo. Inesperadamente, Esparta ofereceu resistência que abalou a sua tentativa de assalto. Logo a seguir, surgiu a oportunidade a Pirro de intervir numa disputa cívica em Argos. Entrando na cidade com o seu exército às escondidas, Pirro acabou por ser apanhado numa confusa batalha mesmo nas ruas estreitas da cidade. Durante a confusão, uma velha que observava do telhado atirou uma telha a Pirro, que caiu atordoado, permitindo que um soldado Argivo o matasse (algumas fontes dizem que Pirro foi envenenado por um servo).
[editar] Conclusão
Por ter sido um homem impressionantemente belicoso e um líder infatigável, embora não tivesse sido um rei propriamente sábio, Pirro foi considerado um dos melhores generais militares do seu tempo. Aníbal considerou-o o segundo melhor, a seguir a Alexandre Magno. Pirro era também conhecido por ser muito benevolente. Como general, as maiores fraquezas políticas de Pirro eram a falta de concentração e apetência para esbanjar dinheiro (grande parte dos seus soldados eram dispendiosos mercenários).
O seu nome tornou-se famoso pela expressão "Vitória Pírrica", aquando da vitória na Batalha de Ásculo. Quando lhe deram os parabéns pela vitória conseguida a custo, diz-se que respondeu com estas palavras: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."
Pirro escreveu ainda Memórias e vários livros sobre a arte da guerra. Os escritos perderam-se, mas sabe-se que foram usados por Aníbal e elogiados por Cícero.