História dos Estados Unidos da América
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História dos Estados Unidos da América |
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A história dos Estados Unidos da América é a história de um país relativamente jovem, tendo declarado sua independência em 4 de julho de 1776, do Reino Unido. Esta independência seria reconhecida pelos britânicos em 1783, no Tratado de Paris. O território que atualmente constitui os Estados Unidos fora habitado por dezenas de tribos nativos americanas, anteriormente à chegada dos primeiros exploradores europeus na região. Durante o século XVI e o século XVII, estes territórios passaram a serem colonizados por diversos países europeus.
Os britânicos colonizaram a região da costa atlântica, onde eventualmente foram fundadas um total de Treze Colônias. Estas colônias, inicialmente muito diferentes e afastadas politicamente e culturalmente entre si, uniram-se e declararam sua independência em 4 de julho de 1776, tendo esta independência reconhecida pelo Reino Unido após o fim da Revolução Americana de 1776, em 1783, sob os termos do Tratado de Paris. Desde então, os Estados Unidos gradualmente evoluiriam em uma superpotência, passando a exercer crescente influência política, econômica, militar e cultural no panorama mundial.
Índice |
[editar] Até 1754
Diversas tribos nativos americanas viviam na região que atualmente constitui os Estados Unidos muito tempo antes da chegada dos primeiros europeus. Cada um destes grupos indígenas é composto por diversas tribos com culturas e idiomas semelhantes, que eram aliados ou neutros entre si. Entre os grupos indígenas dos Estados Unidos, destacam-se os iroqueses, os algonquinos, os hurões, os sioux, os apaches, os uto-astecas, os havaianos e os esquimós. Estas famílias indígenas estavam, por sua vez, divididas em várias tribos menores. Não se sabe ao certo o número total de nativos indígenas que viviam no atual Estados Unidos nos anos que precederam à chegada dos primeiros europeus. Estima-se este número entre um a quinze milhões de índios. Estes números também incluem astecas que viviam no sul do atual Estados Unidos.
Os primeiros europeus chegaram ao longo do século XVI. Diferentes nações exploraram e reivindicaram diferentes partes dos Estados Unidos. Os espanhóis foram os primeiros a explorarem as atuais regiões de Flórida, Texas, Novo México, Arizona e Califórnia. Tais regiões continuariam sobre controle hispânico até meados do século XIX. Os espanhóis fundaram o primeiro assentamento permanente em atual território americano, St. Augustine, em 28 de agosto de 1565. Os franceses instalaram-se ao longo da região central do atual Estados Unidos, e neerlandeses e suecos no nordeste. Durante a década de 1640 os neerlandeses expulsaram os suecos da região.
A Virgínia foi a primeira colônia britânica nas Américas. A colônia britânica de Virgínia foi fundada em 1606. Jamestown foi o primeiro assentamento britânico fundado no continente americano. Os colonos britânicos esperavam encontrar ouro ou outros metais preciosos, mas nada encontraram. Ao invés disso, a Virgínia eventualmente tornou-se uma colônia agrária, passando a exportar tabaco para o Reino Unido a partir de 1612. A Virgínia também destaca-se por ter sido a primeira colônia a criar um sistema de governo, a Casa de Burgess, uma câmara legislativa.
Outras províncias coloniais britânicas logo foram fundadas pelo Reino Unido, ao longo do Oceano Atlântico. Massachusetts foi fundada em 1620, e Nova Hampshire, em 1623. A colônia de Nova Iorque foi fundada em 1624. Esta última colônia duplicaria após os britânicos terem expulsado os neerlandeses do nordeste do atual Estados Unidos. Os neerlandeses estavam instalados no que atualmente constitui o sul do Estado de Nova Iorque, em uma colônia chamada Novos Países Baixos, cuja capital era Nova Amsterdam. Os Novos Países Baixos foram capturados em 1664 pelos britânicos, e Nova Amsterdão foi renomeada como Nova Iorque.
O primeiro assentamento permanente em Connecticut foi fundado em 1633, Maryland em 1632, Rhode Island em 1636, Delaware em 1638, Pensilvânia em 1643, Carolina do Norte em 1653, Nova Jérsei em 1660, e a Carolina do Sul, em 1670. Maryland destaca-se por ter sido a primeira colônia a permitir a livre prática de qualquer religião.
O Massachusetts destacou-se em seu pioneirismo na educação, tendo fundado a Faculdade de Harvard - atual Universidade de Harvard - em 1636 - a primeira instituição de educação superior nos atuais Estados Unidos - e o primeiro sistema de educação pública, em 1647. Entre a década de 1650 e a 1660, os britânicos gradualmente conquistaram os Novos Países Baixos, tendo anexado estas colônias neerlandesas definitivamente em 1664. Nova Amsterdão, capital e maior cidade destas colônias, foi renomeada como Nova Iorque. Em 1672, a primeira estrada de maior importância foi fundada nos Estados Unidos, conectando Boston com Nova Iorque. O primeiro jornal foi fundado em 1704, em Boston, sob o nome de Boston News-Letter.
Em 1663, o Rei Carlos I de Inglaterra cedeu a região localizada entre a colônia britânica de Virgínia e a então colônia espanhola de Flórida para oito diferentes proprietários. Esta região era então chamada de Carolina. Em 1712, a Carolina foi dividida em três regiões. A região setentrional tornou-se a Carolina do Norte, e a região central tornou-se a Carolina do Sul. A região sul continuou escassamente habitado, e somente tornou-se oficialmente colônia britânica em 1733, sob o nome de Geórgia.
Em 1753, a população dos Estados Unidos era de um 1,3 milhão de habitantes. A economia do país então era baseada primariamente na agricultura e na exportação de produtos agropecuários a outros países. Então, as Treze Colônias já atraíam milhares de imigrantes anualmente, tornando-se uma sociedade multicultural.
[editar] 1754 - 1783
O perído da história dos Estados Unidos da América que estende-se de 1754 até 1783 é marcado pelo crescente movimento da população das Treze Colônias americanas pela independência. As relações entre os colonos americanos e os britânicos passaram a deteriorar-se rapidamente.
Desde meados do século XVIII, tanto as colônias francesas quanto as colônias britânicas na América do Norte expandiram-se. Eventualmente, tanto a França quanto o Reino Unido reivindicaram o território que estendia-se dos Apalaches até o Rio Mississippi. Em 1754, a Guerra Franco-Indígena teve início, entre a colônia francesa de Nova França e as Treze Colônias britânicas. Esta guerra, por sua vez, é considerada parte de um conflito mundial, a Guerra dos Sete Anos. Diferentes tribos indígenas participaram na guerra, algumas ao lado dos britânicos, e outras ao lado dos franceses. Em 1763, o Reino Unido saiu-se vencedor. Segundo os termos do Tratado de Paris, o Reino Unido anexou todos os territórios franceses a oeste do Rio Mississippi - com exceção de New Orleans. Territórios franceses a oeste do Rio Mississippi, bem como New Orleans, tornaram-se colônias espanholas.
A Guerra dos Sete Anos endividou pesadamente o Reino Unido. Além disso, o Reino Unido, por passar a controlar um território muito maior, foi obrigada a aumentar seus custos em relação à defesa e manutenção da ordem em suas colônias. Como consequência, o governo britânico criou ou aumentou uma série de impostos em todo o Império Britânico, fato que desagradou muito a população americana. Como os colonos americanos não tinham representação no Parlamento do Reino Unido, estes colonos acreditaram que estes impostos eram injustos. Não aos impostos sem representação tornou-se um grito de guerra de vários colonos americanos. Como consequência, muitos colonos americanos passaram a boicotar produtos britânicos vendidos nas Treze Colônias. Em 1765, um grupo de representantes de nove das Treze Colônias juntaram-se em Massachusetts, e passaram a considerar a criação de uma ação conjunta contra o Reino Unido.
À medida em que as tensões entre britânicos e os americanos cresciam, os britânicos mandaram tropas no final da década de 1770, que ocuparam as duas maiores cidades americanas à época, Boston e Nova Iorque. Tensões entre colonos americanos e soldados britânicos resultaram no extermínio de cinco colonos americanos, em 5 de março de 1770. Em 1774, os britânicos aprovaram os Atos Intoleráveis, que fechava o porto de Boston e aumentava os poderes dos britânicos sobre as Treze Colônias, entre outras medidas. Os Atos Intoleráveis revoltaram a população americana. Em 5 de setembro de 1774, representantes de 12 das 13 colônias britânicas juntaram-se no Primeiro Congresso Continental, em Filadélfia, e decidiram paralizar todas as relações comerciais entre as colônias e o Reino Unido.
A Revolução Americana de 1776 teve início em 19 de abril de 1775, quando tropas britânicas tentaram apreender armas e suprimentos militares do Massachusetts. Porém, colonos americanos derrotaram estas tropas britânicas. Representantes das Treze Colônias britânicas juntaram-se em Filadélfia, no Segundo Congresso Continental, em 10 de maio de 1775. Em 15 de junho, George Washington foi escolhido líder das forças rebeldes americanas. Em 23 de agosto, o Reino Unido oficialmente declarou guerra contra os rebeldes.
Em 4 de julho de 1776, o Segundo Congresso Continental declarou oficialmente a independência das Treze Colônias. A guerra pela independência estendeu-se entre 1776 e 1783. Inicialmente, os rebeldes americanos dispunham de uma pequena força armada, mal treinada, mal equipada, bem como faltavam líderes e comandantes. Além disso, faltavam armas, suprimentos e fundos econômicos. Apesar disso, a causa da independência era mais importante, e os rebeldes tinham a vantagem em lutar em um enorme e bem conhecido território, que era desconhecido pelas tropas britânicas enviadas às Treze Colônias. Inicialmente, os rebeldes sofreram diversas derrotas. Eventualmente, porém, os rebeldes passaram a dominar a guerra. Os rebeldes americanos também receberam ajuda militar e econômica substancial da França e da Espanha.
Em 3 de setembro de 1783, o Reino Unido reconheceu oficialmente sua derrota, através do Tratado de Paris, terminando oficialmente a guerra pela independência americana. Os Estados Unidos receberam todos os territórios britânicos ao sul dos Grandes Lagos e do Rio São Lourenço, a leste do Rio Mississippi], e ao norte da Flórida, ainda colônia espanhola.
[editar] 1783 - 1815
Em 1787, líderes e representantes dos treze Estados americanos escreveram a Constituição dos Estados Unidos da América, que tornou-se o pilar central do sistema político dos Estados Unidos da América, e centralizou o governo do recém-criado país. Todos os Estados americanos ratificaram a Constituição americana por volta de 1789, tornando-se assim oficialmente Estados dos Estados Unidos da América.
A Constituição Americana instituiu um sistema de colégios eleitorais no país. Em 1789, George Washington, que fora o líder das forças rebeldes americanas na Revolução Americana de 1776, foi escolhido por unanimidade pelos membros do colégio eleitoral como o primeiro Presidente dos Estados Unidos da América. O governo dos Estados Unidos passou a operar de maneira centralizada ainda em 1789, com capital em Nova Iorque. Um ano depois, a capital mudou-se para Filadélfia.
Os Estados Unidos então sofria de diversos problemas, como a falta de infra-estrutura e uma gigantesca dívida pública. Os problemas econômicos do país eram enormes. O país também estava dividido em dois: em um Norte cuja economia baseava-se primariamente no comércio doméstico e na indústria de manufaturação, e cuja população era primariamente contra o trabalho escravo, e em um Sul cuja economia dependia pesadamente da agricultura, cujos produtos - primariamente algodão - eram primariamente vendidos em outros países, e utilizava mão-de-obra escrava. Outro problema foi o início de uma nova guerra, entre a França e o Reino Unido e a Espanha. A França esperava ajuda militar dos americanos. Porém, alguns grupos políticos eram a favor, e outros eram contra. George Washington decidiu-se pela neutralidade, causando atritos políticos e militares entre a França e os Estados Unidos da América. Divergências entre diferentes grupos políticos levaram à criação de dois partidos políticos - o Partido Federalista e o Partido Democrata-Republicano.
Diversos políticos queriam que o governo controlasse ativamente a economia do país. Outros eram contra a qualquer tipo de interveção do Estado na economia dos Estados Unidos. O Secretário de Estado americano Alexander Hamilton, que era a favor da intervenção do governo dentro da economia nacional, sugeriu aumentar impostos em certos produtos agropecuários, para a arrecadação de mais fundos, que seriam utilizados para o pagamento da dívida. Thomas Jefferson, um dos líderes do grupo contra a intervenção governamental na economia do país, foi contra inicialmente. Porém, Jefferson concordou em apoiar Hamilton, caso este decidisse suportar a mudança da capital americana para o sul. O Congresso americano aprovou o plano financeiro de Hamilton, e também em mudar a capital americana, que mudou-se definitivamente para Washington, Distrito de Columbia, em 1800.
Em 1800, Thomas Jefferson foi eleito Presidente dos Estados Unidos, tendo sido reeleito em 1804. A ideologia político-social de Jefferson era um fraco governo centralizado, e politicamente democrático e balanceado, bem como ampla liberdade aos habitantes do país. Este ideal ficou conhecido como democracia jeffersoniana. Em 1803, Jefferson autorizou a compra de um enorme território, a Louisiana, que dobrou a extensão territorial do país. A Constituição americana não autorizava a compra de territórios estrangeiros, e diversos grupos políticos questionaram a validade da compra. Outros destaque durante o governo de Jefferson foi a ascensão de um forte Suprema Corte.
Em 1803, a França e o Reino Unido novamente entraram em guerra. Ambos os países atacaram navios mercantes americanos. Os Estados Unidos instituíram um embargo contra os dois países, em 1807. O embargo causou grande recessão econômica nos Estados Unidos, e tiveram pouco efeito tanto nos ataques quanto na economia britânica e francesa. James Madison tornou-se Presidente em 1809, e a França concordou em parar de atacar navios mercantes americanos. O Reino Unido, porém, continuou ativamente com estes ataques. Isto, aliado com rumores que constantes ataques indígenas no norte do país estavam sendo incentivados pelos britânicos, desencadearam a Guerra de 1812. Os Estados Unidos declararam guerra oficialmente em 12 de junho de 1812. Tropas americanas atacaram o sul do atual Canadá, mas eventualmente, contra-ataques britânicos forçaram os americanos a recuarem. Os britânicos capturaram e incendiaram prédios governamentais importantes de Washington, DC, em 1814. Eventualmente, porém, os americanos e os britânicos chegaram a um acordo de paz. A guerra terminou em 1815, e nenhum lado oficialmente venceu a guerra. A Guerra de 1812, porém, criou um grande senso de orgulho e de nacionalismo americano, entre a população do país.
[editar] 1815 - 1865
Após o término da Guerra de 1812, da derrota de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo e do Congresso de Viena, todos eventos ocorridos em 1815, uma era de relativa estabilidade iniciou-se na Europa. Líderes americanos passaram a prestar menos atenção a conflitos europeus, bem com o comércio com a Europa, e passaram a dedicar-se mais ao desenvolvimento doméstico do país. Em 1823, o Presidente americano James Monroe instituiu a Doutrina Monroe, onde Monroe avisava às potências européias a não interferirem com nenhuma nação livre no continente americano.
Com o fim da aliança dos britânicos com os nativos americanos, colonos americanos passaram a colonizar áreas, habitadas primariamente por indígenas - muitos dos quais haviam sido movidos à força para a região, da costa atlântica, por ordem do governo americano. Durante a década de 1830, o governo federal deportou forçadamente tribos indígenas do sudeste do país para territórios menos férteis no oeste. Este caso foi parar na Suprema Corte americana, que julgou o caso a favor dos indígenas. Mesmo assim, o Presidente americano à época, Andrew Jackson, ignorou o mandato da Suprema Corte.
Ao longo das primeiras décadas do século XIX, milhares de americanos e imigrantes recém-chegados no país passaram a mover-se em direção ao oeste. Foi o início da expansão americana em direção ao Oceano Pacífico. Muitos destes assentadores instalaram-se até mesmo em áreas não controladas pelos americanos à época, especialmente no Texas e na Califórnia. À medida em que a população de regiões e territórios na região central e oeste dos Estados Unidos gradualmente aumentaram, novos territórios e estados foram criados. Este movimento em direção ao oeste foi em parte estimulado pelo Destino Manifesto, criado durante a década de 1840.
Então, milhares de colonos viviam em território não-americano, ou em regiões disputadas por outros países. As pessoas que apoiavam o Destino Manifesto acreditavam que os Estados Unidos deveriam controlar toda a América do Norte. Os habitantes americanos que viviam nestas regiões passaram a exigir a anexação destas regiões por parte do governo americano. Estas regiões incluem o norte do México e o Oregon Country, uma região localizada no noroeste dos atuais Estados Unidos e no sudoeste do Canadá, e disputada com o Reino Unido.
Em 1839, o Texas tornou-se independente, tornando-se uma república. O Texas foi anexado pelos Estados Unidos em 1845. Em 1846, o Reino Unido cedeu a região sul do Território de Oregon para os Estados Unidos. Ainda no mesmo ano, a Guerra Mexicano-Americana teve início. A guerra teve fim em 1848, terminando com vitória americana. No Tratado de Guadalupe Hidalgo, assinado em 2 de fevereiro de 1848, o México oficialmente cedia toda a região norte do país para os Estados Unidos. Em 1853, os Estados Unidos compraram uma pequena região, na Compra de Gadsden, que constitui o sul dos atuais Estados de Arizona e Novo México.
Os Estados Unidos já eram então na década de 1850 uma grande potência econômica e militar. Milhares de imigrantes vindos de países europeus instalavam-se anualmente nos Estados Unidos. Porém, as diferenças políticas, sociais e econômicas entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos haviam crescido drasticamente desde que o país tornara-se independente em 1783. A população do Norte havia crescido drasticamente, e tinha o quase o triplo da população do Sul. A maior parte dos imigrantes instalavam-se no Norte, cuja economia era pesadamente industrializada, e cuja população era contra o uso do trabalho escravo. O Sul, por sua vez, continuava dependente das exportações de algodão para países europeus.
A maior população dos estados do Norte fez com que esta passasse a dominar a Câmara de Representantes. O equilíbrio político então era somente mantido pelo igual número de estados pró-escravidão e pró-abolicionismo no Senado. Porém, a expansão do país em direção ao oeste criou grande controvérsia. Nortistas acreditavam que a escravidão deveria ser efetivamente proibida nos novos estados que seriam fundados no oeste do país. Já os sulistas eram contra esta proposta. O equilíbrio político no Senado foi mantido até o início da década de 1860, com Estados pró-abolicionistas somente sendo criados quando um segundo Estado, pró-escravista, também era criado. O equilíbrio foi quebrado em 1861, quando o Kansas foi admitido à União como Estado pró-abolicionista. O domínio dos pró-abolicionistas no Congresso americano e a eleição do pró-abolicionista republicano Abraham Lincoln em 1860 fizeram com que 11 Estados pró-escravistas anunciassem secessão dos Estados Unidos, e a fundação dos Estados Confederados da América.
A Guerra Civil Americana teve início em 12 de abril de 1861, quando tropas confederadas atacaram tropas da União em Charleston. A União, ou os Estados Unidos propriamente dito, dispunha de maior força industrial, econômica e militar, bem como maior população. Os confederados, porém, estavam dispostos a lutar por sua causa. Durante o início da guerra, os confederados venceram diversas batalhas. Porém, a União gradualmente passou a controlar a guerra. Em 1 de janeiro de 1863, Lincoln proclamou, em um gesto simbólico, a Proclamação de Emancipação, que dava liberdade a todo escravo em território confederado. A rendição da principal força confederada, controlada por Robert E. Lee, em 9 de abril de 1865, marca em prática o fim da Guerra Civil, que terminaria oficialmente em 28 de junho, com a rendição das últimas tropas confederadas.
[editar] 1865 - 1918
A Guerra Civil Americana causou grande destruição nos Estados Unidos - especialmente no sul do país. Nenhum conflito causou a morte de mais americanos do que a Guerra Civil Americana. Entre 600 a 700 mil americanos perderam suas vidas nesta guerra civil, mais do que as baixas americanas em todas as guerras que os Estados Unidos estiveram envolvidos desde a Revolução Americana de 1776 até os dias atuais. O Sul, após o final da guerra, foi ocupada por forças americanas. A economia da região então estava completamente destruída. O período que estende-se do final da guerra até 1877, quando as últimas forças americanas desocuparam o Sul, é conhecido como Reconstrução.
Conflitos entre políticos nortistas apareceram quanto ao processo de readmissão dos Estados do Sul para os Estados Unidos da América. Estes políticos dividiam-se em dois grupos: os moderados e os radicais. Os moderados, liderados ao longo da guerra por Abraham Lincoln e posteriomente pelo Vice-Presidente Andrew Jackson (que assumiu o posto de Presidente), queriam por um fim definitivo às diferenças políticas, culturais, econômicas e sociais entre o Sul e o Norte, e eram contra a imposição de punições. Já os radicais exigiam grandes punições contra o Sul. Os radicais, após a guerra, conseguiram aprovar no Congresso americano pesadas punições contra o Sul, e mesmo iniciaram um processo de impeachment contra Jackson. O Senado americano rejeitou este processo por apenas um voto, em 1768.
Os nortistas instalaram nos Estados e nas principais cidades e condados do Sul governos comandados por republicanos, protegidos pelas tropas nortistas. A população do Sul ressentia a presença de tanto os republicanos quanto das tropas. Entre os políticos instalados no poder nestas subdivisões, estiveram diversos afro-americanos, colocados no poder pelo governo americano primariamente com o propósito de humilhar a população sulista. O governo americano proibiu o uso do trabalho escravo ainda em 1865, confirmou a cidadania de todos os afro-americanos no país em 1868, e permitiu que qualquer pessoa afro-americana do sexo masculino também tivesse o direito de voto. Apesar disto, a discriminação contra afro-americanos continuaria abertamente em todo o país durante o próximo século no país.
A Reconstrução terminou em 1877. A economia dos Estados Unidos desenvolveu-se rapidamente, grandes malhas ferroviárias foram construídas ao longo do país. Este crescimento estava centralizado primariamente nas cidades. Como consequência, grande migração dos campos para as cidades ocorreram. Os Estados Unidos haviam expandiram seu território em 1867, com a adquisição do Alasca, da Rússia. Em 1898, o Havaí foi anexado pelos Estados Unidos. No mesmo ano, os Estados Unidos entraram em guerra contra a Espanha, na Guerra Hispano-Americana, saindo-se vencedora, e adquirindo Cuba e o Porto Rico. Os americanos conquistaram as Filipinas - então colônia espanhola - em 1903.
Mais de 25 milhões de imigrantes instalaram-se nos Estados Unidos, entre 1870 e 1916, causando grande crescimento populacional - de 40 milhões de habitantes em 1870 para mais de 100 milhões em 1916. Os principais motivos foram a rápida industrialização dos estados do Norte, a substituição de mão-de-obra escrava por mão-de-obra imigrante nos estados do Sul, e primariamente por causa do Ato Homestead, que dava lotes de terra no oeste americano a baixo ou nenhum custo, incentivando assim o povoamento do oeste americano. Este povoamento, porém, assinalou o fim do estilo de vida das tribos indígenas nos Estados Unidos. Em ordem para dar espaço à cidades e fazendas, os americanos forçaram os indígenas a moverem-se para reservas indígenas. Estes resistiram inicialmente, atacando fazendas e cidades americanas, mas todos os movimentos de resistência por parte dos indígenas acabaram em 1900.
Em 1914, a Primeira Guerra Mundial teve início. Os Estados Unidos não entraram inicialmente na guerra, mas cedeu empréstimos e suprimentos às duas principais potências da Tríplice Entente - Reino Unido e a França. Em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra, ao lado da Tríplice Entente, por causa do afundamento de diversos navios americanos por submarinos alemães. Após o final da guerra, as potências Aliadas impuseram pesadas punições contra a Alemanha, sob os termos do Tratado de Versalhes, apesar da insistência do Presidente americano Woodrow Wilson por termos razoáveis de punição. O impacto econômico do tratado na Alemanha foi severo, e a humilhação imposta por este tratado foi uma das razões primárias para que Adolf Hitler assumisse o poder da Alemanha em 1933. Os Estados Unidos não ratificaram o tratado, e ao invés disso, assinaram tratados de paz diferentes com a Alemanha e suas aliadas. A guerra não alcançou os ideais que Wilson prometera, e os americanos decidiram isolar-se do resto do mundo, passando a dar mais atenção a problemas domésticos, longe de relações internacionais.
[editar] 1918 - 1945
Durante a maior parte da década de 1920, os Estados Unidos passou por um período de prosperidade não balanceada. Enquanto a indústria de manufatura e a venda de novos produtos recém-inventados, como rádio, filmes e automóveis - preços para produtos agropecuários e de salários dos trabalhadores caíram em todo o país. A qualidade de vida nas áreas urbanas crescia gradualmente, e dramáticas melhorias no sistema de planejamento urbano destas áreas urbanas ocorreram, a qualidade de vida caiu nas áreas rurais. Uma das razões da prosperidade econômica em geral dos Estados Unidos durante a década de 1920 foi a extensão de crédito a níveis perigosos, incluindo nas bolsas de valores, que cresceram para níveis perigosamente inflados.
Em 1920, o Congresso americano aprovou a proibição da fabricação, venda, importação e exportação de bebidas alcóolicas foi em todo os Estados Unidos, em uma tentativa de minimizar diversos problemas sociais. Este ato do Congresso americano ficou conhecida como Prohibition, que terminou em 1933, não tendo sucedido em reduzir o consumo de álcool, e fortalecendo o crime organizado no país. A Proibição, de qualquer maneira, foi a primeira emenda à Constituição americana que regulava diretamente a atividade social, representando o crescente fortalecimento do Estado no país durante as primeiras décadas do século XX.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, ocorrida em 1929, marca o início de um período de uma década conhecido como Grande Depressão, caracterizada por grande recessão econômica no país. As causas da quebra da bolsa de valores e da Grande Depressão em si são assunto de grande controvérsia até os dias atuais. A quantidade limitada de informações da economia da época sugerem que a indústria de construção e o setor imobiliário estagnaram em 1926, juntando-se ao declínio das indústrias da agricultura, pecuária, mineração e do petróleo. Em todos estes setores, a superprodução e a competição de produtos de outros países baixaram preços e lucros. Os salários não cresceram rápido o suficiente para permitir a possíveis consumidores a compra de novas residências e de outros produtos à venda à época. A exportação de produtos industrializados gradualmente caía, por causa da ascenção do protecionismo no mundo industrializado. A quebra da bolsa de valores drenou a confiança de possíveis consumidores e, mais importante, a confiança de instituições financeiras. Estas tornaram-se extremamente relutantes em investir. Por isto, a economia americana caiu em uma severa depressão econômica. A Grande Depressão foi marcada por níveis muito altos de desemprego, investimentos negligíveis e grande deflação.
Em resposta à recessão, o Congresso e o então Presidente americano Hebert Hoover aprovaram uma tarifa alfandegária, o Ato Tarifário Smoot-Hawley, e, juntamente com outros atos públicos, tentou fixar preços a fazendeiros, e criou um programa de ajuda social, que passou a empregar centenas de pessoas, acreditando que o governo americano era obrigado a manter os níveis de emprego em alta, mas que deveria intrometer-se diretamente o menos possível na economia do país. Estes esforços não tiveram precedentes, e economistas atualmente ainda não chegaram a um conscenso sobre a devida preucação destas políticas. Enquanto alguns acreditam que estas medidas pouco serviriam a curto prazo, e foram insuficientes, dado a magnitude da depressão, outros acreditam que estas políticas foram destrutivas, e construibuíram para a agravação da Grande Depressão.
Com milhões de pessoas desempregadas, grande descontentamento entre a população americana começou a surgir entre as classes trabalhadoras dos Estados Unidos. Uma resposta repressiva do governo americano poderia causar uma revolução socialista a qualquer momento, mas o Presidente Franklin Delano Roosevelt, eleito em 1932, implementou o New Deal, que aumentava a participação e a intervenção do governo americano na economia do país, insituía novas regulações em instituições de comércio - especialmente bancos - para maior estabilidade da economia do país, e criavam um número de programas de ajuda social e econômica aos pobres e desempregados. O ápice da Grande Depressão ocorreu em 1933, e gradualmente desde então, a economia do país gradualmente recuperou-se, embora muito lentamente, apresentando poucas melhorias até o fim da década, e somente terminando com o início da Segunda Guerra Mundial.
O sentimento isolascionista americano caíra, mas tanto a população americana quanto o governo inicialmente eram contra o envolvimento do país na guerra, limitando-se a fornecer suprimentos para o Reino Unido, a China e a União Soviética. Porém, este sentimento mudou drasticamente após o Ataque em Pearl Hrabor por tropas japonesas, em 7 de dezembro de 1941, e os Estados Unidos rapidamente aliaram-se com os britânicos e os soviéticos, contra o Japão, a Itália e a Alemanha. Mesmo com o envolvimento americano, quase quatro anos foram necessários para a derrota final da Alemanha e do Japão. A participação dos Estados Unidos foi essencial na prevenção de uma eventual vitória das potências do Eixo.
[editar] 1945 - 1964
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos experenciaram um período de grande crescimento econômico. As potências Aliadas (que incluíam os Estados Unidos) financiaram a reconstrução da Alemanha e do Japão, e eventualmente transformaram estes países de ex-inimigos em aliados.
A era pós-guerra nos Estados Unidos foi marcado internacionalmente pelo início da Guerra Fria, onde os Estados Unidos e a União Soviética tentaram expandir sua influência no resto do mundo, à custa de outros países. Esta guerra foi balanceada pelos massivos arsenais nucleares destes países. O resultado foi uma série de conflitos durante este período, incluíndo a Guerra da Coréia em 1950 a 1953 (que resultou em status quo) e a tensa Crise dos mísseis de Cuba de 1962. Dentro dos Estados Unidos, a Guerra Fria gerou preocupações sobre a influência comunista, e também resultou em tentativas do governo americano em encorajar matemática e ciências nos esforços em vencer a corrida espacial.
Este período da história americana caracteriza-se pela explosão populacional do país. Foi o período da explosão populacional americana. Enquanto isto, a migração rural, que foi intensa desde o final da Guerra Civil Americana, começou a cair gradualmente, e o país experenciou um período de expansão econômica sustentável. Ao mesmo tempo, o racismo ao longo do país - especialmente no sul - começou a ser combatido com o crescente movimento dos direitos civis, e por líderes afro-americanos tais como Martin Luther King. Ao longo da década de 1950 e do início da década de 1960, todas as leis de segregação social nos Estados Unidos foram removidas do governo americano, e todos os estados do país foram obrigados a fazer o mesmo. Destacam-se também o início do movimento feminista, do movimento jovem e da criação da geração gap.
O final deste período caracteriza-se pelo início da escalação da Guerra do Vietnã, que teve início em 1957, e duraria até 1975, pelo clímax das tensões entre as os Estados Unidos e a União Soviética, e pelo termo de ofício do Presidente John F. Kennedy, que seria assassinado em 22 de novembro de 1963.
[editar] 1964 - 1991
A crescente impopularidade da Guerra do Vietnã alimentou movimentos sociais já existentes, incluindo o movimento feminismo, minorias étincas e os jovens. A "Grande Sociedade" do Presidente Lyndon Johnson foi um programa governamental extensivo que incluía a implementação de programas sociais. Durante a década de 1970, o sucessor de Johnson, Richard Nixon, trouxe a Guerra do Vietnã ao fim, à medida que o governo do Vietnã do Sul gradualmente entrava em colapso. A guerra custou aos Estados Unidos 58 mil vidas americanas. O próprio Nixon foi obrigado a renunciar, com o escândalo político de Watergate. O embargo do petróleo da OPEC em 1973 causou a diminuição do crescimento econômico do país, e levou à um período de estagnação econômica, sob o termo de ofício do Presidente Jimmy Carter, durante o final da década de 1970. Então, estações espaciais já haviam sido lançadas, em 1971, e grandes avanços na indústria aeroespacial ocorreram nos Estados Unidos, juntamente com seu oponente, a União Soviética.
O crescente intervencionismo americano em assuntos de outros países, como a aliança e o suposto apoio financeiro e político à política da conquista de territórios árabes (em especial, a Palestina) por parte de Israel fez dos Estados Unidos, cidadãos americanos e instalações militares americanas em outros países. Estes ataques passaram a ter início durante a década de 1970. A presença cada vez maior das multinacionais americanas mundo afora fez com que muitos acusassem os Estados Unidos de imperialismo.
Durante a década de 1980, o Presidente Ronald Reagan foi eleito, e instituiu um programa doméstico de cortes em impostos, e um programa internacional agressivo anti-soviético. Embora o déficit dos Estados Unidos expandiu-se rapidamente, o Bloco Socialista começou a entrar em colapso. O colapso ocorreu em 1991, durante o termo do Presidente George H. W. Bush.
[editar] 1991 - Tempos atuais
Apesar da queda da União Soviética, os Estados Unidos viu-se envolvido em outra ação militar ultramar, a Guerra do Golfo, ocorrida em 1990. Essa ação militar foi necessária depois que Sadam Hussein invadiu o Kuwait. O Conselho de Segurança da ONU votou a favor do ataque contra o Iraque e pela expulsão das tropas iraquianos do Kwait. Essa campanha limitar bem sucedida foi empreendida pelo governo americano do Presidente George H. W. Bush que foi sucedido pelo democrata Bill Clinton, em 1992. Clinton liderou os Estados Unidos durante o mais longo período de expansão econômica da história americana, um efeito colateral da revolução digital e novas oportunidades de negócios criadas pela Internet.
Em 11 de setembro de 2001, já sob a liderança do Presidente George W. Bush, os Estados Unidos sofreram o pior atentado terrorista da história do país, que culminou na destruição do World Trade Center, na parcial destruição do Pentágono e na morte de cerca de 3 mil pessoas. Este ataque terrorista, conhecido como Ataques de 11 de Setembro, foi orquestrado pela Al Qaeda, comandada por Osama Bin Laden. Em resposta aos ataques de 11 de setembro, sob a administração do Presidente George W. Bush, os Estados Unidos, com suporte da OTAN e o apoio da ONU, invadiu o Afeganistão e removeu o Taliban do poder do país, apresentando como justificativa o suposto suporte financeiro, treinamento militar dado pelo país a terroristas, inclusive a Al Qaeda.
No entanto, a não captura de Bin Laden, possibilitou ao Presidente Bush continuar o que ficou conhecido como Guerra Contra o Terror. O primeiro evento significativo desta empreitada foi a invasão do Iraque em 2003, depois que polêmicas em torno da posição do ditador iraquiano, Saddam Hussein, com respeito a inspeções de supostas armas de destruição de massa, levaram o governo de George W Bush a tentar aprovar no Conselho de Segurança da ONU, sem sucesso, a invasão do Iraque e a deposição de Saddam Hussein.
Mesmo sem o aval do Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos invadiram o Iraque, juntamente como outros países aliados tais como o Reino Unido, a Itália e a Espanha, levando rapidamente à deposição e à prisão de Sadam Hussein. Esta segunda invasão mostrou-se contrária a alguns interesses da comunidade internacional, entre países como a França e a Alemanha, e aumentando significantemente o sentimento anti-americano no mundo em geral.
Em 16 de dezembro de 2005, a lei H.R. 4437 foi aprovada pela Câmara dos Representantes. A lei possui o alvo de reforçar o controle americano contra a imigração ilegal, tornando mais rigorosa as medidas contra imigrantes ilegais, e tornando um ato criminoso ajudar um imigrante ilegal permanecer no país. A lei, que está atualmente sendo discutida no Congresso, gerou grandes manifestações populares em diversas cidades do país.
[editar] Referências
- Johnson, Paul M. A History of the American People. Harper Perennial, 1999. ISBN 0060930349
- Purvis, Thomas L. A Dictionary of American History. Blackwell Publishers, 1997. ISBN 1577180992