Lenda do Vai-te com o Diabo
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A Lenda do Vai-te com o Diabo é uma lenda açoriana da ilha Graciosa, arquipélago dos Açores que nos fala dos medos e das crenças de um povo supersticioso e ainda muito ligado ao misticismos e ocultismo.
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[editar] Lenda
Reza esta lenda que havia uma mulher de poucas posses que vivia na localidade do Guadalupe que ia casar uma filha dentro de poucos dias. Ultimavam-se os preparativos, cozinhava-se o pão, faziam-se os doces, assavam-se as carnes, preparavam-se as coisas para um casamento feito em casa à moda antiga como era normal nesses tempos.
Com todos estes afazeres a pobre mulher já tinha gasto mais dinheiro do que as suas parcas posses lhe permitiam. Tendo faltado qualquer ingrediente importante para a boda a filha foi junto da mãe pedir-lhe mais dinheiro para o ir comprar, a mãe que já estava farta de tantos gastos, meio chateada, meio furiosa, virou-se para a filha e desse: - “Vai-te com o diabo, rapariga, que me levas tudo o que tenho!”
Era um desabafo e ninguém prestou atenção a estas palavras, no entanto e como a rapariga nunca mais voltava de ir buscar o ingrediente que tinha ido comprar, começaram a achar estanho e puseram-se à procurar dela não a encontrando nas imediações nem nos caminhos que ela deveria ter percorrido.
Todos os vizinhos da vila do Guadalupe foram alertados e todos se puseram à procurar dela por todos os lados da vila, procuraram de casa em casa, no porto, nos chafarizes, em casa do noivo que também participava na busca, nos moinhos, nos palheiros, enfim, em todos os locais possíveis.
Procuraram em todos os locais da vila até que já não havia mais nada para procurar e então expandiram as buscas para as pastagens e para a serra. Na serra foi junto do lugar denominado Caldeirinha que encontraram aquilo que poderia ser os primeiros vestígios. Com a prescritiva de encontrarem a rapariga desceram rapidamente a perigosa vereda que leva até à entrada de arredondada que conduz ao fundo da caldeira e segundo os habitantes da Graciosa, sabe-se lá mais onde….
Na descida encontraram em cima de uma rocha as galochas da rapariga fazendo com que todas as duvidas se dissipassem, se ela não estava ali, pelo menos devia estar por perto.
Se não estavam em local visível, só podia estar dentro da Caldeirinha. Foram então à vila buscar cordas suficientemente fortes para aguentarem o peso das pessoas e atando-as a volta da cintura o noivo desceu à procurar da sua amada.
Estavam todos ansiosos pois muitos acreditavam que a caldeira poderia ser uma das entradas do Inferno. O noivo desceu cheio de medo do que poderia encontrar lá dentro. Aos poucos foi descendo pela abertura estrita da caldeira, buraco negro e medonho. Foi lá no fundo que encontrou a rapariga. Esta estava a tremer de medo e com um ar apático. Amarrou-a às cordas que levaram consigo e os dois foram puxados pelas pessoas que tinham ficado foram da caldeira.
Tinham-na encontrado, estava viva e saudável. O pior tinha passado. O casamento poderia ser feito. Quando perguntaram à rapariga o que se tinha passado e como tinha ido ali parar ela pura e simplesmente não sabia. Foi então que a mãe se recordou da blasfémia que tinha dito ao manda-la para o diabo.
Ele que, acreditam os povos, anda sempre à procura de almas para levara para o Inferno. Não perdeu templo, claro e tinha levado logo consigo, escondendo-a nos fundos da Caldeirinha.
[editar] Lendas portuguesas
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