Luís Filipe I de França
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Ordem: | Rei dos Franceses |
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Reinado: | 1830–24 de Fevereiro de 1848 |
Predecessor: | Henrique V |
Sucessor: | Napoleão III |
Data de Nascimento: | 6 de Outubro de 1773 |
Local de Nascimento: | Paris |
Data de Falecimento: | 26 de Agosto de 1850 |
Local de Falecimento: | Surrey,Inglaterra |
Pai: | Luís Filipe, duque de Orléans |
Mãe: | Luísa de Bourbon-Penthièvre |
Consorte: | Maria Amélia de Bourbon-Sicílias |
Luís Filipe I (Paris, 13 de outubro de 1773 – Claremont, 26 de agosto de 1850), duque d’Orléans, duque de Valois, depois duque de Chartres, rei da França de 1830 a 1848, foi cognominado o Rei Burguês ou Rei Cidadão. Era filho de Luís Filipe José de Orléans, também conhecido como Philippe Égalité ou Philippe, duc d’Orléans.
Membro do ramo menor da casa de Bourbon, Luís Filipe pronunciou-se a favor dos ideais revolução de 1789 e, em 1790, uniu-se aos radicais nas fileiras jacobinas. Foi nomeado coronel do exército revolucionário aos 18 anos. Por ocasião da guerra entre a França e a Áustria, em 1792, Luís Filipe se alistou nas tropas comandadas por Charles-François Dumouriez, tendo tomado parte nos combates de Valmy e Jemmapes (1792), mas desertou e passou para o lado da Áustria. Vendo-se implicado numa conspiração contra a República, refugiou-se na Suíça, onde adotou um nome falso.
Levou vida precária no estrangeiro e, para manter-se, trabalhou como professor num colégio de Reichenau. Quando o pai foi executado, em 1793, herdou o título de duque de Orléans, o que fortaleceu suas aspirações dinásticas. Viveu dois anos nos Estados Unidos e depois na Grã-Bretanha. Durante o período napoleônico (1804-1814), conseguiu reconciliar o ramo dos Orléans com o rei francês exilado Luís XVIII. Em 1809 foi para a Sicília e casou-se com Maria Amélia de Bourbon, filha de Fernando IV, rei de Nápoles.
Quando Luís XVIII foi reconduzido ao trono, em 1814, Luís Filipe regressou à França, onde recuperou algumas propriedades e aderiu à oposição liberal. Foi proclamado lugar-tenente-geral do reino, por ocasião da Revolução de 1830. A nova monarquia caiu com a rebelião de julho de 1830, e, após a revisão da Constituição, Luís Filipe foi proclamado rei da França pela Assembléia Nacional francesa (7 de agosto) com o apoio da alta burguesia.
O seu reinado foi uma verdadeira monarquia constitucional, mas ele era, sobretudo, favorável à burguesia numa época em que a França começava a sua Revolução Industrial. A Monarquia de Julho, como seu reinado muitas vezes é designado, representa a implantação na França de um novo regime de aberta inspiração liberal que acabou com as formas mais anacrônicas da monarquia absoluta.
Os anos que vão desde a insurreição liberal de 1830 até à revolta mais acentuadamente democrática de 1848 representam a idade de ouro da burguesia francesa, anos em que triunfaram os princípios liberais e nacionalistas. Mas a aparência democrática do novo Governo desapareceu progressivamente e o regime foi endurecendo a fim de reprimir a oposição republicana e o crecente mal-estar das classes operárias.
Inicialmente, teve uma política de equilíbrio de interesses - sendo apoiado pela classe média endinheirada - e cercou-se de ministros liberais, mas acabou recorrendo cada vez mais aos conservadores.
De 1830 a 1840, enfrentou várias rebeliões dos legitimistas (favoráveis à volta dos Bourbons) e dos republicanos, inclusive bonapartistas liderados pelo futuro Napoleão III. Seu governo dominou a insurreição democrática de 5 e 6 de junho de 1832, a tentativa legitimista da duquesa de Berry, na Vendéia (1832), as insurreições de Lyon e Paris (1834), a insurreição de Barbes e de Blanqui (1839) e duas tentativas de Luís Bonaparte, em Estrasburgo (1836) e Bolonha (1840). O próprio rei escapou de diversos atentados (Fieschi, 1835). Devido aos vários atentados contra sua vida, teve de aplicar medidas severas e restritivas das liberdades.
Sua política exterior descontentou o país. Tendo estabelecido uma aliança com a Inglaterra, teve de recusar a coroa da Bélgica oferecida a seu filho. Em decorrência das questões do Oriente e do Tratado de Londres (1840), o rei, desejoso de manter a paz e a entente com a Inglaterra, sacrificou Thiers e convocou Guizot, que foi o verdadeiro senhor do país durante oito anos e assinou a convenção dos Estreitos (Bósforo e Dardanelos) (1841). O ministro seguiu uma política de entendimento cordial com a Inglaterra, mas a Questão Pritchard determinou o rompimento dessa política em 1846.
O fato do rei ter enveredado-se por tendências conservadoras tornou-o impopular com os crescentes ideais republicanos, liberais e socialistas. Os últimos anos de seu reinado se viram ofuscados pela corrupção política e pela passividade nos assuntos internacionais. Seu frágil pedestal régio era afetado pela sua iligitimidade e pela não representatividade da massa total da nação francesa. Finalmente, perdeu o apoio tanto dos setores democráticos como dos reacionários. A industrialização e o crescimento urbano deram novas características ao movimento republicano, e a crise econômica de 1846 precipitou a Revolução de fevereiro de 1848, que o derrotou. O rei se viu obrigado a abdicar em favor de seu neto Filipe de Orléans, conde de Paris, e refugiou-se na Inglaterra. Os revolucionários, porém, negaram-se a reconhecer o sucessor e, no mesmo ano, proclamaram a II República da França (1848-1852). Depois disso, houve eleições presidenciais, e a Constituição passou a estabelecer novos direitos. Exilado em Claremont, Surrey, Reino Unido, Luís Filipe morreu em 26 de agosto de 1850.
[editar] Descendência
De seu casamento com Maria Amélia de Bourbon-Sicílias, filha de Fernando IV de Nápoles e de Maria Carolina da Áustria:
- Fernando Filipe, duque d'Orleães (1810–1842), casado com Helena de Mecklenburg-Schwerin.
- Luísa Maria (1812–1850), casada com Leopoldo I da Bélgica.
- Maria (1813–1839), casada com Alexandre, duque de Württemberg.
- Luís Carlos Filipe Rafael, duque de Nemours (1814–1896), casado com Vitória de Saxe-Coburgo-Kohary.
- Francisca (1816–1818).
- Clementina (1817–1907), casada com Augusto de Saxe-Coburgo-Gota (1818–1881).
- Francisco Fernando, príncipe de Joinville (1818–1900), casado com D. Francisca de Bragança, princesa do Brasil.
- Carlos, duque de Penthièvre (1820–1828)
- Henrique, duque de Aumale (1822–1897, casado com Maria Carolina de Bourbon-Sicílias (1822-1869).
- Antônio, duque de Montpensier (1824–1890), casado com D. Maria Luísa Fernanda de Bourbon, princesa da Espanha (1832–1897).
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
Precedido por Henrique V Rei de França e Navarra |
Rei dos Franceses 1830 – 1848 |
Sucedido por Napoleão III Imperador dos Franceses |
Precedido por Luís Filipe II |
Duque de Orleães 1660 — 1701 |
Sucedido por Fernando Filipe |