Afonso IX de Leão
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Afonso IX | ||
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Rei de Leão | ||
Reinado | 1188 23 de Setembro de 1230 |
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Nascimento | 15 de Agosto de 1171 | |
Zamora, Espanha | ||
Antecessor | Fernando II de Leão | |
Sucessor | Fernando III de Leão e Castela | |
Consorte | Teresa Sanches Berengária de Leão e Castela |
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Filhos | Fernando de Leão Sancha II de Leão Dulce I de Leão Berengária de Leão e Castela Constança de Castela Fernando III de Leão e Castela Leonor de Castela Afonso de Molina Pedro Afonso de Leão Rodrigo Afonso de Leão Afonso de Leão Fernando de Leão Aldonza Alonso de Leão Teresa Afonso de Leão Urraca Afonso de Leão Martim Afonso de Leão Maria Afonso de Leão Sancha de Leão Urraca Afonso de Leão Maria Afonso de Leão Fernando Afonso de Leão |
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Dinastia | Borgonha | |
Pai | Fernando II de Leão | |
Mãe | Urraca de Portugal |
Afonso IX de Leão (Zamora, 15 de Agosto de 1171 - Zamora, 23 de Setembro de 1230), cognominado o Baboso por Ibn Khaldun porque seria acometido de fúrias durante as quais espumava da boca, foi o último soberano do Reino de Leão independente, de 1188 até à sua morte.
Índice |
[editar] Subida ao trono
Afonso era filho de Fernando II de Leão e de Urraca de Portugal e, portanto, neto materno de Afonso I de Portugal e Mafalda de Sabóia, sobrinho de Sancho I de Portugal.
Em 1181 os seus pais separaram-se devido a serem primos em 3º grau, regressando a sua mãe à corte do seu avô materno D. Afonso Henriques e ficando Afonso entregue à tutela do seu pai.
Teve de enfrentar a sua madrastra Urraca Lopes de Haro e o seu meio-irmão Sancho, pelo direito à coroa de Leão. Para fortalecer a sua pretensão convocou a Curia Regia para receber o apoio do clero, da nobreza e dos representantes das cidades. As Cortes de Leão de 1188 podem ser consideradas o primeiro antecedente na Europa Ocidental do parlamentarismo moderno. Nelas foi reconhecido o direito à inviolabilidade do domicílio e o de habeas corpus, entre outros.
Em 1188 Afonso tornou-se rei de Leão após a morte do seu pai. Nesse mesmo ano morreria também a mãe Urraca de Portugal. Segundo a numeração cronológica real do Reino de Leão deveria ser conhecido como Afonso VIII de Leão, mas a sua denominação com o ordinal IX é a mais habitual. A justificação pode ser devida a o seu primo mais velho Afonso VIII de Castela ter assumido o ordinal antes.
[editar] Reinado
Casou-se em 1191 com a sua prima direita Teresa Sanches, filha de Sancho I de Portugal e de Dulce de Aragão. A união seria anulada em 1194 pelo papa e só após algum tempo Afonso acataria a anulação. Em Dezembro de 1197 celebra segundas núpcias em Valladolid com a sua prima em 2.º grau Berengária de Castela, filha de Afonso VIII de Castela e Leonor Plantageneta. Deste segundo casamento Afonso teve o herdeiro que uniria as duas coroas, Fernando III de Leão e Castela. O seu segundo estratégico casamento seria anulado em 1204, novamente por consanguinidade.
Encarado como uma afonta ao poder papal, teve como reação um interdicto (o equivalente à excumunhão para um reino ou territótio) sobre a sua pessoa e o seu reino. No entanto, Inocêncio III acabou por levantar a sanção sobre Leão, sob o argumento de que se a população não tivesse acesso aos serviços da religião, deixariam de apoiar o clero, e aumentaria a heresia no reino. Afonso continuou sob interdicto pessoal, ao qual se mostrou indiferente, apoiado pelo seu clero. Depois da separação com Berengária, o rei voltou a ligar-se a Teresa, a cujas filhas legou o reino.
Depois da separação de Berengária, a política de Afonso IX centrou-se na rivalidade com Castela, que violara os acordos com o seu reino, conquistando-lhe toda a Franja del Carrión e parte de Tierra de Campos.
Em 1217 Berengária tornou-se rainha de Castela após a morte do irmão Henrique I de Castela, mas abdicou quase imediatamente para o filho de ambos, Fernando III de Leão e Castela. Em consequência, este foi viver com a sua mãe e governar Castela. Afonso IX, que ambicionava a esta coroa por ser neto de Afonso VII de Leão e Castela, proclamou guerra aberta ao reino do filho, apoiado pela poderosa família Lara e outros nobres descontentes. Os seus planos não se concretizariam e acabaria por assinar umas tréguas com a sua ex-esposa. No processo deserdaria o filho da coroa de Leão.
[editar] Posteridade
Em 1218, Afonso fundou a Universidade de Salamanca. Depois do fracasso com Castela, concentrou-se na luta contra os almóadas, onde se destacam as suas conquistas na Extremadura: Cáceres em 1229, Mérida e Badajoz em 1230.
Embora, por sua morte em 1230, o seu testamento prevesse que o trono seria legado às suas filhas Sancha II de Leão e Dulce I de Leão, resultantes do primeiro matrimónio, foi o filho que teve do segundo, Fernando III de Leão e Castela, que acabaria por lhe suceder, juntando as duas coroas numa união pessoal: cada uma manteria a sua independência, cortes e oficiais, mas seriam regidas pelo mesmo monarca.
[editar] Descendência
Do primeiro casamento com Teresa Sanches de Portugal, teve:
- Fernando de Leão (1192 - Agosto de 1214)
- Sancha II de Leão (1193-1270)
- Dulce I de Leão (1194-1243)
Do segundo casamento, com Berengária de Castela, teve:
- Berengária de Leão e Castela (1198-1237), casada com João de Brienne, rei de Jerusalém e regente do Império de Constantinopla
- Constança de Castela (1200 - 7 de Setembro de 1242, monja no mosteiro de Las Huelgas
- Fernando III de Leão e Castela (1201-1252), seu sucessor no trono de Leão, unificado ao de Castela
- Leonor de Castela, infanta (1202)
- Afonso (1203-1272), senhor de Molina, casou-se com Mafalda Perez de Lara, 4ª senhora de Molina e Mesa, com Teresa Gonçalves de Lara e com Maior Afonso Teles de Córdoba, 6ª senhora de Menezes, sendo por isso pai de Maria de Molina, a célebre rainha e regente de Leão e Castela
Afonso IX também teve vários filhos bastardos. Filhos de Aldonça Martins da Silva (filha de Martim Gomes da Silva e Urraca Rodrigues:
- Pedro Afonso de Leão, senhor de Tenorio (c. 1200)
- Rodrigo Afonso de Leão, senhor de Aliger (c. 1200)
- Afonso de Leão, morreu jovem
- Fernando de Leão, morreu jovem
- Aldonza Alonso de Leão (c. 1215), casada com Diogo Froilaz e Pedro Ponce de Cabrera
- Teresa Afonso de Leão (c. 1210), casada com Nuno Gonzalez de Lara, el Bueno, senhor de Lara
Filhos de Inês Iñiguez de Mendoza (filha de Lope Iñíguez, primeiro senhor de Mendoza, e Teresa Ximenez de los Cameros):
Filhos de Teresa Gil de Soverosa (filha de Gil Vasques de Soverosa e Maria Aires de Fornelos):
- Martim Afonso de Leão (c. 1210), casou-se com Sancha de Ortanega, Maria Giron e Maria Mendes de Sousa
- Maria Afonso de Leão (c. 1190), casada com Soeiro Aires de Valadares
- Sancha de Leão (c. 1210), casada com Simão Roiz, senhor de Los Cameros
- Urraca Afonso de Leão (c. 1210), casada com Garcia de Romero
Filhos de uma mulher desconhecida:
- Maria Afonso de Leão (c. 1200), casada com Álvaro Fernandez de Lara
- Fernando Afonso de Leão (c. 1220), casado com Aldara de Ulloa
[editar] Referências
- Reinas Catolicas, Enrique Florez, 1761
- Artigo da Encycopædia Britannica de 1911 sobre Afonso IX (em inglês)
- Ancestral Roots of Certain American Colonists Who Came to America Before 1700 by Frederick Lewis Weis, Lines 114-27, 114-28
Precedido por Fernando II |
Rei de Leão e da Galiza 1188 - 1230 |
Sucedido por Sancha II e Dulce I (de jure) Fernando III (de jure e de facto) |