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Revolta da Armada - Wikipédia, a enciclopédia livre

Revolta da Armada

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Floriano Peixoto e a Revolta da Armada numa ilustração de Angelo Agostini
Conflitos na História do Brasil
Período Republicano
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Sedição de Juazeiro: 1914
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Levante Integralista: 1938
Regime Militar
Guerrilha do Caparaó: 1967
Guerrilha do Araguaia: 1970-1976

A chamada Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o governo do marechal Floriano Peixoto, supostamente apoiada pela oposição monarquista à recente instalação da República. Desenvolveu-se em dois momentos:

Índice

[editar] A primeira Revolta da Armada

O presidente Marechal Deodoro da Fonseca.
O presidente Marechal Deodoro da Fonseca.

Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, que, com dificuldades em negociar com a oposição representada pela elite cafeicultora, em flagrante violação da Constituição recém promulgada em 1891, ordenou o fechamento do Congresso. Unidades da Armada na Baía de Guanabara, sob a liderança do almirante Custódio de Melo, sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à Presidência da República (23 de novembro de 1891).

Com a renúncia de Deodoro, passados apenas nove meses do início de seu governo, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo (1892). A Constituição de 1891, no entanto, previa nova eleição caso a Presidência ou a Vice-Presidência ficassem vagas antes de decorridos dois anos de mandato. A oposição acusou, então, Floriano de manter-se ilegalmente à frente da nação

[editar] A segunda Revolta da Armada

O presidente Marechal Floriano Peixoto.
O presidente Marechal Floriano Peixoto.

Começou a delinear-se em Março de 1892, quando treze generais enviaram uma Carta-Manifesto ao Presidente da República, marechal Floriano Peixoto. Este documento exigia a convocação de novas eleições presidenciais para que, cumprindo-se o dispositivo constitucional, se estabelecesse a tranquilidade interna na nação. Floriano reprimiu duramente o movimento, determinando a prisão de seus líderes.

"Concidadãos,
Contra a Constituição e contra a integridade da própria Nação, o chefe do Executivo [Floriano Peixoto] mobilizou o Exército discricionariamente, pô-lo em pé de guerra e despejou-o nos infelizes estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Contra quem? Contra o inimigo do exterior, contra estrangeiros? Não. O vice-presidente armou brasileiros contra brasileiros; levantou legiões de supostos patriotas, levando o luto, a desolação e a miséria a todos os ângulos da República (...).
Sentinela do Tesouro Nacional como prometera, o chefe do Executivo perjurou, iludiu a Nação, abrindo com mão sacrílega as arcas do erário público a uma política de suborno e corrupção. (...)
Viva a Nação Brasileira! Viva a República! Viva a Constituição!
Capital da República, 6 de setembro de 1893.
Contra-Almirante Custódio José de Melo" (in: Jornal do Brasil)

Em 6 de setembro de 1893, um grupo de altos oficiais da Marinha exigiu a imediata convocação dos eleitores para a escolha dos governantes. Entre os revoltosos estavam os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandenkolk e Custódio de Melo, ex-ministro da Marinha e candidato declarado à sucessão de Floriano. Sua adesão refletia o descontentamento da Armada com o pequeno prestígio político da Marinha em comparação ao do Exército. No movimento encontravam-se também jovens oficiais e muitos monarquistas.

A revolta teve pouco apoio político e popular no Rio de Janeiro, onde diversas unidades encouraçadas trocaram tiros com a artilharia dos fortes em poder do Exército. Sem chance de vitória na baía da Guanabara, os revoltosos dirigiram-se para sul do país. Alguns efetivos desembarcam na cidade de Desterro (atual Florianópolis) e tentaram, inutilmente, articular-se com os federalistas gaúchos.

O presidente da República, apoiado pelo Exército brasileiro e pelo Partido Republicano Paulista conteve o movimento em março de 1894, para o que fez adquirir, às pressas, no exterior, novos navios de guerra, a chamada "frota de papel".

[editar] A esquadra rebelde

[editar] Embarcações da Marinha do Brasil

O Encouraçado Aquidabã.
O Encouraçado Aquidabã.
  • Encouraçado Aquidabã
  • Encouraçado Sete de Setembro
  • Encouraçado Fluvial Javari
  • Cruzador República
  • Cruzador Tamandaré
  • Cruzador Trajano
  • Cruzador Auxiliar Esperança
  • Cruzador Auxiliar Pereira da Cunha
  • Canhoneira Marajó
  • Torpedeira Araguari
  • Torpedeira Iguatemi
  • Torpedeira Marcílio Dias
  • Navio Transporte Madeira

[editar] Embarcações civis incorporadas pelos rebeldes

Estas embarcações foram confiscadas pelas forças rebeldes, a fim de suprir as suas necessidades de combustível, munições e víveres:

  • da Companhia Frigorífica Fluminense:
    • Júpiter
    • Marte
    • Mercúrio
    • Paraíba
    • Vênus
    • Uranus
  • da Navegación Lage:
    • Adolpho de Barros
    • Gil Blas
  • da Lloyd Brasileiro:
    • Meteoro
  • da Wilson & Sons:
    • Luci
    • Guanabara
    • Vulcano
    • Glória
    • Bitencourt

[editar] Bibliografia


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