Língua basca
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Basco (Euskara ou Euskera) | ||
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Falado em: | Espanha e França | |
Região: | País Basco | |
Total de falantes: | 1 033 900 (como língua materna: 700 000) | |
Classificação genética: | Língua isolada Basco |
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Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | País Basco e norte de Navarra na Espanha | |
Regulado por: | Euskaltzaindia (Academia da Língua Basca) | |
Códigos de línguas | ||
ISO 639-1: | eus | |
ISO 639-2: | baq (B) | eus (T) |
ISO/DIS 639-3: | eus | |
SIL: | BSQ |
A língua basca (em basco euskara ou euskera) é um idioma falado em regiões da Espanha (País Basco e Navarra) e do extremo sudoeste da França (região de Miarritze, Baiona, Maule-Lextarre, Donapaleu).
O basco não é um idioma indo-europeu, é uma língua aglutinante considerada uma língua isolada e muito antiga, provavelmente oriunda da língua dos primeiros povos que migraram para a Europa. Alguns lingüistas consideram a língua basca, através de comparações, aparentada a línguas até hoje faladas no Cáucaso, enquanto outros ainda tentam ligá-la a línguas africanas e ao idioma dos etruscos.
Esta língua já era falada muito antes de os romanos introduzirem o latim na Península Ibérica. Por não ter línguas aparentadas conhecidas, o basco é claramente diferente das outras línguas européias, particularmente aquelas (que são a grande maioria) que têm relações de parentesco entre si no interior da família indo-européia.
Por conta disso, criaram-se a seu respeito um grande número de idéias sem embasamento lingüístico, tais como o basco é a língua mais complexa do mundo; ninguém que além dos próprios bascos jamais conseguiu aprender essa língua; todos os verbos são passivos; e muitas outras imprecisões.
Sua estrutura sentencial é praticamente idêntica à do turco ou do japonês. Sua morfologia é, essa sim, de um tipo bastante incomum na Europa, mas fora da Europa podem ser encontrados sistemas morfológicos semelhantes ao do basco em centenas de outras línguas.
Também chamada de vasconço em alguns dicionários de língua portuguesa, que lhe atribuem também a acepção de linguagem incompreensível, ininteligível. Em castelhano, também é denominada vascuense.
Índice |
[editar] Distribuição geográfica
A região na qual o basco é falado é referida pelos seus falantes como Euskal Herria, ou seja, país dos bascos, abrangendo os atuais País Basco e Navarra na Espanha (chamados de Hegoalde) e três províncias do departamente francês dos Pirineus-Atlânticos, referidas como Iparralde.
[editar] História e classificação
Os ancestrais dos bascos estão entre os mais antigos habitantes da Europa, e suas origens permanecem desconhecidas, assim como as origens de sua língua. A maioria dos acadêmicos consideram o basco uma língua isolada.
Inscrições latinas na Aquitânia preservam várias palavras com cognatos em proto-basco, por exemplo o nome pessoal Nescato (neskato significa menina jovem, moça em basco moderno). Essa língua proposta é chamada "aquitaniano" e era presumivelmente falada antes dos romanos levarem o latim para oeste dos Pirineus. A negligência romana com estas terras distantes permitiu ao basco aquitaniano sobreviver enquanto as línguas ibérica e tartessiana desapareceram. O basco adquiriu alguns vocábulos latinos, mas o latim da região se desenvolveu para o gascão (um ramo do occitano) e para o romance navarro.
Supondo que as fronteiras entre as regiões do basco e do gascão sejam mais difusas que entre as do basco e do castelhano, frequentemente se assume que as origens do basco estavam na Aquitânia, migrando em seguida para o sul.
[editar] Status oficial
O basco tem o status de língua oficial nas regiões bascas da Espanha (País Basco e Navarra), enquanto carece deste reconhecimento na França.
[editar] Dialetos
Há atualmente oito dialetos, os quais não se confundem com as divisões políticas. Um dos primeiros estudos científicos do basco foi feito por Louis-Lucien Bonaparte (um descendente de Napoleão).
[editar] Línguas derivadas
Há atualmente uma versão unificada do Euskara (basco) chamada batua ("unificado" em basco), a qual é o idioma ensinado nas escolas. O batua baseia-se principalmente no dialeto regional de Gipuzkoa.
[editar] Gramática
O basco tem algumas formas gramaticais incomuns na Europa, como o chamado ergativo, que força o acréscimo de um -k ao sujeito quando há um verbo transitivo. O verbo auxiliar também reflete o número do objeto direto, de tal forma que o verbo auxiliar pode conter muita informação (sobre o sujeito, o número do objeto direto, se é singular ou plural, e o objeto indireto). Dentre as línguas européias, este sistema (inflexão do verbo auxiliar) somente é encontrado no basco e em algumas línguas do Cáucaso.
Por exemplo, na frase:
- Martinek egunkariak erosten dizkit
que significa "Martin compra os jornais para mim", Martin-ek é o sujeito (mais exatamente, um ergativo), por isto tem a terminação -k. Egunkariak tem uma terminação em -ak a qual marca o plural do objeto (plural absolutivo, para ser exato). O verbo é erosten dizkit, no qual erosten é um tipo de gerúndio ("comprando") e o auxiliar dizkit indica:
- di- marca um verbo contendo tanto um objeto direto quanto um indireto, no tempo presente;
- -zki- é o numeral do objeto direto (neste caso os jornais; se fosse singular não haveria sufixo); e
- -t é a marca do objeto indireto: "para mim".
O basco faz distinção entre as consoantes sibilantes laminais (z, tz), nas quais a fricção ocorre na superfície da língua (como no "s" nas línguas francesa e inglesa), e sibilantes apicais (s, ts) onde a fricção acontece na na ponta da língua (como no "s" castelhano). Também possui sibilantes palatais (x, tx), que soam como o português ch.
Sons palatais (explosivos: tt /c/, dd /J/; sibilantes: x /S/, tx /tS/; nasais: ñ /ñ/; laterais: ll /L/) são típicos de diminutivos, que são freqüentes em linguagem infantil e materna (mais para mostrar afeto). Ex.:, tanta ("gota") e ttantta (gotícula). Umas poucas palavras comuns, tais como txakur ("cachorro"), usam sons palatais mesmo tendo perdido, no uso comum, a sua característica de diminutivo; as formas correspondentes não-palatais atualmente têm um sentido aumentativo ou pejorativo: zakur ("cachorrão"). Muitos dialetos do basco exibem um efeito de palatalização derivado no qual as consoantes que iniciam no osso frontal são mudadas para sua correspondente palatal depois da vogal frontal alta [i]. Por exemplo, o som [n] na palavra [egin] (agir) torna-se um palatal [ñ] quando o sufixo -a é acrescido, transformando /egina/ em [egiña] (a ação).
A letra j é pronunciada como [j], [J\], [Z], [S] ou mesmo [X] de acordo com a região ([X] é típico do País Basco espanhol). O sistema de vogais é o mesmo do espanhol para a maioria dos falantes, com 5 vogais /a, e, i, o, u/. Acredita-se que o espanhol herdou este sistema do basco. Falantes do dialeto Souletino também tem uma 6-a vogal, frontal e arredondada, representada na escrita como ü mas soando como o francês eu (ou o alemão ö) e não como no francês u (e alemão ü).
O basco mostra uma grande variação dialetal no acento tônico, desde uma tonicidade fraca nos dialetos centrais até uma forte tonicidade em outros dialetos, com padrões variados na colocação da tonicidade. Em geral, a tonicidade não é usada para distinguir (gêneros, ou plurais, etc). No entanto, há situações onde a tonicidade é fonêmica, servindo para diferenciar entre uns poucos pares de palavras acentuadas e entre algumas formas gramaticais (em geral plurais de outras formas). Ex.:, basóà ("a floresta", caso absolutivo) vs. básoà ("o copo", caso absolutivo; um empréstimo do espanhol vaso); basóàk ("a floresta", caso ergativo) vs. básoàk ("o copo", caso ergativo) vs. básoak ("as florestas" ou "os copos", caso absolutivo).
Dada a grande variabilidade entre seus dialetos, a tonicidade não é indicada na ortografia padrão e a Euskaltzaindia (Academia Real da Língua Basca) apenas faz recomendações gerais para uma padronização no posicionamento da tonicidade, basicamente para posicionar um acento indicador de tonicidade fraca (mais fraca que aquela do espanhol) na segunda sílaba de um sintagma, e uma tonicidade normalmente menor na última sílaba, exceto em formas plurais, quando a tonicidade é deslocada para a primeira sílaba. Este sistema dá ao basco uma "musicalidade" distinta, que diferencia sua pronúncia dos padrões de prosódia do espanhol. Euskaldunberris ("novos falantes do basco", isto é, os que usam o basco como segunda língua) e que têm o espanhol como primeira língua tendem a transportar os padrões da prosódia espanhola para sua pronúncia do basco, dando origem a uma pronúncia pronúncia bastante desprezada, insossa; ex.:, pronunciam nire ama ("minha mãe") como nire áma (- - ´ -), ao invés de niré amà (- ´ - `).
[editar] Vcabulário
- olá: "kaixo"
- bom dia: "egunon"
- boa tarde: "arratsaldeon"
- boa noite: "gabon"
- adeus: "agur"
- até logo: "gero arte"
- por favor: "mesedez"
- perdão: "barkatu"
- muito obrigado: "eskerrik asko"
- de nada: "ez dago zergatik"
- sim: "bai"
- que horas são? "Zer ordu da?"
- centro comercial: "merkatal zentroa"
- não: "ez"
- não entendo: "ez dut ulertu"
- não fumar: "ez erre"
- buraco: "zulo"
- casario: "baserri"
- vento: "haize"
- ratinho: "sagutxu"
- gato: "katu"
- cão: "txakurra"
- mar: "itsaso"
- falante de basco: "euskaldun"
- padaria: "okindegi"
- rua: "kale"
- festa: "jai"
- boina: "txapela"
- pedra: "harri"
- felicidades: "zorionak"
- mãe: "ama"
- pai: "taita"
- filho: "seme"
- filha: "alaba"
[editar] Veja também
[editar] Referências na internet