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Quinta da Boa Vista - Wikipédia, a enciclopédia livre

Quinta da Boa Vista

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vista frontal da Fachada do Paço Imperial da Quinta da Boa Vista, onde funciona o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Vista frontal da Fachada do Paço Imperial da Quinta da Boa Vista, onde funciona o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A Quinta da Boa Vista localiza-se no bairro de São Cristovão, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

Constitui atualmente um parque público de grande valor histórico. Nas dependências da Quinta localizam-se ainda o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e o Museu Nacional do Brasil, instalado no local do antigo Paço de São Cristóvão. O edifício é um magnífico palácio em estilo neoclássico, que foi utilizado no século XIX como residência pela Família Imperial Brasileira.

Índice

[editar] História

[editar] Antecedentes

Nos séculos XVI e XVII, a área onde atualmente se localiza a Quinta, integrava uma fazenda dos Jesuítas nos arredores da cidade do Rio de Janeiro. Com a expulsão da Ordem em 1759, a propriedade foi desmembrada, tendo passado à posse de particulares.

Quando da chegada da Família Real ao Brasil em 1808, a Quinta pertencia ao comerciante português Elias Antônio Lopes, que havia feito erguer, por volta de 1803, um casarão sobre uma colina, da qual se tinha uma boa vista da baía de Guanabara – o que deu origem ao atual nome da Quinta.

[editar] Residência Real

Fachada do Paço Imperial da Quinta da Boa Vista.
Fachada do Paço Imperial da Quinta da Boa Vista.

Dada a carência de espaços residenciais no Rio de Janeiro em 1808, diante da chegada da Família Real e de cerca de quinze mil pessoas da Corte Portuguesa, Elias doou a sua propriedade ao Príncipe-Regente D. João, que decidiu transformá-la em Residência Real.

À época, a área da Quinta ainda estava cercada por manguezais e a comunicação por terra com a cidade era difícil. Mais tarde, os trechos alagadiços foram aterrados e os caminhos por terra aprimorados.

Para acomodar a Família Real, o casarão da Quinta, mesmo sendo vasto e confortável, necessitou ser adaptado. A reforma mais importante iniciou-se à época das núpcias do Príncipe D. Pedro com Maria Leopoldina de Áustria (1816), estendendo-se até 1821. Foi encarregado do projeto o arquiteto inglês, John Johnston, que, além da reforma do paço, fez instalar um portão monumental em sua entrada, presente de casamento do General Lorde Percy, Duque de Northumberland. O portão, inspirado no pórtico de Robert Adams para a "Sion House", residência daquele nobre na Inglaterra, é moldado em uma espécie de terracota, denominada "Coade stone", fabricada pela empresa inglesa Coade & Sealy.

Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, esse portão encontra-se atualmente destacado, como entrada principal, no Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, nas dependências da Quinta.

[editar] Residência Imperial

Quinta da Boavista, Rio de Janeiro, Brasil: primitivo Portão do Paço, atual entrada do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro.
Quinta da Boavista, Rio de Janeiro, Brasil: primitivo Portão do Paço, atual entrada do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro.

Com a Independência do Brasil, D. Pedro I encarregou das obras do agora Paço Imperial o arquiteto português Manuel da Costa (1822-1826), posteriormente substituído pelo francês Pedro José Pezerát (1826-1831), creditado como autor do projeto em estilo neoclássico do edifício.

O Paço, que tinha apenas um torreão no lado Norte da fachada principal, ganhou outro simétrico, no lado Sul, e um terceiro pavimento começou a ser erguido sobre os dois já existentes. As obras foram continuadas a partir de 1847 pelo brasileiro Manuel Araújo de Porto-Alegre, que harmonizou as fachadas do edifício, seguido pelo alemão Theodore Marx (1857 e 1868). Entre 1857 e 1861 o pintor italiano Mario Bragaldi decorou vários dos aposentos interiores.

Após o casamento em 1817, D. Pedro e a Imperatriz, D. Leopoldina, passaram a residir no Paço. Ali nasceram a futura Rainha de Portugal, D. Maria II (4 de abril de 1819), e o futuro Imperador do Brasil, D. Pedro II (2 de dezembro de 1825). Também ali veio a falecer, em 1826, a Imperatriz, de parto.

Próximo à Quinta, em um casarão presenteado por D. Pedro I, vivia Domitília de Castro e Canto Melo, Marquesa de Santos, favorita do Imperador, com quem teve vários filhos.

Na Quinta cresceu, foi educado e viveu D. Pedro II. Entre as reformas que este Imperador empreendeu na propriedade conta-se o embelezamento dos jardins, por volta de 1869, com projeto do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou. No Paço nasceu, em 29 de julho de 1846, a Princesa Isabel, filha de D. Pedro II e D. Teresa Cristina.

[editar] A República Velha

Com o advento da República, a Quinta sediou os trabalhos da Assembléia Nacional responsável pela Constituição Brasileira de 1891. Em 1892, o diretor do Museu Nacional do Brasil, Ladislau Neto, conseguiu que a instituição fosse transferida do Campo de Santana para o Palácio. À época, os jardins conheceram um longo período de abandono mas, em 1909, o presidente Nilo Peçanha mandou restaurá-los e cercá-los, conservando as características que lhe foram dadas por Glaziou.

Por outro lado, o palácio foi desprovido de suas características internas originais, destruídas ou vendidas após a Proclamação da República.

[editar] A Quinta em nossos dias

Atualmente, a Quinta da Boa Vista funciona como um parque, abrigando o Jardim Zoológico da Cidade, o Museu da Fauna e, no antigo paço, o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O prédio do paço, em precário estado de conservação, aguardava urgentes obras de restauração.

[editar] Ver também

Outras línguas

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