Museu Histórico Nacional
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O Museu Histórico Nacional localiza-se na Praça Marechal Âncora, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro (RJ), no Brasil.
Possui um vasto acervo constituído por mais de 287 mil peças sob a guarda do Ministério da Cultura, tais como documentos, imagens, moedas, selos, móveis, armas, esculturas, pratarias etc., utilizados no estudo, preservação e divulgação da História do Brasil.
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[editar] História
A instituição foi criada em agosto de 1922 pelo então presidente da República, Epitácio Pessoa (1919-1922), com a função de museu voltado para a História do Brasil. Foi aberto ao público em 12 de outubro daquele mesmo ano, integrado à Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, instalado em duas galerias nas dependências do antigo Arsenal de Guerra, (transferido para a ponta do Caju em 1908), ampliadas e decoradas para servirem como "Palácio das Grandes Indústrias", um dos pavilhões mais visitados da exposição.
Atualmente o Museu ocupa todo o conjunto arquitetônico da antiga ponta do Calabouço, constituindo-se no mais importante museu histórico do país e em expressivo centro gerador de conhecimento. Abrigou o primeiro curso de Museologia do país, mantendo-se até aos nossos dias como referência para a constituição de importantes museus brasileiros.
O local onde se encontra instalado foi originalmente o Forte de São Tiago da Misericórdia erguido em 1603, ao qual se acrescentou a Prisão do Calabouço (1693) - destinada a escravos faltosos -, a Casa do Trem (1762) - depósito do "trem de artilharia" (armas e munições) -, o Arsenal de Guerra (1764) e o Quartel (1835).
[editar] Características
O conjunto distribui-se em uma área de 20.000 m². Do primitivo Forte de São Tiago e da Prisão do Calabouço, restam apenas as fundações. Subsistem até aos nossos dias o edifício da Casa do Trem (totalmente recuperado na década de 1990), o do Arsenal de Guerra (onde se destaca o imponente Pátio de Minerva), e o Pavilhão da Exposição de 1922, atualmente ocupado pela Biblioteca. Na Casa do Trem, foi esquartejado o corpo de Tiradentes, após sua execução no Campo de Lampadosa (atual Praça Tiradentes).
[editar] Acervo
O acervo aberto à visitação se divide em várias exposições, permanentes e temporárias. Entre as exposicões permanentes estão:
- A Memória do Estado Imperial, composta de pinturas e objetos encomendados pelo Estado para registrar os fatos importantes do período imperial;
- O Pátio dos canhões, que guarda a coleção de canhões do museu e reúne exemplares de Portugal, Inglaterra, França, Holanda e do Brasil; foi a primeira exposição do país a ter legendas em braile;
- A exposição Colonização e Dependência, que mostra o processo de colonização e seus desdobramentos econômico-culturais, composta de peças ligadas à navegação, às monoculturas de cana-de-açúcar e café, à mineração, à chegada da corte portuguesa no Brasil e à imigração do século XIX;
- A exposição Do Móvel ao Automóvel: transitando pela História, que mostra 29 peças como cadeirinhas, carruagens, berlindas e os primeiros automóveis a circular no Rio de Janeiro. Uma das raridades dessa exposição é o carro Protos, pertencente ao Barão do Rio Branco e um dos dois únicos existentes no mundo.
Além das exposições, o museu possui o maior acervo numismático e filatélico da América Latina, com cerca de 127.000 peças, entre moedas, cédulas, selos, carimbos, sinetes, medalhas e ordens honoríficas. Há várias peças raras, como a moeda Peça da Coroação, com tiragem de apenas 64 exemplares, cunhada a mando do Imperador Dom Pedro I para comemorar sua coroação, em 1822, a medalha de homenagem a Louis Pasteur, bulas dos Papas Clemente VI (século XIV) e Júlio II (séculos XV e XVI) e a Insígnia Imperial Ordem da Rosa, criada para perpetuar a memória do segundo casamento de Dom Pedro I com Dona Amélia de Leuchtenberg.
Há também uma biblioteca, com mais de 57.000 títulos relativos a história, heráldica, filatelia, numismática, museologia, moda e genealogia. Nela, se encontram obras raras dos séculos XVI, XVII e XVIII e edições esgotadas, originais e obras ricamente encadernadas.
No Acervo Histórico, estão reúnidos documentos manuscritos e iconográficos, como fotografias e gravuras, referentes à nossa história e divididos em coleções. São 50.000 documentos, disponíveis para pesquisa através de agendamento. Entre as coleções, estão as dedicadas ao fotógrafo Juan Gutierrez, que documentou a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, as de Augusto Malta e Marc Ferrez, a dedicada a Carlos Gomes, composta de partituras, missivas, libretos e fotografias, e a Coleção Família Imperial, com gravuras, documentos e outros objetos referentes a D. Pedro I, D. Pedro II e familiares.
Ainda, o Centro de Referência Luso-Brasileiro, vinculado ao Arquivo Histórico e criado em 1998 como parte das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao país e voltado à documentação e divulgação das histórias de Portugal e do Brasil.