Mutilação genital feminina
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A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse acto com maior exactidão, é vulgarmente conhecida por Circuncisão Feminina. Esta prática não tem nada em comum com a Circuncisão Masculina. Segundo essa tradição, pais bem intencionados providenciam a remoção das suas filhas pré-adolescentes do clítoris, e até mesmo dos lábios vaginais. Há uma outra forma de mutilação genital chamada de infibulação, que consiste na costura dos lábios vaginais ou do clítoris.
A circuncisão feminina é um termo que se associa a um determinado número de práticas incidentes sobre os genitais femininos e que têm uma origem de ordem cultural e não de ordem medicinal. É uma prática muito frequente em certas partes da África e é praticada também na Península Arábica e em zonas da Ásia. A prática da circuncisão feminina é rejeitada pela civilização ocidental. É considerada uma forma inaceitável e ilegal da modificação do corpo infligida àqueles que são demasiado novos ou inconscientes para tomar uma escolha informada. É também chamada de mutilação genital feminina. A circuncisão feminina elimina o prazer sexual da mulher. A sua prática acarreta sérios riscos de saúde para a mulher, e é muito dolorosa, por vezes de forma permanente.
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[editar] Ofensa grave aos Direitos Humanos
A Mutilação Genital Feminina não é um inofensivo costume sócio-cultural. Causa danos físicos e psicológicos irreversíveis, e ainda, é responsável ainda por mortes de meninas. Pode variar de brandamente dolorosa a horripilante, e pode envolver a remoção com instrumentos de corte inapropriados (faca, caco de vidro ou navalha) não esterilizados e raramente com anestesia. Viola o direito de toda jovem de desenvolver-se psicosexualmente de um modo saudável e normal. E, devido ao influxo de imigrantes da África e do Médio Oriente na Austrália, no Canadá, nos EUA e na Europa, esta mutilação de mulheres está se tornando uma questão de Saúde Pública. Algo que não se deve desconsiderar são os custos do tratamento contínuo das complicações físicas resultantes e os danos psicológicos permanentes. Têm-se promulgado leis para ilegalizar e criminalizar esse costume. Embora muitos códigos penais não mencionem directamente os termos Circuncisão Feminina ou Mutilação Genital Feminina, é perfeitamente enquadrado como uma forma de "abuso grave de criança e de lesão corporal qualificada". Vários organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem envidado esforços para desencorajar a prática da mutilação genital feminina. A Convenção sobre os Direitos da Criança, assinada em Setembro de 1990, considera-a um ato de tortura e abuso sexual.
[editar] Problemática sócio-cultural
A Mutilação Genital Feminina é ainda um dos grandes horrores vergonhosos do continente africano. A sua prática está cercada de silêncios e vivida em segredo. Manifestar-se contra esse costume é difícil e, às vezes, perigoso para mulheres ou homens que se opõem. Em muitos casos, são acusados de ser contra as tradições ancestrais - dos valores familiares, tribais e religiosos, e mesmo de rejeitar seu próprio povo e sua identidade cultural.
Milhões de pessoas bem intencionadas continuam desinformadas e iludidas, sendo levadas a crer que a Mutilação Genital Feminina é benéfica. A educação e o diálogo são a única maneira de realmente combater os conceitos errados e a superstição. É por isso que é necessário mudar a mentalidade das mulheres mais velhas que perpetuam esse costume, bem como dos homens. Normalmente, é o pai paga para a realização da "cirurgia", para que possa casar suas filhas com homens que não aceitam mulheres incircuncisas. Outro motivo da continuação desse ritual é que é uma importante fonte de rendimento para os que a realizam. Mesmo quando médicos a realizam em algumas clínicas, na tentativa de evitar que as meninas sofram os riscos e traumas resultantes de ablações anti-higiénicas e sem anestesia. Todavia, não importa quem as realize, ainda se trata de mutilação genital feminina.
[editar] Tradição baseada em conceitos errados
Algumas culturas crêem na falsidade de que os órgãos genitais femininos são "impuros" (ideia religiosa de pecaminoso) e tem de ser purificados - sendo extirpados. Assim somente os homens teriam o direito de desfrutar o prazer sexual. Acredita-se também que a mutilação genital feminina melhora a fertilidade, desencoraja a promiscuidade sexual e aumenta a oportunidade da menina vir a se casar. Irónicamente, a frígidez ou a infertilidade causadas pela mutilação genital levam muitos maridos a evitar o relacionamento sexual com as suas esposas e a procurar relacionamentos extra-maritais.
[editar] Ver também
[editar] Livros
- O mundo Místico dos Negros, Estácio de Lima, Editora Gráfica da Bahia, 1975